Marca do grupo Chery prepara entrada no Brasil com SUVs de estilo robusto e mecânica compartilhada com o Tiggo 7, revelada por Boris Feldmann, e deve disputar espaço com modelos de visual inspirado na Land Rover.
A Jetour, marca do grupo Chery, prepara sua estreia no Brasil com uma operação própria e foco em SUVs de perfil robusto.
A chegada ocorre em meio à expansão das fabricantes chinesas por aqui, após movimentos recentes de BYD e GWM.
A informação foi revelada pelo jornalista Boris Feldmann, em seu canal no YouTube, ao comentar sobre a nova ofensiva das marcas chinesas no país.
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Criada em 2018, a Jetour ganhou espaço no mercado asiático e agora estrutura equipe e escritório no Brasil para iniciar as vendas.
O desenho de parte de sua linha é “quadradão” e remete ao estilo da Land Rover, enquanto a mecânica usa conjuntos já conhecidos do grupo, como os aplicados ao Tiggo 7.
Operação independente no Brasil
Ao contrário da parceria histórica entre Chery e Caoa na Caoa Chery, a Jetour desembarca com estrutura independente.
O modelo de atuação segue a lógica adotada por Omoda & Jaecoo, divisão também ligada ao grupo e que implementou base própria no Brasil.
Com isso, a Jetour passa a formar um terceiro polo de atuação da Chery em território nacional, ampliando oferta e posicionamentos.
Enquanto a rede e a sede administrativa são organizadas, a marca trabalha nos trâmites para homologação dos primeiros produtos.
O plano é operar sem vínculo com fábricas e estruturas da Caoa, adotando governança, contratos e canais próprios.
A definição de rede de concessionárias e pós-venda acompanha essa montagem inicial.
Presença global da Jetour
Nascida em 2018 como submarca da Chery com foco em SUVs, a Jetour atua com modelos que variam do familiar ao off-road leve.
Em mercados internacionais, o portfólio reúne utilitários com dimensões médias e grandes, além de versões híbridas e, em alguns casos, plug-in.
Essa combinação de design de apelo aventureiro com conteúdo tecnológico ajudou a consolidar a marca em poucos anos em países da Ásia, Oriente Médio e América Latina.
Para o consumidor brasileiro, o apelo visual deve chamar atenção.
Parte da gama utiliza linhas retas, capô alto e caixas de roda salientes, soluções que dialogam com o imaginário de SUVs “raiz”.
O objetivo é ocupar um nicho já explorado por concorrentes com estética inspirada em veículos de trilha, mas com foco de uso urbano.
Estilo que remete à Land Rover
Embora sem reproduzir elementos proprietários de outras fabricantes, alguns modelos da Jetour adotam proporções e superfícies que lembram o Land Rover Defender.
Silhueta verticalizada, teto plano, ângulos de ataque e saída generosos e para-choques elevados reforçam o visual.
Esse direcionamento também aparece em itens funcionais, como proteções inferiores e barras de teto.
A leitura é de um utilitário pronto para encarar pisos irregulares, mas com acabamento e tecnologia de um SUV moderno.
No Brasil, essa linguagem visual tende a posicionar os produtos da marca em faixas onde estilo e percepção de robustez pesam na decisão de compra.
Mecânica alinhada ao Tiggo 7
No campo técnico, a Jetour utiliza soluções já conhecidas da Chery, inclusive motores ACTECO turboalimentados.
Em mercados externos, modelos da marca compartilham arquitetura e conjuntos com a família Tiggo, o que inclui opções 1.5 turbo e 1.6 turbo e câmbios de dupla embreagem.
No Brasil, o Tiggo 7 Pro/Pro Max é referência desse conjunto ao oferecer motor 1.6 turbo GDI de 187 cv com transmissão DCT de 7 marchas.
Essa combinação indica o patamar de desempenho que o público pode esperar da Jetour por aqui.
Ainda assim, a fabricante não divulgou qual configuração mecânica trará ao país.
A definição depende de homologação, estratégia de preço e disponibilidade global de powertrains.
Até lá, a sinalização é de alinhamento técnico com o que o grupo já comercializa, fator que tende a facilitar assistência, peças e treinamento de rede.
Modelos cotados para a estreia
A imprensa especializada aponta que a estreia deverá envolver SUVs de estilos distintos para cobrir públicos complementares.
Um deles é o T2 (Traveler), utilitário de linhas retas e proposta off-road leve, justamente o que mais evoca o visual “Land Rover”.
Outro candidato é o Dashing, voltado ao uso urbano com desenho mais esportivo. A presença desses modelos em testes no Brasil foi registrada por publicações do setor.
A Jetour não confirmou oficialmente qual chegará primeiro nem a data exata de lançamento.
Enquanto define o line-up inicial, a marca avança em contratações e na implantação de escritório em São Paulo, além de mapear a rede comercial.
O anúncio de garantia, pacotes de conectividade e calendário de entregas deve ocorrer na fase final de preparação.
Cenário favorável para marcas chinesas
A movimentação da Jetour ocorre em um ambiente favorável às marcas chinesas. A BYD inaugurou sua operação industrial em Camaçari (BA) e iniciou a montagem local de veículos a partir de 2025.
Já a GWM avança com a planta de Iracemápolis (SP), que inicia produção neste segundo semestre.
Esse pano de fundo reforça a leitura de que o Brasil vive uma nova fase de diversificação de marcas e produtos, especialmente entre SUVs.
Ainda que a Jetour não tenha detalhado metas de vendas, a expansão da infraestrutura local sugere competição acirrada no segmento de utilitários esportivos. A disputa por preço, conteúdo tecnológico e prazo de entrega deve se intensificar.