Formações de arenito em Zhangye Danxia, no noroeste da China, exibem faixas multicoloridas que se tornaram símbolo das montanhas Arco-Íris.
As montanhas Arco-Íris são reais e ficam no Parque Geológico Nacional Zhangye Danxia, na província de Gansu, noroeste da China. Ali, camadas de arenito e minerais acumuladas ao longo de milhões de anos foram comprimidas, elevadas e expostas, criando um cenário de listras vermelhas, amarelas, verdes e azuladas que parece obra de pincel.
A paisagem, com cerca de 518 km² e reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2009, mostra em superfície uma história geológica profunda. O resultado visual é tão marcante quanto didático: cada faixa indica uma fase de deposição, um tipo de mineral predominante e a ação contínua de vento e chuva que esculpiu ravinas, cristas e “dobras” coloridas.
Onde ficam as montanhas Arco-Íris e por que elas impressionam

As montanhas Arco-Íris ficam no Parque Geológico Nacional Zhangye Danxia, em Gansu.
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A posição, no extremo norte do Planalto Tibetano, favoreceu tanto a deposição de sedimentos quanto os esforços tectônicos que levantaram e inclinaram as camadas, expondo-as como páginas abertas de um livro de geologia.
O impacto vem do contraste: o vermelho ferruginoso domina, mas é cruzado por linhas amarelas, verdes e cinzentas que “escorrem” pelas encostas.
A repetição de cristas paralelas reforça a sensação de pintura, enquanto a luz solar variável ao longo do dia acende e apaga tons diferentes um espetáculo que muda com o clima e a estação.
Como as cores nasceram: a ciência por trás do arco-íris de rocha

A coloração das montanhas Arco-Íris resulta de mais de 24 milhões de anos de deposição de arenito e siltito com diferentes minerais.
O óxido de ferro responde pelos tons vermelhos; formas hidratadas, como limonita, tendem ao amarelo; e variações minerais podem gerar verdes, azulados e cinzas. Cada cor conta uma fase do ambiente de deposição.
Depois, a elevação tectônica inclinou e fraturou as camadas. Vento e chuva escavaram sulcos e paredões, revelando o “miolo” das sequências estratigráficas.
O que vemos hoje é a interseção entre tempo profundo e erosão ativa, exposta como listras contínuas que acompanham a onda das colinas.
Quando ir e como ver melhor
A melhor época para visitar as montanhas Arco-Íris vai de maio a outubro.
Dias secos e céu aberto intensificam o contraste entre as faixas, enquanto o sol baixo do início da manhã e do fim da tarde aumenta o relevo das cores.
Em dias nublados, os tons ficam mais suaves, mas os contornos ganham destaque.
Para o visitante comum, mirantes e passarelas oferecem vistas seguras e ângulos amplos das cristas.
Riscar trilhas não demarcadas acelera a erosão e apaga as cores um dano difícil de reverter.
Respeitar o traçado oficial é parte do pacto que mantém o parque vibrante para quem chega depois.
Danxia, Vinicunca, Rainbow Range: o que muda de um arco-íris a outro

As montanhas Arco-Íris de Zhangye Danxia têm acesso mais simples e altitude mais baixa que outras paisagens coloridas.
Em Vinicunca (Peru), a chamada “Montanha das Sete Cores” está acima de 5.000 m, exigindo trilha íngreme e aclimatação.
No Rainbow Range (Canadá), as cores aparecem em ambiente montanhoso e menos turístico, associado a contextos vulcânico-metamórficos.
O mecanismo, porém, rima: camadas ricas em minerais (como hematita e goethita) oxidadas e expostas geram paletas diferentes conforme química, clima e tectônica.
A paleta de Zhangye é dominada pelos vermelhos contínuos do arenito; em Vinicunca, os verdes e turquesas aparecem com força, e no Canadá os tons variam com materiais vulcânicos e metamórficos.
Turismo e conservação: como não “desbotar” um ícone
O aumento de visitantes nas montanhas Arco-Íris traz receita e infraestrutura, mas também pressão sobre trilhas, encostas e drenos naturais.
Pisoteio fora de rota, lixo e grafites degradam rapidamente uma superfície que levou milhões de anos para ficar exposta.
Boas práticas fazem diferença: ficar nas passarelas, levar de volta o próprio resíduo e evitar tocar em taludes coloridos ajuda a manter a integridade do afloramento.
Paisagens geológicas são arquivos abertos do planeta preservá-las é garantir que a leitura permaneça possível.
As montanhas Arco-Íris condensam tempo geológico, tectônica e erosão em um painel natural que parece pintado. Para você, o que mais impressiona: a estética ou a história por trás das cores? Se já visitou Gansu, as cores ao vivo são tão intensas quanto nas fotos? E para quem foi a Vinicunca no Peru, como você compara as duas experiências acesso, altitude, paleta, impacto visual? Conte nos comentários: seu relato ajuda outros leitores a planejar e entender melhor esse fenômeno.



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