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Fim do Orkut: como uma das redes mais queridas do Brasil desapareceu da internet

Publicado em 09/05/2025 às 20:39
Orkut, Rede social, Brasileiros, Internet, Google
Imagem ilustrativa: IA
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Primeira rede social de milhões de brasileiros, o Orkut foi um fenômeno cultural que transformou a forma de se relacionar online, criando laços, debates e lembranças que resistem ao tempo

O Orkut foi a primeira rede social de milhões de brasileiros. Durante dez anos, ele fez parte do cotidiano de quem usava a internet para fazer amizades, postar recados e participar de comunidades.

Mas, em 30 de setembro de 2014, o Google decidiu encerrar oficialmente a plataforma. Era o fim de uma era que começou em 2004 e deixou marcas profundas na memória digital do país.

Um projeto que virou fenômeno

Criado por Orkut Büyükkökten, um engenheiro do Google, o site surgiu como um projeto experimental dentro da empresa. Na época, os funcionários podiam usar parte de seu expediente para desenvolver ideias próprias.

A proposta cresceu rápido. Brasil e Índia tornaram-se os países com maior número de usuários, fazendo do Orkut um fenômeno em escala mundial.

Comunidades, recados e depoimentos

O funcionamento da plataforma era simples e cativante. O usuário criava um perfil, adicionava fotos, gostos pessoais e fazia parte de comunidades.

Essas comunidades iam de fãs de bandas e times de futebol até títulos inusitados e engraçados, como “Queria sorvete, mas era feijão” ou “Nos EUA, até pobre fala inglês”. Elas eram uma forma de mostrar personalidade e interesses de forma leve, divertida e até crítica.

As interações também se destacavam. Era possível deixar recados — os famosos scraps — ou depoimentos no perfil dos amigos.

Esse ambiente colaborativo gerava engajamento e fazia com que o Orkut se tornasse uma rede social ativa, cheia de movimento e com cara própria. Os tópicos dentro das comunidades permitiam longas discussões, geralmente bem organizadas, com regras e moderação.

Problemas e primeiros sinais de queda

Mas, nem tudo foram flores. Com o crescimento, vieram problemas. Em 2008, a rede foi alvo de polêmicas envolvendo a disseminação de pornografia infantil.

Como resposta, o Google firmou um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Federal, prometendo colaborar com investigações e ajudar a rastrear criminosos.

A queda do Orkut começou a se desenhar em 2011. Naquele ano, o Facebook já tinha 600 milhões de usuários globais e começava a dominar o mercado.

No Brasil, uma pesquisa do Ibope mostrou que a rede de Mark Zuckerberg havia ultrapassado o Orkut em número de usuários. A migração foi rápida e muitos usuários deixaram o antigo perfil de lado em busca das novas ferramentas e interfaces oferecidas pelo concorrente.

O fim e a mensagem do Google

O próprio Google admitiu que suas outras plataformas ajudaram no fim do Orkut. Ferramentas como YouTube, Blogger e o Google+ ocuparam o espaço da rede social. Com isso, a empresa decidiu que não fazia mais sentido manter o site ativo.

No anúncio oficial de encerramento, Paulo Golgher, diretor de engenharia do Google, publicou um texto dizendo: “Foram dez anos inesquecíveis. Pedimos desculpas para aqueles que ainda utilizam o Orkut regularmente.”

Orkut: Legado de interações e memória digital

Durante seus dez anos de existência, o Orkut acumulou números impressionantes. Foram 51 milhões de comunidades, 120 milhões de tópicos e mais de 1 bilhão de interações. O site chegou a disponibilizar um “museu virtual” com as principais comunidades, como “Eu Odeio Acordar Cedo” e “Eu amo minha MÃE!”.

Mesmo após uma década do fim, o Orkut segue vivo na lembrança de quem viveu a fase inicial das redes sociais. E para muitos, ele continua sendo sinônimo de uma internet mais inocente e divertida.

Com informações de UOL.

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Romário Pereira de Carvalho

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