O governo da Irlanda institui uma mesada mensal de R$ 8 mil para artistas, consolidando uma política cultural inovadora e de impacto econômico positivo.
Um novo capítulo na história cultural da Irlanda começa a ser escrito. O governo anunciou que o Basic Income for the Artists (BIA), programa de renda mensal de aproximadamente R$ 8 mil, passará a ser uma política pública permanente a partir de 2026.
A iniciativa beneficiará 2 mil artistas de diferentes áreas, com o objetivo de oferecer estabilidade financeira e fomentar a criação artística no país.
O projeto foi considerado um sucesso em sua fase experimental, realizada nos últimos anos, e agora se tornará um modelo de referência para outras nações que buscam valorizar a produção cultural de forma estruturada.
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Mesada para artistas locais: Origem e propósito da iniciativa
A ideia de oferecer uma renda básica aos artistas surgiu dentro do Ministério da Cultura da Irlanda, sob liderança da ex-ministra Catherine Martin.
Ela criou um grupo de trabalho especializado para avaliar maneiras de fortalecer a economia criativa nacional e reconhecer o papel da arte como motor de desenvolvimento social e econômico.
Durante a primeira fase, 2 mil profissionais foram contemplados com uma renda semanal de 325 euros (cerca de R$ 2,5 mil).
O projeto recebeu mais de 9 mil inscrições, das quais 8,2 mil foram consideradas aptas e 2 mil selecionadas de forma aleatória.
“Ficar preocupado em colocar comida na mesa realmente afeta a criatividade dos artistas. Isso é sobre dar a eles espaço para trabalhar”, explicou Catherine Martin em entrevista ao New York Times.
Estrutura do novo programa permanente
Diferente da versão anterior, o modelo permanente vai conceder US$ 1.500 mensais — o equivalente a R$ 8,1 mil — a 2 mil artistas de todo o país.
De acordo com informações do site ARTnews, as inscrições serão abertas em setembro de 2026, com critérios de seleção ainda a serem definidos pelo governo irlandês.
Um dos destaques é a possibilidade de ampliação do número de beneficiários, caso haja recursos adicionais.
Essa flexibilidade coloca a Irlanda na liderança mundial de políticas públicas voltadas à valorização cultural e artística com base em financiamento estatal.
Resultados econômicos e culturais
Um relatório da consultoria Alma Economics revelou que o projeto experimental do BIA custou 72 milhões de euros, mas retornou quase 80 milhões de euros em benefícios econômicos para o país.
O estudo aponta que os participantes tiveram aumento médio de renda superior a 500 euros por mês, além de produzirem 22% mais obras durante o período analisado.
A pesquisa também identificou uma redução significativa na dependência de auxílios sociais e uma queda no custo médio da arte entre 9% e 25%, tornando o acesso à cultura mais democrático e acessível à população.
Repercussão e impacto social da mesada para artistas
O atual ministro da Cultura, Patrick O’Donovan, destacou que o BIA não é apenas uma medida financeira, mas um investimento na essência criativa da nação.
“As artes oferecem algo intangível à sociedade. É difícil medir, mas é extremamente valioso”, declarou em entrevista à CBC Radio.
Para o ministro, o sucesso da iniciativa prova que a cultura pode ser um pilar estratégico de desenvolvimento, capaz de gerar empregos, movimentar a economia e reforçar a identidade nacional.
A experiência irlandesa mostra que investir em artistas é também investir no futuro.
A mesada mensal garantida permite que criadores se dediquem integralmente às suas obras, sem o peso da instabilidade financeira.
Essa estabilidade estimula a inovação, a diversidade cultural e o fortalecimento da economia criativa.
Com a oficialização do Basic Income for the Artists, a Irlanda assume um papel de vanguarda na valorização do trabalho artístico e se torna exemplo para países que desejam unir cultura, dignidade e crescimento sustentável.
Fonte: Revista Galileu


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