1. Início
  2. / Economia
  3. / Americanas planeja FECHAR muitas lojas ainda NESTE ANO
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Americanas planeja FECHAR muitas lojas ainda NESTE ANO

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 29/02/2024 às 17:38
Americanas, vagas de emprego, aprendiz, loja
Foto: Reprodução br.pinterest

A empresa continua tentando se recuperar da crise, e uma das formas encontradas para reestruturar-se é enxugando a quantidade de unidades.

Segundo informações do jornal “Folha de S. Paulo”, somente neste ano, a Americanas prevê fechar cerca de 80 pontos de venda espalhados pelo Brasil.

Em janeiro de 2023, a Americanas entrou em recuperação judicial devido a uma fraude contábil de R$ 25 bilhões. Atualmente, a empresa possui 1.680 lojas, mas até o final do ano pretende reduzir para 1.600 unidades.

Durante entrevista ao jornal mencionado, o presidente da companhia, Leonardo Coelho, afirmou que, apesar dos fechamentos, a expectativa é abrir algumas unidades em pontos considerados estratégicos. “Mas também acreditamos no crescimento da empresa, estamos estudando abrir dez novos pontos de venda até o fim do ano”, disse ele.

Hoje, a empresa está realizando uma série de desinvestimentos para realocar dinheiro para o novo público-alvo da empresa: homens e mulheres das classes B e C. Por conta disso, a empresa colocou à venda a rede de hortifrútis Natural da Terral, Único (franquias de Puket e Imaginarium) e até mesmo a fintech Ame Digital.

Unidades da Americanas

Em janeiro do ano passado, a Americanas somava 1.880 pontos de venda – incluindo todos os negócios. Atualmente, após a crise, esse número caiu para 1.748, representando uma queda de 7%. Essa diminuição envolve também unidades da Local (de lojas de conveniência) e do hortifrúti Natural da Terra.

Matematicamente falando, fechar 132 pontos de venda durante um ano significa uma unidade fechada a cada três dias. De acordo com o presidente da companhia, as unidades programadas para encerrar suas atividades neste ano “não apresentam uma contribuição positiva para a companhia, especialmente as de menor tamanho”.

Segundo ele, a Americanas dos próximos dois anos “será bem menor do que aquela que existia antes”, explicando que a mudança de público-alvo para as classes B e C, acima de 18 anos, vai alterar os produtos centrais da empresa.

Nesse sentido, ele relata que sairão de cena das lojas os eletroeletrônicos e os eletrodomésticos, e passarão a ter mais peso as guloseimas, os itens de higiene e beleza de marcas populares e tudo o que for considerado “conveniência”.

Itens considerados premium, por sua vez, poderão ser encontrados no marketplace, oferecidos pelos lojistas parceiros (“sellers”). “Nas lojas físicas, não teremos iPhone ou o Galaxy da Samsung. Mas esses modelos estarão no site, enquanto nas lojas serão oferecidos celulares de preços mais competitivos”, explicou o presidente da companhia.

Ainda conforme o presidente da companhia, na loja física, a ideia será trabalhar cada vez mais promoções no ponto de venda, trazendo para a frente da loja, todos os dias, os itens que estiverem com maior desconto em relação à concorrência.

De acordo com ele, a expectativa é positiva. Isso porque, enquanto a crise fez com que as vendas online desabassem 77% nos nove primeiros meses de 2023, as vendas nas lojas físicas recuaram apenas 4%. “Isso mostra o quanto a Americanas é uma marca forte e tem um público fiel”, disse ele, completando que a empresa perdeu “sellers no marketplace, mas quem ficou está vendendo cada vez mais.”

É preciso aguardar os próximos passos

Também em entrevista ao jornal citado, André Pimentel, sócio da consultoria Performa Partners, alertou que ainda é preciso aguardar os próximos passos da empresa. Isso porque, de acordo com ele, a evolução das despesas mostra que a Americanas ainda não cortou o bastante.

Conforme dados revelados pela empresa, foram R$ 4,1 bilhões em custos de vendas gerais e administrativos (SG&A, na sigla em inglês) nos nove primeiros meses de 2023, um recuo de 7,5% sobre o mesmo período do ano anterior.

“Está muito aquém do que deveria”, afirmou ele, lembrando que, “considerando apenas as despesas com vendas, a queda foi de 8,6%, enquanto a receita líquida despencou 45%”. Por outro lado, o prejuízo operacional dos nove primeiros meses de 2023 foi de R$ 2,4 bilhões, praticamente igual aos R$ 2,5 bilhões do ano anterior. Para o consultor, “isso só mostra que essa operação não para em pé”, diz Pimentel.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Tags
Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x