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Arqueólogos descobrem uma moeda de ouro medieval em uma fortaleza em ruínas na Bulgária, que pode retratar um imperador bizantino. Saiba mais sobre essa descoberta e seu valor histórico!

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 28/10/2024 às 22:57
moeda de ouro
Foto: Svetlana Velikova)

Uma moeda de ouro medieval foi encontrada em uma fortaleza na Bulgária e pode representar um imperador bizantino. Veja os detalhes dessa descoberta e o que ela revela sobre a história da região!

Uma recente descoberta arqueológica na Bulgária revelou uma antiga moeda de ouro, potencialmente relacionada a um imperador do Império Bizantino. A moeda, encontrada na vila de Cherven, localizada perto do rio Danúbio e da fronteira norte com a Romênia, lança luz sobre o período inicial da ocupação turco-otomana na região e a riqueza das pessoas que ali viviam.

A equipe do Museu Regional de História de Rousse fez a descoberta enquanto escavava ruínas medievais de uma fortaleza. Segundo arqueólogos, essa moeda seria do Império Bizantino e pode estar associada a João III Ducas Vatatzes, imperador de Niceia entre 1222 e 1254.

O império de Niceia foi uma das regiões que emergiu após a Quarta Cruzada e o saque de Constantinopla em 1204, constituindo um estado sucessor do Império Bizantino. Por outro lado, estudos indicam que o Império Latino — fundado por cruzados que ocuparam Constantinopla — teria cunhado moedas em estilo bizantino após a conquista, fato que complica a identificação precisa do contexto de origem da moeda.

A arqueóloga Svetlana Velikova, que lidera as escavações em Cherven, observou que o peso da moeda é significativamente menor que o esperado, sugerindo que ela tenha sido ajustada para se alinhar aos padrões de cunhagem do século XIV. Esse detalhe, combinado com o local onde foi encontrada, aponta para uma datação possivelmente relacionada aos primeiros anos após a conquista otomana da cidade em 1388.

Significado arqueológico da moeda de ouro

As ruínas da vila de Cherven, um ponto estratégico no Segundo Império Búlgaro (1185-1396), têm sido exploradas há mais de um século, revelando a importância histórica e econômica da região. As fortificações indicam que Cherven era um centro de poder e comércio significativo durante a era medieval.

A descoberta de mais moedas, flechas, joias e cerâmicas sugere que a cidade possuía, além de estruturas defensivas, uma sociedade com diferentes classes socioeconômicas, onde algumas pessoas desfrutavam de riqueza considerável.

Velikova explica que, até recentemente, os arqueólogos acreditavam que a parte ocidental da cidade era habitada por pessoas pobres. Entretanto, a nova moeda e outros artefatos encontrados ao longo de um antigo muro defensivo da fortaleza indicam o contrário, sugerindo que pelo menos alguns dos residentes locais eram ricos e tinham acesso a moedas de ouro.

Arqueólogos acreditam que as novas descobertas podem datar dos primeiros anos após a conquista da cidade medieval pelos exércitos turcos otomanos em 1388. (Crédito da imagem: Svetlana Velikova)

A influência do Império Otomano e o legado do Império Búlgaro

O Segundo Império Búlgaro, que rivalizou com o Império Bizantino nos Bálcãs, acabou por sucumbir ao crescente poder do Império Otomano, que já havia conquistado extensos territórios bizantinos. Em 1453, com a queda de Constantinopla, o Império Otomano solidificou seu domínio sobre a região e transformou a cidade em sua nova capital. A Bulgária permaneceu sob controle otomano por cerca de 500 anos após sua conquista definitiva em 1396.

Impacto da descoberta e novos caminhos para a história medieval

A descoberta da moeda não é apenas uma janela para o passado, mas também um lembrete de como o comércio e a circulação de moedas estavam interligados entre diferentes impérios e culturas, mesmo em tempos de guerra. Ao descobrir moedas e artefatos variados, os arqueólogos não só mapeiam a história econômica da região, como também trazem à tona histórias de resistência e adaptação em meio a conquistas.

Esses achados alimentam a discussão sobre o Segundo Império Búlgaro e o contexto de sua eventual queda para o Império Otomano, que transformou a paisagem política e social da região por séculos.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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