A tarifa de 50% aplicada por Donald Trump sobre o café brasileiro afeta importadores nos Estados Unidos, eleva custos logísticos, provoca alta de até 40% no preço final e intensifica tensões comerciais entre Brasil e EUA.
A tarifa de 50% imposta por Donald Trump ao café do Brasil já impacta diretamente o mercado americano, com aumento de preços, contratos cancelados e redirecionamento de cargas para outros países. A medida, em vigor desde 6 de agosto, alterou o equilíbrio das importações no maior consumidor de café do mundo, forçando empresas a buscar alternativas para evitar o imposto.
De acordo com o portal do G1, o café brasileiro representava um terço do total de grãos vendidos nos EUA. Com a nova taxa, importadores como a Lucatelli Coffee passaram a enviar seus carregamentos para o Canadá, onde podem armazenar os produtos sem incidência do tributo. Os custos logísticos cresceram, mas ainda são menores do que a perda causada pela tarifa de 50%.
O impacto direto da tarifa de 50% no mercado americano
Desde a entrada em vigor da tarifa de 50%, o café brasileiro tornou-se menos competitivo nos Estados Unidos. Importadores relatam aumento de até 40% nos preços ao consumidor final e retração nos estoques.
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Donald Trump reduziu as tarifas de importação sobre produtos da China, favorecendo o país asiático em relação ao Brasil, enquanto os EUA iniciam novas negociações comerciais bilaterais.
Alguns contratos foram cancelados, e parte das torrefadoras americanas passou a testar grãos de outros países para compensar o déficit de oferta.
O empresário Steven Walter Thomas, da Lucatelli Coffee, afirma que o custo extra com transporte e armazenagem é o preço a pagar para fugir do imposto.
“É um dilema: esperar por um acordo comercial ou arcar com a logística mais cara”, declarou à imprensa internacional.
Escassez de café e substituição por grãos de outros países
Com a tarifa de 50%, empresas de torrefação nos EUA estão esgotando rapidamente seus estoques de café brasileiro. Algumas, como a Downeast Coffee Roasters, informaram que cancelaram pedidos de embarques avaliados em até US$ 250 mil por contêiner para evitar prejuízos.
Em busca de alternativas, o setor passou a comprar café da Colômbia, México e América Central, o que elevou os preços regionais em até 10%.
Ainda assim, a qualidade e a disponibilidade não compensam totalmente a ausência dos grãos brasileiros, reconhecidos mundialmente pela padronização e sabor.
A escalada de preços no varejo dos EUA
O reflexo mais visível da tarifa de 50% é sentido pelos consumidores americanos. O preço do café torrado e moído subiu 41% em setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do governo dos EUA.
Parte da inflação é explicada pela quebra de safra em países produtores, mas o novo imposto foi determinante para a alta nas gôndolas.
Importadores e torrefadores relatam que o aumento é inevitável. “O consumidor está pagando a conta”, resumiu Thomas. Clientes relatam que produtos que custavam US$ 6 ou US$ 7 agora passam de US$ 11, o que representa a maior alta anual em uma década.
As motivações políticas da decisão de Donald Trump
A decisão de Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre o café do Brasil foi apresentada como medida comercial, mas teve forte componente político.
O ex-presidente americano acusou o governo brasileiro e o Supremo Tribunal Federal de perseguirem Jair Bolsonaro após as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
Semanas após a medida, Trump e Lula se reuniram na Malásia para discutir a situação. Lula se mostrou otimista com a possibilidade de revisão das tarifas, enquanto Trump declarou que o encontro foi “muito bom”, mas sem garantias de acordo.
O episódio expõe a mistura entre política externa e protecionismo econômico que marca o atual ciclo de relações entre Brasil e EUA.
Um impasse que desafia produtores e importadores
Para o setor cafeeiro, o desafio é duplo: preservar os contratos internacionais e manter a competitividade diante da tarifa de 50%.
Empresas americanas já alertam que, se o impasse persistir, haverá retração nas importações e mudança definitiva na origem do café consumido nos Estados Unidos.
Enquanto isso, os produtores brasileiros observam com preocupação a perda temporária de um mercado consolidado e o risco de verem outros países ocuparem esse espaço.
A expectativa é que o tema volte à mesa nas próximas reuniões bilaterais, mas analistas consideram improvável que Donald Trump reverta a medida no curto prazo.
Você acredita que a tarifa de 50% imposta por Donald Trump ao café do Brasil deve ser revista para estabilizar os preços nos EUA ou que o setor americano vai se adaptar sem o produto brasileiro?



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