Em uma necrópole romana, arqueólogos fizeram uma descoberta impressionante: um epitáfio de mármore com cerca de 2.200 anos, dedicado a um gladiador
Mais de dois mil anos depois do auge de Roma, arqueólogos encontraram um pedaço esquecido da história. Um epitáfio (frase, inscrição ou texto curto escrito em uma lápide ou tumba) gravado em mármore, que marca o túmulo de um gladiador, foi descoberto em uma antiga necrópole na cidade de Liternum, na costa oeste da Itália.
A cidade, que já foi lar do famoso general romano Cornelius Scipio Africanus, hoje é um parque arqueológico cheio de ruínas e histórias.
Liternum
Fundada pela República de Roma há mais de 2.200 anos, Liternum era uma colônia estratégica ao norte da atual Nápoles.
-
China desenvolve tecnologia que bloqueia inimigos e protege aliados com “zona segura” em guerra eletrônica
-
Maior meteorito do mundo tem 60 toneladas, 2,7 metros de largura e caiu há 80 mil anos
-
Estudo mostra que mineral de R$ 40 por mês pode evitar gastos anuais de até R$ 1.200 com farmácia
-
Embrião de 30 anos ganha vida em 2025 — nasce o bebê mais “velho” do mundo
Com o tempo, virou palco de batalhas, conquistas e também de descanso final para muitos romanos — alguns ilustres, outros nem tanto. Entre eles, agora se sabe, um gladiador.
A descoberta foi feita por uma equipe liderada pela arqueóloga Simona Formola, em um trabalho supervisionado pelo Superintendente de Arqueologia, Belas Artes e Paisagismo de Nápoles.
Eles escavaram dois grandes túmulos decorados e dezenas de sepultamentos menores na antiga necrópole de Liternum.
Túmulos luxuosos e enterros humildes
Os dois principais túmulos encontrados estavam decorados com gesso branco e pintura vermelha. Entre eles, um poço de pedra profundo — possivelmente com função ritual — separava os recintos.
Um deles abrigava um mausoléu quadrado, com cerca de 9 metros quadrados, feito em opus reticulatum, um tipo de alvenaria típica da época. A estrutura usava tufo, uma rocha vulcânica, comum em túmulos de pessoas de alta posição social.
Dentro desse mausoléu, os arqueólogos encontraram nichos escavados nas paredes, provavelmente para guardar urnas com restos mortais.
Segundo os pesquisadores, os objetos ali encontrados indicam que os túmulos foram usados do final do primeiro século a.C. até o terceiro século d.C., o que coincide com o início do Império Romano, sob o governo de Augusto.
Espalhados ao redor, havia cerca de 20 outros sepultamentos, incluindo túmulos cappuccina — comuns entre romanos pobres — feitos com telhas de barro em forma de tenda.
Também foram achados enterros enchytrismos, nos quais os corpos eram colocados dentro de grandes jarros de cerâmica. Havia ainda túmulos de tijolos, retangulares e bem trabalhados.
Um gladiador na necrópole
A descoberta mais marcante, porém, foi uma laje de mármore com um epitáfio gravado. Ela indicava que ali estava enterrado um gladiador.
Esses homens — geralmente escravizados ou condenados — eram forçados a lutar até a morte para o entretenimento do povo romano. Embora alguns tenham ganhado fama, como Spartacus, a maioria era usada como mero espetáculo, descartável.
O epitáfio é considerado um raro e comovente registro da presença desses lutadores em Roma. Como escreveu um representante local em rede social, trata-se de um “testemunho raro e tocante da memória desses lutadores”. Poucos gladiadores tiveram seus nomes preservados.
Muitos morreram sem qualquer registro. Por isso, a inscrição representa mais do que uma descoberta arqueológica. É uma lembrança silenciosa de quem foi esquecido.
A necrópole como janela para o passado
A escavação também trouxe à tona outros objetos importantes, como moedas, lâmpadas e pequenos vasos. Cada item ajuda a montar o quebra-cabeça da vida e morte em Liternum. O local segue revelando práticas funerárias, crenças e modos de vida da Roma antiga.
Em 2024, a mesma equipe já havia aberto a chamada “Tumba de Cérbero”, onde foram encontrados afrescos representando o cão mitológico de Hades e centauros marinhos. As pinturas mostram que, mesmo na morte, os romanos buscavam símbolos e histórias para marcar seu fim.
Segundo Mariano Nuzzo, superintendente responsável pela área, a necrópole de Liternum vive um momento especial para a arqueologia. “Esta necrópole, graças às suas estruturas de parede e túmulos excelentemente preservados, acrescenta uma peça importante ao nosso conhecimento sobre a história da colônia de Liternum”, afirmou.
A história ainda não acabou de ser contada. O solo de Liternum continua escondendo memórias. E cada escavação pode trazer à tona mais um nome, mais um rosto perdido no tempo.
Que reportagem mequetrefe. Quem era o personagem? Qual a mensagem?
que **** falou falou e nao falou o que estava escrito ou qualquer coisa que valha
Exemplo de pobreza jornalística.