Conheça a Yamaha de R$8.000 CUB que saiu de linha, mas conquistou o mercado de usadas com sua fama de robusta, econômica e uma excelente alternativa à Honda Biz
Existe uma Yamaha de R$8.000 que se tornou um verdadeiro “clássico cult” no mercado de motocicletas usadas no Brasil. A Crypton 115, uma CUB (Cheap Urban Bike) que teve sua produção encerrada em 2016, ganhou uma reputação de ser “indestrutível”. Sua fama de robustez, somada a um consumo de combustível que facilmente ultrapassa os 40 km/l, a transformou em uma das opções mais inteligentes e cobiçadas para quem busca um veículo confiável e econômico para o dia a dia.
Mesmo fora de linha, a demanda pela Crypton se mantém alta, o que fez seu preço de mercado se descolar da Tabela FIPE. A grande questão para o consumidor é entender o que faz desta moto uma escolha tão acertada e quais são suas vantagens e desvantagens em relação à sua eterna rival, a Honda Biz.
Por que a Crypton saiu de linha?
A Yamaha Crypton teve duas gerações no Brasil. A primeira, com motor 105cc, foi vendida de 1997 a 2005. Após um hiato, a Yamaha relançou o modelo em 2010, já como T115, com motor de 114cc e novo design. O objetivo era claro: competir diretamente com a líder de mercado, a Honda Biz.
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No entanto, a Crypton ficou em uma posição estratégica complicada. De um lado, tinha a Honda Biz, que era percebida como mais moderna por ter injeção eletrônica e um porta-objetos maior. Do outro, a Honda Pop, uma opção ainda mais barata. A Crypton acabou “espremida” entre as duas rivais e, apesar de suas qualidades, não atingiu um volume de vendas que justificasse sua continuidade, sendo descontinuada em 2016.
O que faz da Crypton uma moto tão confiável?
A fama de “indestrutível” da Crypton vem de seu projeto mecânico, que prioriza a simplicidade e a durabilidade. Seu motor monocilíndrico de 114cc e 8,2 cv não foi feito para performance, mas para resistir ao uso severo sem apresentar problemas. Um mecânico com 15 anos de experiência em concessionárias Yamaha chegou a afirmar que nunca precisou abrir um motor de Crypton para reparos.
Seu sistema de alimentação é por carburador, mas com um diferencial tecnológico importante: uma válvula de corte que interrompe o fluxo de combustível em desacelerações, o que a torna extremamente econômica. O câmbio é semi-rotativo de quatro marchas, eliminando a necessidade de manete de embreagem e simplificando a pilotagem.
A ciclística como grande diferencial, mais moto, menos scooter
O grande trunfo da Crypton, e o que mais a diferencia da Biz, é sua ciclística. A Yamaha optou por usar rodas raiadas de 17 polegadas tanto na dianteira quanto na traseira. Essa escolha proporciona muito mais estabilidade e segurança ao passar por buracos e irregularidades, dando uma sensação de pilotagem mais próxima à de uma motocicleta.
A suspensão, com garfo telescópico na frente e duplo amortecedor com ajuste de pré-carga na traseira, também contribui para essa robustez. O conjunto faz da Crypton uma moto notavelmente superior à sua concorrente para encarar o asfalto de má qualidade das cidades brasileiras.
Vale a pena comprar uma Yamaha de R$8.000 em 2025?
Se você procurar por uma Crypton 115 hoje, encontrará uma grande diferença entre o valor da Tabela FIPE, que costuma ser baixo, e o preço real de mercado. Uma Yamaha de R$8.000 é uma expectativa realista para um modelo 2016 em bom estado, reflexo da alta demanda e baixa oferta.
A compra é uma escolha inteligente, mas é preciso conhecer seus pontos fracos. O banco é considerado duro e pode ser desconfortável em trajetos longos. Além disso, o compartimento sob o assento é muito pequeno, não cabendo um capacete.
O veredito é claro: para quem busca o menor custo de manutenção possível, confiabilidade lendária e uma pilotagem mais segura e estável, a Crypton 115 é uma das melhores opções do mercado de usadas, mesmo que seu status de “barata” já tenha sido atualizado pelo mercado.