Arqueólogos confirmam a localização de um hipódromo romano de cerca de 450 m em Kayseri, a antiga Cesareia. A área funcionou como aterro sanitário entre 1950 e 1980 e foi registrada como sítio arqueológico em 25 de setembro de 2025.
Pesquisadores da prefeitura metropolitana cruzaram mapas do século XIX com imagens aéreas recentes e identificaram um traço oval típico de circo romano no subsolo urbano de Kayseri, onde antes funcionou como um aterro sanitário.
Relatos de viajantes como Gregorios Bernardakis ajudaram a apontar o ponto onde um desenho antigo já trazia a palavra “Circus”, acelerando as sondagens.
Levantamentos arqueogeofísicos subsequentes corroboraram fundações extensas e a planta em U do recinto, consolidando a hipótese de um hipódromo de grande porte, medindo aproximadamente 450 metros de comprimento.
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Debaixo de um antigo aterro sanitário
Fotos históricas indicam uso do terreno como lixão municipal entre as décadas de 1950 e 1980, com acúmulo aproximado de 20 m de entulho que manteve a estrutura soterrada.

A imprensa local relata que o local abriga hoje o Bitpazarı, mercado a céu aberto que convive sobre camadas de resíduos e, abaixo delas, um monumento romano.
Especialistas avaliam que o soterramento involuntário pode ter preservado vestígios arquitetônicos ao impedir cortes e fundações modernas no sítio.
A extensão medida, de cerca de 450 m, coloca Kayseri entre os maiores exemplos regionais e como o terceiro hipódromo identificado na Anatólia.
Kayseri: de Mazaka a Cesareia na Capadócia
A cidade foi conhecida como Mazaka no período helenístico e depois Eusébia sob a dinastia dos Ariarates, refletindo a centralidade política local. Com a anexação romana, Tibério (14–37 d.C.) elevou o status urbano e renomeou o centro para Cesareia, marco de poder e de cultura imperial.
Nos hipódromos, corridas de cavalos e bigas mobilizavam multidões e elites, além de servirem a cerimônias imperiais e mensagens políticas.
A identificação em Kayseri reforça a rede de entretenimento romano no Oriente e dialoga com estruturas conhecidas em Éfeso e Pérgamo.
Para a Capadócia, o achado amplia o patrimônio arqueológico além das paisagens rupestres, agregando um ativo histórico de alta atratividade.
Proteção legal, próximos passos e impacto
Em 25 de setembro de 2025, o conselho regional registrou a área como sítio arqueológico de 3º grau por decisão nº 9093, garantindo proteção formal.
Escavações amplas exigem plano técnico, pois o depósito de resíduos é profundo e o mercado segue ativo, por ora avançam estudos e sondagens.
Autoridades municipais afirmam que novas fases de datação e mapeamento estrutural definirão cronologia e conservação sem paralisar a vida urbana.
Como a descoberta foi possível
A equipe combinou cartografia histórica, ortofotos e dados geofísicos para reduzir incertezas, método que ganha força em centros densamente ocupados.
O caso de Kayseri sugere que outros monumentos romanos podem permanecer ocultos sob aterros e infraestruturas, pedindo varreduras sistemáticas. Tecnologia, arquivos e gestão patrimonial podem revelar novas camadas das cidades sem grandes demolições.
Veículos como Türkiye Today e Euronews detalharam o processo e a extensão do hipódromo, permitindo checagem cruzada e contexto histórico.
O que está em jogo para turismo e para a ciência
A confirmação em Kayseri reposiciona a Capadócia também como polo de arqueologia urbana, diversificando roteiros além dos vales e cavernas.
Programas de visitação controlada e sinalização educativa podem conectar o Bitpazarı a narrativas do período romano, gerando renda local.
Universidades turcas e estrangeiras tendem a disputar parcerias para escavações, com ganhos para formação, pesquisa e diplomacia cultural.
No seu lugar, o aterro sanitário deveria virar parque arqueológico? Ou preservar o mercado popular é mais justo com a economia local? Comente se Kayseri deve priorizar turismo histórico, comércio cotidiano ou um modelo híbrido que concilie ambos.



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