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Arqueólogos encontraram um epitáfio de mármore com 2.200 anos em uma antiga necrópole romana

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 02/04/2025 às 19:51
Atualizado em 03/04/2025 às 21:28
necrópole
Foto: Reprodução
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Em uma necrópole romana, arqueólogos fizeram uma descoberta impressionante: um epitáfio de mármore com cerca de 2.200 anos, dedicado a um gladiador

Mais de dois mil anos depois do auge de Roma, arqueólogos encontraram um pedaço esquecido da história. Um epitáfio (frase, inscrição ou texto curto escrito em uma lápide ou tumba) gravado em mármore, que marca o túmulo de um gladiador, foi descoberto em uma antiga necrópole na cidade de Liternum, na costa oeste da Itália.

A cidade, que já foi lar do famoso general romano Cornelius Scipio Africanus, hoje é um parque arqueológico cheio de ruínas e histórias.

Liternum

Fundada pela República de Roma há mais de 2.200 anos, Liternum era uma colônia estratégica ao norte da atual Nápoles.

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Com o tempo, virou palco de batalhas, conquistas e também de descanso final para muitos romanos — alguns ilustres, outros nem tanto. Entre eles, agora se sabe, um gladiador.

A descoberta foi feita por uma equipe liderada pela arqueóloga Simona Formola, em um trabalho supervisionado pelo Superintendente de Arqueologia, Belas Artes e Paisagismo de Nápoles.

Eles escavaram dois grandes túmulos decorados e dezenas de sepultamentos menores na antiga necrópole de Liternum.

Pesquisadores encontraram tumbas de cappuccina, sepulturas simples feitas de telhas de barro.

Túmulos luxuosos e enterros humildes

Os dois principais túmulos encontrados estavam decorados com gesso branco e pintura vermelha. Entre eles, um poço de pedra profundo — possivelmente com função ritual — separava os recintos.

Um deles abrigava um mausoléu quadrado, com cerca de 9 metros quadrados, feito em opus reticulatum, um tipo de alvenaria típica da época. A estrutura usava tufo, uma rocha vulcânica, comum em túmulos de pessoas de alta posição social.

Dentro desse mausoléu, os arqueólogos encontraram nichos escavados nas paredes, provavelmente para guardar urnas com restos mortais.

Segundo os pesquisadores, os objetos ali encontrados indicam que os túmulos foram usados do final do primeiro século a.C. até o terceiro século d.C., o que coincide com o início do Império Romano, sob o governo de Augusto.

Espalhados ao redor, havia cerca de 20 outros sepultamentos, incluindo túmulos cappuccina — comuns entre romanos pobres — feitos com telhas de barro em forma de tenda.

Também foram achados enterros enchytrismos, nos quais os corpos eram colocados dentro de grandes jarros de cerâmica. Havia ainda túmulos de tijolos, retangulares e bem trabalhados.

Um gladiador na necrópole

A descoberta mais marcante, porém, foi uma laje de mármore com um epitáfio gravado. Ela indicava que ali estava enterrado um gladiador.

Esses homens — geralmente escravizados ou condenados — eram forçados a lutar até a morte para o entretenimento do povo romano. Embora alguns tenham ganhado fama, como Spartacus, a maioria era usada como mero espetáculo, descartável.

Uma vista aérea do cemitério escavado 

O epitáfio é considerado um raro e comovente registro da presença desses lutadores em Roma. Como escreveu um representante local em rede social, trata-se de um “testemunho raro e tocante da memória desses lutadores”. Poucos gladiadores tiveram seus nomes preservados.

Muitos morreram sem qualquer registro. Por isso, a inscrição representa mais do que uma descoberta arqueológica. É uma lembrança silenciosa de quem foi esquecido.

A necrópole como janela para o passado

A escavação também trouxe à tona outros objetos importantes, como moedas, lâmpadas e pequenos vasos. Cada item ajuda a montar o quebra-cabeça da vida e morte em Liternum. O local segue revelando práticas funerárias, crenças e modos de vida da Roma antiga.

Pesquisadores encontraram bens funerários enquanto escavavam a necrópole

Em 2024, a mesma equipe já havia aberto a chamada “Tumba de Cérbero”, onde foram encontrados afrescos representando o cão mitológico de Hades e centauros marinhos. As pinturas mostram que, mesmo na morte, os romanos buscavam símbolos e histórias para marcar seu fim.

Segundo Mariano Nuzzo, superintendente responsável pela área, a necrópole de Liternum vive um momento especial para a arqueologia. “Esta necrópole, graças às suas estruturas de parede e túmulos excelentemente preservados, acrescenta uma peça importante ao nosso conhecimento sobre a história da colônia de Liternum”, afirmou.

A história ainda não acabou de ser contada. O solo de Liternum continua escondendo memórias. E cada escavação pode trazer à tona mais um nome, mais um rosto perdido no tempo.

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Gilson
Gilson
05/04/2025 19:16

Que reportagem mequetrefe. Quem era o personagem? Qual a mensagem?

hardtrix58
hardtrix58
05/04/2025 12:12

que **** falou falou e nao falou o que estava escrito ou qualquer coisa que valha

Danilo Pavan
Danilo Pavan
05/04/2025 09:46

Exemplo de pobreza jornalística.

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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