A Alemanha inaugura a incrível ponte aquática mais longa e cara do mundo de Magdeburg, um marco da engenharia moderna, que conecta importantes canais, revolucionando o transporte hidroviário e superando desafios históricos.
Imagine navegar em um canal que cruza um rio por cima. Parece impossível, mas é exatamente isso que acontece na ponte aquática de Magdeburg, na Alemanha. Essa obra de engenharia, inaugurada em 2003, faz parte de um projeto ambicioso que mudou o transporte hidroviário no país. O canal Elba-Havel atravessa o rio Elba, permitindo que embarcações passem sem enfrentar as variações do nível do rio, que frequentemente tornavam a rota intransitável.
A ponte aquática de Magdeburg, também conhecida como Wasserstraßenkreuz Magdeburg, está localizada na cidade de Magdeburg, no estado da Saxônia-Anhalt. Conecta o canal Mittelland, que se estende por 325,7 km ligando a região industrial do vale do Ruhr a Berlim e aos portos do mar Báltico, ao canal Elba-Havel, que conecta o Elba ao rio Havel, com 56 km de extensão. A estrutura principal da ponte tem 918 metros de comprimento e 34 metros de largura, sustentada por 20 pilares de concreto armado, sendo quatro submersos e os restantes elevando-se acima do rio Elba.
Construção da ponte aquática mais longa e cara do mundo na Alemanha
Construída entre 1997 e 2003, a ponte faz parte de uma intersecção hidroviária que inclui duas enormes eclusas: Rothensee e Hohenwarthe, cada uma com 190 metros de comprimento, 12,5 metros de largura e 18,5 metros de altura, permitindo a passagem de grandes embarcações. Antes da construção, navios que desejavam ir do canal Mittelland a Berlim precisavam fazer um desvio de 12 km, enfrentando as variações de nível do Elba. Isso gerava grandes prejuízos e ineficiências no transporte de cargas. Cada dia de interrupção na navegação do Elba custava 1 milhão de euros para as empresas de transporte, segundo a Associação Federal de Navegação Interior e Logística da Alemanha (BDB).
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A construção da ponte aquática de Magdeburg envolveu um esforço gigantesco na Alemanha com mais de 1500 trabalhadores e o uso de tecnologias avançadas. Os pilares de concreto, por exemplo, foram erguidos utilizando formas deslizantes hidráulicas, permitindo a construção contínua e rápida. As aduelas pré-moldadas de concreto usadas no tabuleiro da ponte pesam 120 toneladas cada, e foram posicionadas com precisão por guindastes flutuantes com capacidade para 600 toneladas. As eclusas, além de suas grandes dimensões, possuem comportas que pesam 1000 toneladas e foram equipadas com membranas especiais de poliuretano para garantir estanqueidade e durabilidade.
Custo total do projeto foi de aproximadamente 500 milhões de euros
O custo total do projeto foi de aproximadamente 500 milhões de euros, equivalente a mais de 2,5 bilhões de reais. Esse valor é o dobro do gasto na construção da eclusa de Tucuruí no Brasil e a ponte tem mais que o dobro do comprimento da ponte do Canal do Panamá. A conclusão da obra trouxe significativos benefícios econômicos, reduzindo custos e tempo de transporte entre regiões industriais e os portos do Mar do Norte, com uma economia anual estimada em 35 milhões de euros.
Além dos ganhos logísticos e econômicos, a ponte também contribui para a redução do impacto ambiental do transporte de cargas. Usar hidrovias em vez de estradas diminui as emissões de CO2, conforme estudo da Universidade Técnica de Dresden, que aponta que o transporte aquático emite apenas um terço do CO2 do transporte rodoviário.
A ponte aquática de Magdeburg é um exemplo de inovação e determinação, superando desafios históricos e revolucionando o transporte hidroviário na Alemanha. Ela não só impulsionou o desenvolvimento econômico da região, mas também se tornou um símbolo de avanço tecnológico, inspirando projetos semelhantes ao redor do mundo.