Campo de vidro natural revela o impacto cósmico que alterou o planeta e esconde um dos maiores enigmas da geologia moderna.
Pesquisadores da Curtin University, em parceria com a Universidade Aix-Marseille, anunciaram a descoberta de um vasto campo de tectitos no sul da Austrália. Esses fragmentos de vidro natural surgiram quando um asteroide colidiu com a Terra há cerca de 11 milhões de anos. O impacto foi tão intenso que derreteu rochas e espalhou detritos por milhares de quilômetros.
Entretanto, apesar do avanço das análises e das medições precisas, a cratera deixada pelo impacto ainda não foi localizada. Conforme o professor Fred Jourdan, da Escola de Ciências da Terra e Planetárias da Curtin University, “esses fragmentos revelam um evento antigo e desconhecido da história geológica da Terra”. Ele destacou que cada pedaço de vidro age como uma cápsula do tempo, preservando o instante em que o asteroide transformou o planeta para sempre.
Análises confirmam origem extraterrestre
O estudo, publicado em setembro de 2025 na revista Earth and Planetary Science Letters, revelou que os tectitos contêm níveis elevados de metais extraterrestres, como níquel, cromo e cobalto. Essas substâncias são incomuns em rochas terrestres e confirmam a origem cósmica do evento. Além disso, os pesquisadores utilizaram o método de datação isotópica de argônio-40, que indicou que o impacto ocorreu há 10,76 ± 0,05 milhões de anos, durante o período Mioceno.
-
Nova JBL Charge 6 atinge o menor preço da história na Amazon: graves potentes, bateria de 24h, AI Sound Boost e agora com alça removível e proteção IP68
-
Internet de Elon Musk chega nos trilhos brasileiros? Rumo instala Starlink em 400 trens e revoluciona a comunicação ferroviária no país
-
Galaxy Watch ou Apple Watch? Guia completo de smartwatches para todos os bolsos
-
Invenção brasileira surge como grande esperança para salvar os jumentos da extinção, causada pela demanda chinesa por suas peles
A pesquisadora Anna Musolino, doutoranda da Universidade Aix-Marseille, explicou que “esses tectitos representam um evento completamente distinto e muito mais antigo do que o campo de impacto da Australásia, formado há 780 mil anos”. Assim, a descoberta indica que o planeta pode ter sofrido superimpactos desconhecidos, capazes de alterar o clima e remodelar ecossistemas inteiros.
Campo de 900 quilômetros intriga a comunidade científica
O campo de tectitos identificado possui cerca de 900 quilômetros de extensão, abrangendo parte do sul da Austrália. Além disso, o material analisado apresentou composição química incomum, o que o diferencia de qualquer outro campo já conhecido. Por isso, o achado se tornou uma das descobertas geológicas mais intrigantes das últimas décadas.
De acordo com os pesquisadores, é provável que o ponto de colisão esteja enterrado sob camadas de rocha ou oculto por formações vulcânicas antigas. Alguns especialistas acreditam que a cratera possa estar situada entre a Indonésia e a Papua-Nova Guiné, onde antigas atividades tectônicas podem ter apagado os vestígios originais. Assim, novas expedições estão sendo organizadas para 2026, com o objetivo de mapear regiões ainda não estudadas.
Estudo reforça importância da defesa planetária
Segundo o professor Fred Jourdan, compreender a frequência dos impactos é essencial para avaliar riscos futuros e proteger a Terra de novas colisões. “Entender quando e com que intensidade grandes asteroides atingiram o planeta ajuda a planejar a defesa planetária”, destacou o pesquisador.
Além disso, o estudo ajuda a explicar como eventos cósmicos moldaram a superfície terrestre. Por conseguinte, os tectitos funcionam como provas físicas da força dos impactos, permitindo que os cientistas reconstruam o passado geológico e compreendam o papel dessas colisões na evolução do planeta. Portanto, o campo descoberto na Austrália representa uma peça fundamental para entender a dinâmica entre o espaço e a Terra.
Mistério geológico impulsiona novas pesquisas
Mesmo com décadas de investigações, a cratera perdida continua sem paradeiro conhecido. Ainda assim, os especialistas ressaltam que as evidências químicas e isotópicas confirmam a magnitude do impacto. Por esse motivo, a descoberta australiana passou a ser considerada um dos registros geológicos mais importantes da era moderna.
Afinal, localizar essa cratera significaria resolver um enigma que intriga cientistas há décadas e, ao mesmo tempo, revelar um evento que redefiniu parte da história terrestre. Assim, a busca continua, guiada pela curiosidade científica e pelo desejo de compreender o que realmente ocorreu há 11 milhões de anos, quando um asteroide transformou para sempre a face do planeta.