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Após prejuízo de R$ 14 bilhões, novo CEO da Stellantis promete cortes, revisão de fábricas e “decisões difíceis” para salvar Fiat, Jeep e Citroën

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 30/07/2025 às 14:04
Após prejuízo de R$ 14 bilhões, novo CEO da Stellantis promete cortes, revisão de fábricas e “decisões difíceis” para salvar Fiat, Jeep e Citroën
Foto: Após prejuízo de R$ 14 bilhões, novo CEO da Stellantis promete cortes, revisão de fábricas e “decisões difíceis” para salvar Fiat, Jeep e Citroën
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Novo CEO da Stellantis, Antonio Filosa, promete “decisões difíceis” após prejuízo de R$ 14 bilhões. Plano pode incluir cortes, revisão de fábricas e ajustes em marcas como Fiat, Jeep e Citroën.

A Stellantis, uma das maiores montadoras do mundo e dona de marcas icônicas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, está enfrentando um de seus momentos mais delicados desde a fusão que deu origem ao grupo. Sob o comando de Antonio Filosa, que assumiu o cargo de CEO em junho de 2025 após a saída de Carlos Tavares, a empresa registrou um prejuízo de R$ 14 bilhões no primeiro semestre do ano e anunciou que precisará tomar “decisões difíceis” para reverter a crise e salvar o desempenho de suas marcas mais fortes.

O balanço divulgado nesta semana mostra a gravidade da situação: a receita caiu de € 85 bilhões para € 74 bilhões, a margem operacional despencou de 10% para apenas 0,7%, e o prejuízo líquido de € 2,3 bilhões (R$ 12,8 bilhões) contrasta com os lucros expressivos de € 5,6 bilhões registrados no mesmo período de 2024.

Antonio Filosa Stellantis: um novo CEO diante do pior desafio da montadora

Em suas primeiras declarações, Antonio Filosa reconheceu que 2025 está sendo um ano “difícil”, mas garantiu que sua gestão está comprometida em “consertar o que está errado”. Ele afirmou que pretende “capitalizar tudo o que está certo na Stellantis — a força e energia de nossa equipe, os excelentes produtos em desenvolvimento — para restabelecer o lucro e melhorar significativamente os resultados”.

Embora não tenha dado detalhes sobre o plano de recuperação, Filosa deixou claro que o momento exige cortes, revisão de fábricas e ajustes estratégicos que podem impactar diretamente operações em diferentes mercados.

Prejuízo de R$ 14 bilhões: os fatores que levaram à crise

A Stellantis atribui o resultado negativo a uma combinação de fatores internos e externos:

  • Incerteza tarifária, com destaque para os impactos das tarifas dos EUA, que derrubaram as exportações de veículos para o mercado americano.
  • Oscilações cambiais que afetaram o balanço financeiro global.
  • Queda nas vendas de veículos comerciais leves na Europa, que levou inclusive ao fechamento da fábrica de vans em Luton, no Reino Unido.
  • Desempenho abaixo do esperado de modelos do segmento B na Europa, cujos lançamentos não impulsionaram as vendas como previsto.

Os reflexos foram sentidos principalmente nos dois maiores mercados do grupo: na América do Norte, as remessas caíram em 191 mil unidades, totalizando 647 mil, e na Europa, foram 98 mil unidades a menos, somando 1,4 milhão.

América do Sul: um dos poucos pontos positivos no balanço

Em meio ao cenário de perdas, a América do Sul despontou como um raro alívio. A Stellantis registrou crescimento de 77 mil unidades vendidas na região, totalizando 471 mil veículos, e gerou € 402 milhões em receita após impostos.

Esse desempenho foi impulsionado pelo sucesso de modelos como Fiat Strada, Fastback e Argo no Brasil e na Argentina, consolidando a importância do mercado sul-americano para a empresa em um momento de retração global.

Plano de recuperação Stellantis: o que esperar?

Com os resultados negativos, Antonio Filosa promete mudanças drásticas. O discurso de “decisões difíceis” sugere um pacote de medidas que deve incluir:

  • Cortes de custos operacionais e possível fechamento de unidades deficitárias.
  • Revisão de fábricas em regiões com baixa rentabilidade.
  • Ajustes no portfólio de produtos, focando em modelos mais lucrativos.
  • Negociações para reduzir os impactos das tarifas americanas sobre a exportação.

O CEO também aposta nos “excelentes novos produtos” que estão em desenvolvimento para ajudar a virar o jogo.

Fiat, Jeep e Citroën: as marcas no centro da estratégia

Entre as marcas do grupo, Fiat, Jeep e Citroën estão no centro da estratégia de recuperação. No Brasil e em outros mercados emergentes, a Fiat continua sendo a principal força, sustentada por modelos de alto volume.

A Jeep, por sua vez, é um dos nomes mais fortes em SUVs, mas enfrenta concorrência acirrada e precisa de inovação para manter a relevância.

A Citroën, tradicionalmente mais forte na Europa, deve passar por ajustes de portfólio e reposicionamento para reconquistar mercado em meio à queda nas vendas do segmento B.

Maserati e outros desafios

A Maserati, marca de luxo da Stellantis, também sofreu impacto: foram entregues apenas 4.200 unidades no semestre, uma queda de 2.300 em relação ao mesmo período do ano anterior. Embora represente um volume pequeno, a performance negativa da Maserati reforça a dificuldade do grupo em diferentes frentes.

Novo CEO da Stellantis encara 2025 com metas ousadas

Antonio Filosa herdou uma companhia em crise e já deixou claro que não descarta medidas impopulares. A previsão é que os próximos meses sejam ainda desafiadores, já que a empresa estima perdas adicionais de € 1,2 bilhão em 2025 devido às tarifas impostas pelos EUA, apesar das negociações em andamento entre o governo Trump e parceiros comerciais.

Mesmo com o cenário adverso, Filosa mantém o discurso otimista: “Tenho forte convicção de que vamos consertar o que está errado, porque temos pessoas talentosas e produtos excelentes em desenvolvimento.”

O prejuízo de R$ 14 bilhões expõe as fragilidades da Stellantis e exige uma reestruturação rápida e eficaz. Com “decisões difíceis” à vista, Antonio Filosa terá de equilibrar cortes e investimentos para evitar que a crise afete ainda mais as operações e marcas icônicas como Fiat, Jeep e Citroën.

O mercado acompanha com atenção. Se o plano de recuperação funcionar, a Stellantis pode emergir mais enxuta e competitiva. Mas o caminho será árduo, e as próximas medidas do novo CEO serão determinantes para o futuro de um dos maiores grupos automotivos do mundo.

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Luciano
Luciano
31/07/2025 15:38

Nos relatos de crise: Europa , europa, europa, América do norte, europa, europa e europa.

Aí os cara vão meter a acabamento de plástico no Compass daqui, retirar 2 airbags do renegade, colocar motorização aspirada com preço de turbos nos renaults…

Jorge
Jorge
Em resposta a  Luciano
31/07/2025 23:08

Renault não é da Stellantis.

GSR
GSR
31/07/2025 15:37

Pode esperar que o negócio vai ficar bonito aparti de amanhã o brasileiro quer saber de curtição e as empresas de dinheiro só a os dois e vira uma bomba relógio e isso mesmo que estava para acontecer e que esperar que a s coisas vão dar certo kkkkk bando de ****

Cleiton
Cleiton
30/07/2025 19:37

Tudo caiu. Não apenas stellantis. Existem muitas marcas. Reduzam a produção. A população não consegue consumir o que os fabricantes querem. Carros estão mudando, toda hora.

Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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