Achada perto de Tel Megido, no norte de Israel, a prensa de vinho de 5.000 anos comprova que a produção da bebida estava ligada aos rituais e à urbanização cananeia
Arqueólogos em Israel encontraram a prensa de vinho mais antiga já descoberta em um assentamento cananeu, oferecendo evidências diretas de que a fabricação de vinho teve papel essencial no surgimento das primeiras cidades. A descoberta, feita perto de Tel Megido, no norte do país, confirma que os primeiros habitantes urbanos consumiam vinho e o associavam a rituais e à vida cotidiana.
A Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) anunciou em publicação no Facebook que o local escavado era ocupado por um culto cananeu anterior à chegada dos israelitas. Segundo o diretor da escavação, Barak Tzin, a prensa é uma descoberta “única”, pois mostra que o vinho e o ritual estavam profundamente conectados ao início da civilização urbana.
Achado em meio às obras de uma rodovia
A escavação ocorreu no Vale de Jezreel, durante a construção de uma nova rodovia financiada pela Netivei Israel. O levantamento arqueológico, conduzido pela IAA, cobriu uma área superior a 1,2 quilômetro. Durante as escavações, os pesquisadores encontraram o artefato de maior importância do sítio: uma prensa de vinho com cerca de 5.000 anos, considerada uma das mais antigas já localizadas em Israel.
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Os diretores da escavação, Dr. Amir Golani e Barak Tzin, destacaram que a prensa é “uma das pouquíssimas conhecidas de um período tão antigo, quando a urbanização começou em nossa região”.
Eles explicaram que, embora prensas de vinho sejam relativamente comuns no país, datá-las é um grande desafio. Até agora, apenas indícios indiretos sugeriam que o vinho era produzido há cinco milênios.
Com esta descoberta, os arqueólogos afirmam possuir uma “prova irrefutável” da produção de vinho primitiva na região.
Relíquias de uma antiga cultura cananeia
Além da prensa, os pesquisadores encontraram ruínas de edificações residenciais e objetos ligados a práticas religiosas de um culto popular cananeu datado de cerca de 3.300 anos.
Entre os achados estavam um modelo de santuário feito em cerâmica, utensílios cerimoniais em forma de animais e um conjunto de vasos rituais surpreendentemente intactos.
Esses artefatos geralmente aparecem apenas em fragmentos, o que dificulta entender como eram utilizados em conjunto. O fato de estarem preservados permitiu aos arqueólogos obter uma visão mais completa das práticas espirituais do período.
Indícios de rituais fora da cidade
Os vasos rituais estavam alinhados com uma ampla área de templo visível à distância, o que sugere que o culto cananeu também ocorria fora do centro urbano. Isso pode indicar que os agricultores locais, que viviam nas proximidades, participavam de cerimônias sem precisar entrar na cidade fortificada.
Os pesquisadores ressaltaram que Megido tem sido escavada há mais de um século e continua sendo um dos principais sítios para o estudo do urbanismo antigo e das práticas religiosas cananeias. As novas escavações, realizadas a leste do monte (tel), revelaram uma parte desconhecida da estrutura urbana, conectando a cidade murada às atividades que ocorriam ao redor dela.
Vinho e ritual no berço das cidades
De acordo com os arqueólogos, a prensa de vinho talhada na rocha fornece um elo claro entre o início da urbanização e a produção vinícola na região há 5.000 anos. Já as oferendas datadas de 3.300 anos demonstram a continuidade dos rituais de libação e culto popular ao longo dos séculos.
Essas descobertas indicam que o vinho não era apenas uma bebida, mas um elemento central na vida espiritual e social das antigas comunidades cananeias, conectando práticas religiosas, agricultura e o próprio desenvolvimento das primeiras cidades.



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