Pesquisa do BIS: 91% dos bancos centrais avançam em CBDC; Drex será atacado centralizado em 2026, enquanto Euro Digital testa varejo com limites e sem juros
As moedas digitais emitidas por bancos centrais, conhecidas como CBDCs, estão avançando rapidamente no mundo. Segundo pesquisa do BIS, o “banco dos bancos centrais”, 91% das autoridades monetárias já estudam ou desenvolvem essas moedas. A principal justificativa é preservar o controle do dinheiro pelos bancos centrais, num cenário em que criptomoedas e meios privados de pagamento crescem.
No Brasil, o Drex será lançado em 2026 como moeda digital de atacado, totalmente centralizada e sem uso de blockchain. Na Europa, o Euro digital caminha para o varejo, mas com regras rígidas que limitam seu alcance. Nos Estados Unidos, o debate político tem travado qualquer possibilidade de adoção no curto prazo.
O que são CBDCs e por que estão em alta
As CBDCs são versões digitais do dinheiro oficial, emitidas diretamente pelos bancos centrais. Existem dois modelos principais: o varejo, voltado para cidadãos e empresas em transações do dia a dia, e o atacado, usado apenas entre instituições financeiras para liquidação de operações.
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De acordo com a pesquisa do BIS, países emergentes mostram maior interesse no modelo de varejo, enquanto economias avançadas preferem o de atacado. A motivação central é garantir que o dinheiro oficial mantenha relevância mesmo diante de novas tecnologias financeiras, como criptomoedas e stablecoins privadas.
O Drex no Brasil: centralizado e sem blockchain
O Banco Central confirmou que o Drex, versão digital do real, será voltado ao atacado e começará a operar em 2026. A decisão foi de abandonar os testes com blockchain (DLT) e adotar um sistema totalmente centralizado.
Na prática, isso significa que o Drex não será usado diretamente pelo cidadão comum. Ele funcionará como infraestrutura para bancos e instituições financeiras, servindo para operações como liquidação de crédito e uso de ativos digitais como garantia. Assim, o Drex reforça o controle do dinheiro pelos bancos centrais, mas sem mudar a rotina imediata da população.
O Euro digital: dinheiro com limite de uso
Na Europa, o Banco Central Europeu segue na direção oposta ao Brasil. O Euro digital terá versão de varejo, mas com travas para evitar fuga de depósitos dos bancos privados. Entre as medidas estão: limite de saldo para cada pessoa, ausência de remuneração (sem juros) e mecanismo automático que transfere valores excedentes para contas bancárias tradicionais.
Com isso, o Euro digital funcionará quase como um sistema de pagamentos instantâneos administrado pelo BCE, mas sem substituir completamente o papel dos bancos comerciais. Essa limitação mostra o cuidado das autoridades em preservar o equilíbrio do sistema financeiro.
EUA rejeitam CBDC de varejo
Nos Estados Unidos, a resistência é clara. O Federal Reserve já sinalizou que não pretende lançar uma CBDC de varejo, e líderes políticos como Donald Trump criticam a ideia, alegando riscos de vigilância e perda de privacidade. Alguns estados chegaram a aprovar leis que proíbem o uso de moedas digitais emitidas pelo governo.
Nesse contexto, especialistas como Fernando Ulrich defendem que o modelo de varejo pode ser usado como instrumento de controle social disfarçado de conveniência, enquanto o modelo de atacado, como o Drex, tem impacto menor no cotidiano da população.
As CBDCs são o próximo grande passo do sistema financeiro global. O controle do dinheiro pelos bancos centrais está no centro dessa transformação, mas os modelos variam entre países: o Brasil aposta em um Drex de atacado centralizado, a Europa ensaia um Euro digital limitado para o varejo, e os EUA seguem resistentes.
E você, acredita que as moedas digitais dos bancos centrais são um avanço tecnológico inevitável ou representam um risco de vigilância e perda de liberdade financeira? Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir quem vive isso na prática.