A Aeris fortalece seu controle acionário e se prepara para nova fase de expansão no setor eólico brasileiro, com oportunidades crescentes no mercado offshore e investimentos em inovação e sustentabilidade.
A Aeris Indústria e Comércio de Equipamentos para Geração de Energia S.A. (B3: AERI3), fabricante de pás eólicas reconhecida na América Latina, está passando por uma reconfiguração em seu capital social, conforme anunciado nesta segunda, 06. A mudança reforça o controle do grupo fundador e ocorre em um momento estratégico para a energia eólica no Brasil.
De acordo com comunicado divulgado ao mercado, o Banco BTG Pactual S.A. reduziu sua participação para 24,99%, enquanto os acionistas controladores ampliaram sua fatia para 51,80% do total de ações ordinárias. O movimento demonstra confiança no potencial de crescimento da Aeris e na retomada do setor eólico, especialmente no segmento offshore.
BTG Pactual ajusta portfólio e controladores apostam na expansão da Aeris
O BTG Pactual, que tinha participação relevante desde o IPO da Aeris em 2020, optou por reduzir sua fatia como parte de um processo de realocação estratégica de ativos no setor de energia. A saída parcial ocorre após a empresa consolidar suas operações na B3 e expandir sua produção industrial, voltada em grande parte à exportação.
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Com a liquidação da operação, o banco passa a deter menos de 25% das ações. Enquanto isso, os controladores fortalecem sua presença acima de 50% do capital, criando uma estrutura acionária mais estável e concentrada. Essa mudança tende a facilitar decisões estratégicas de longo prazo e fortalece a capacidade da Aeris de investir em inovação, eficiência produtiva e sustentabilidade.
Aeris se destaca na cadeia de produção eólica
Fundada no Ceará, a Aeris consolidou-se como uma das principais fabricantes de pás eólicas do Hemisfério Sul, fornecendo componentes para gigantes globais como Vestas, Nordex e Siemens Gamesa. A proximidade do Porto do Pecém favorece exportações e o atendimento a parques eólicos nas regiões Norte e Nordeste, que são polos importantes da geração renovável no país.
Nos últimos anos, a empresa investiu fortemente em automação industrial, qualificação técnica e processos sustentáveis. Tais investimentos ampliaram sua capacidade de produção para acompanhar o ritmo de crescimento da matriz renovável brasileira. Com a retomada de projetos eólicos onshore e a regulamentação do mercado offshore, a Aeris posiciona-se como elo essencial na transição energética nacional.
O aumento da participação dos controladores é interpretado pelo mercado como um sinal de confiança na estratégia de longo prazo da Aeris. Uma estrutura de controle mais consolidada facilita decisões estratégicas e alinha interesses entre gestão e acionistas, fator crucial em momentos de expansão e transformação tecnológica.
A empresa também mantém práticas consistentes de governança e transparência, conforme exigências da B3 e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Essa postura fortalece sua imagem institucional e consolida a Aeris em um mercado cada vez mais competitivo, atento a critérios ambientais, sociais e de governança (ESG).
Eólica offshore: nova fronteira de oportunidades
O momento não poderia ser mais oportuno para o setor eólico offshore no Brasil. O país aguarda a aprovação de um marco legal específico, que deve impulsionar investimentos em geração de energia em alto-mar. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o potencial técnico brasileiro para offshore ultrapassa 700 GW, volume quase seis vezes maior que a atual capacidade instalada de toda a matriz elétrica nacional.
Empresas como a Aeris, que dominam tecnologia e processos industriais em grande escala, estão posicionadas para desempenhar papel decisivo nesse novo cenário. A proximidade da companhia com portos estratégicos e o domínio técnico em materiais compostos permite fornecer pás e componentes sob medida para turbinas marítimas, consolidando o Brasil como um futuro protagonista global da energia eólica offshore.
O fortalecimento do bloco de controle na Aeris sinaliza otimismo em relação ao setor elétrico brasileiro. Em um momento de transição global para fontes limpas e competitivas, a decisão demonstra o compromisso dos controladores com expansão industrial, inovação tecnológica e geração de empregos qualificados, especialmente em regiões estratégicas como o Nordeste.
Além disso, o novo arranjo societário evidencia não apenas a confiança na companhia, mas também a relevância do Brasil na transição energética mundial. O crescimento do setor eólico, tanto onshore quanto offshore, torna-se cada vez mais central na matriz energética nacional, refletindo tendências globais de sustentabilidade e competitividade.