US$ 50,8 bilhões. Esse foi o valor das importações chinesas, apenas no agro do Brasil. Se o valor for convertido na cotação atual, significa que o país asiático deixou na balança comercial brasileira mais de R$ 306 bilhões, 43,3% acima do que foi negociado em 2021 e, olhando para 2018 do comércio exterior, os números representam o dobro do desempenho.
O percentual de 31,9% se refere ao total dos valores embarcados no papel. Informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) mostram que o Brasil exportou US$ 159 bilhões em cinco setores de produtos do campo.
Um dos portos que desembarcam os produtos importados do Brasil é o Porto de Lianyungang, situado na província de Jiangsu. Entre os setores que faturam mais, ou seja, acima de US$ 1 bi, estão o complexo sucroalcooleiro e fibras, o setor de produtos têxteis e de produtos florestais, o de carnes, e o de soja. Os valores, da ordem de US$ 48,915 bi, representam 83,2% de tudo o que foi embarcado.
No que se refere à soja, analistas veem que a ascensão é resultado do grande esforço que os chineses têm feito na movimentação da indústria de ração animal, em especial, ração para a suinocultura. E para tanto, estocar é imprescindível nesse sentido.
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A China também tem desenvolvido políticas de cultivos nas terras agricultáveis. Seguiram a soja, as carnes, US$ 10,4 bilhões para a aquisição de 2,2 milhões de toneladas da proteína.
Reviravolta na configuração global
Esse é o movimento que tem sido feito pela China nos últimos 20 anos. E o país anuncia que pretende seguir na mesma rota. Isto porque, com 1,4 bilhão de habitantes, e deles, 200 milhões de pessoas na linha de pobreza, os quais o governo ditatorial quer retirar, não há outro caminho.
Entretanto, o crescimento da classe média tem preocupado o país asiático, hoje em dia, cerca de 300 milhões de pessoas. E este público possui mais ambições, busca consumir produtos mais elaborados. Mesmo com previsões de que, até 2050, a população chinesa reduza para 1,35 bilhão, como apontado por instituições de referência como o Banco Mundial, não há previsão de que as demandas diminuam, ao contrário, aumentem.
Outro produtos do Agro do Brasil também possuem uma demanda considerável e crescente. São eles o chá, os óleos, o cacau, o café, os sucos, os cereais, e a ração animal, com destaque para o suco (laranja, US$ 95,1 milhões) e para o café (US$ 86,2 milhões).
O setor está empolgado para o ano de 2023, já que há indícios de que o Brasil será beneficiado com as movimentações do mercado. Há oportunidades para os países exportadores em geral, agora o desânimo apresentado pelo Banco Mundial durante o Fórum Mundial de Davos, na semana de 16 a 20 de janeiro próximo passado.
Há previsão de redução no crescimento, entretanto, chineses e outros países já anunciaram que não pretendem parar de exportar. E também, na virada de 2022 para 2023, a China começou também a importar o milho brasileiro. Em 2022, 1,165 milhões de toneladas foram embarcadas, e há a expectativa de que, neste ano, o maior comprador mundial de milho adquiram 18 milhões de toneladas.