Uma moeda de ouro medieval foi encontrada em uma fortaleza na Bulgária e pode representar um imperador bizantino. Veja os detalhes dessa descoberta e o que ela revela sobre a história da região!
Uma recente descoberta arqueológica na Bulgária revelou uma antiga moeda de ouro, potencialmente relacionada a um imperador do Império Bizantino. A moeda, encontrada na vila de Cherven, localizada perto do rio Danúbio e da fronteira norte com a Romênia, lança luz sobre o período inicial da ocupação turco-otomana na região e a riqueza das pessoas que ali viviam.
A equipe do Museu Regional de História de Rousse fez a descoberta enquanto escavava ruínas medievais de uma fortaleza. Segundo arqueólogos, essa moeda seria do Império Bizantino e pode estar associada a João III Ducas Vatatzes, imperador de Niceia entre 1222 e 1254.
O império de Niceia foi uma das regiões que emergiu após a Quarta Cruzada e o saque de Constantinopla em 1204, constituindo um estado sucessor do Império Bizantino. Por outro lado, estudos indicam que o Império Latino — fundado por cruzados que ocuparam Constantinopla — teria cunhado moedas em estilo bizantino após a conquista, fato que complica a identificação precisa do contexto de origem da moeda.
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A arqueóloga Svetlana Velikova, que lidera as escavações em Cherven, observou que o peso da moeda é significativamente menor que o esperado, sugerindo que ela tenha sido ajustada para se alinhar aos padrões de cunhagem do século XIV. Esse detalhe, combinado com o local onde foi encontrada, aponta para uma datação possivelmente relacionada aos primeiros anos após a conquista otomana da cidade em 1388.
Significado arqueológico da moeda de ouro
As ruínas da vila de Cherven, um ponto estratégico no Segundo Império Búlgaro (1185-1396), têm sido exploradas há mais de um século, revelando a importância histórica e econômica da região. As fortificações indicam que Cherven era um centro de poder e comércio significativo durante a era medieval.
A descoberta de mais moedas, flechas, joias e cerâmicas sugere que a cidade possuía, além de estruturas defensivas, uma sociedade com diferentes classes socioeconômicas, onde algumas pessoas desfrutavam de riqueza considerável.
Velikova explica que, até recentemente, os arqueólogos acreditavam que a parte ocidental da cidade era habitada por pessoas pobres. Entretanto, a nova moeda e outros artefatos encontrados ao longo de um antigo muro defensivo da fortaleza indicam o contrário, sugerindo que pelo menos alguns dos residentes locais eram ricos e tinham acesso a moedas de ouro.
A influência do Império Otomano e o legado do Império Búlgaro
O Segundo Império Búlgaro, que rivalizou com o Império Bizantino nos Bálcãs, acabou por sucumbir ao crescente poder do Império Otomano, que já havia conquistado extensos territórios bizantinos. Em 1453, com a queda de Constantinopla, o Império Otomano solidificou seu domínio sobre a região e transformou a cidade em sua nova capital. A Bulgária permaneceu sob controle otomano por cerca de 500 anos após sua conquista definitiva em 1396.
Impacto da descoberta e novos caminhos para a história medieval
A descoberta da moeda não é apenas uma janela para o passado, mas também um lembrete de como o comércio e a circulação de moedas estavam interligados entre diferentes impérios e culturas, mesmo em tempos de guerra. Ao descobrir moedas e artefatos variados, os arqueólogos não só mapeiam a história econômica da região, como também trazem à tona histórias de resistência e adaptação em meio a conquistas.
Esses achados alimentam a discussão sobre o Segundo Império Búlgaro e o contexto de sua eventual queda para o Império Otomano, que transformou a paisagem política e social da região por séculos.