Após 17 dias no céu, balão da NASA amerissa no Pacífico e levanta investigação sobre falha que causou perda de altitude
Mais discretos que foguetes, os balões estratosféricos da NASA seguem cumprindo papéis cruciais na ciência. O mais recente deles encerrou sua missão após mais de duas semanas sobrevoando o hemisfério sul.
17 dias de trajetória pelos céus do sul
O balão foi lançado no dia 17 de abril, a partir do aeroporto de Wanaka, na Nova Zelândia. Em pouco mais de duas semanas, ele percorreu uma rota pelas latitudes médias do hemisfério sul.
O voo durou exatamente 17 dias, 13 horas e 47 minutos. No dia 3 de maio, completou uma volta completa ao redor do planeta e, em 4 de maio, amerissou no Oceano Pacífico, a cerca de 1.300 quilômetros da costa leste neozelandesa.
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Esse foi o primeiro voo da Campanha de Balões de Superpressão 2025, conduzida pela NASA. E, embora tenha cumprido os requisitos mínimos da missão, houve um problema durante o trajeto.
Vazamento e fim antecipado da missão
Durante a travessia de regiões com temperaturas mais baixas, os operadores notaram que o balão estava perdendo altitude durante a noite. A equipe suspeitava de um possível vazamento e, por precaução, decidiu encerrar o voo antes do previsto.
A decisão foi tomada para garantir segurança e minimizar qualquer impacto ambiental. Não houve tentativa de recuperar o equipamento.
A carga útil, com cerca de duas toneladas, foi usada como peso para afundar todo o sistema até o fundo do oceano o mais rápido possível. Assim, evita-se que os destroços fiquem na zona onde vivem a maioria das espécies marinhas.
Experimento em voo
O balão transportava a missão HIWIND, que tinha como objetivo medir o vento neutro na termosfera. Essa camada da atmosfera está localizada entre a mesosfera e a exosfera.
Os dados ajudam os cientistas a entender melhor o comportamento da ionosfera, região que afeta diretamente os sistemas de navegação e comunicação.
Esse voo também serviu para testar um novo design de balão de superpressão. Por não ter atingido a duração esperada — o recorde anterior foi de 57 dias — a NASA vai investigar as causas da perda de altitude. O objetivo é evitar que o mesmo tipo de falha ocorra em lançamentos futuros.
Apesar do contratempo, a missão não parou. Um segundo balão da campanha foi lançado no próprio dia 3 de maio. Ele já está em operação e pode ser acompanhado em tempo real no site da NASA.
O que são balões de superpressão
Esses balões têm formato de abóbora e estrutura completamente selada. Eles mantêm uma pressão interna positiva e um volume quase constante, o que proporciona voos mais longos e estáveis.
O diâmetro pode chegar a 150 metros e o volume, a 1,13 milhão de metros cúbicos — suficiente para abrigar um estádio de futebol inflado em seu interior.
Podem alcançar até 36 quilômetros de altitude, mais que o dobro de um avião comercial. Em alguns testes, eles já foram considerados como alternativa para o turismo espacial.
Ciência acima das nuvens
Os balões científicos da NASA são uma opção de baixo custo para acessar a estratosfera. Com eles, é possível estudar o espaço e a Terra, sem depender de foguetes.
Alguns modelos, inclusive, carregam telescópios. A média atual é de 10 a 15 voos por ano, dentro do Programa de Balões Científicos da agência.
A mais recente missão terminou de forma antecipada, mas deu mais uma volta completa ao mundo e reforçou o potencial desses gigantes silenciosos para a ciência.
Com informações de Xataka.