A soberania do GPS: podem excluir o Brasil do sistema global? Atila Iamarino explica como a dependência tecnológica levanta dúvidas sobre a soberania do GPS e os riscos geopolíticos para o Brasil
O debate sobre a soberania do GPS ganhou força diante de um cenário em que a tecnologia deixou de ser apenas militar e se tornou indispensável para a vida civil e econômica. Do transporte de cargas à sincronização de sistemas bancários, passando por aplicativos de mobilidade e até operações militares, a localização por satélite é hoje um pilar invisível do mundo moderno.
Mas o que aconteceria se, por razões políticas, os Estados Unidos — que controlam o sistema — resolvessem restringir o acesso de países como o Brasil? Essa possibilidade, ainda que remota, levanta questionamentos sobre dependência tecnológica e autonomia estratégica.
O GPS como infraestrutura global
Criado nos anos 1970 em plena Guerra Fria, o GPS nasceu como um projeto militar norte-americano. Com o tempo, foi aberto para uso civil e se transformou em infraestrutura essencial para bilhões de pessoas. Hoje, sua precisão orienta desde aeronaves comerciais até colheitadeiras no campo e operações de alta frequência no mercado financeiro.
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Segundo Atila Iamarino, a soberania do GPS é um tema que vai além da navegação. Isso porque o sistema não apenas aponta coordenadas geográficas: ele fornece o padrão de tempo global usado para validar transações digitais, sincronizar redes de energia elétrica e permitir o funcionamento de serviços básicos como telefonia móvel e internet.
O risco de exclusão é real?
Na prática, bloquear o acesso de um país ao GPS seria um ato de grande impacto geopolítico e econômico. Para que o Brasil fosse excluído, os EUA precisariam alterar a emissão de sinais de satélite ou criar zonas de restrição, o que afetaria não apenas brasileiros, mas também países vizinhos e empresas multinacionais que operam na região.
Além disso, a medida teria efeito contrário ao desejado: aceleraria a adoção de sistemas alternativos já disponíveis, como o Galileo (Europa), o Beidou (China) e o Glonass (Rússia), que hoje rivalizam em precisão e confiabilidade. Ou seja, abrir mão do GPS seria perder protagonismo tecnológico e estratégico.
O problema real: sabotagem e interferência
Especialistas apontam que o risco mais imediato não é a exclusão deliberada de países, mas sim a sabotagem local do sinal, prática já registrada em zonas de conflito como Ucrânia e Oriente Médio. Interferências podem derrubar a precisão de rotas de aviões, enganar navios com falsas coordenadas e até atrapalhar o funcionamento de aplicativos de transporte urbano.
No Brasil, casos pontuais de falhas de GPS em aeroportos, como em Guarulhos, levantaram suspeitas de interferência externa. Isso mostra como a soberania do GPS é vulnerável a ataques pontuais, mesmo que o sistema global permaneça ativo.
Caminhos para a autonomia brasileira
A discussão sobre soberania tecnológica ganha força em um contexto de multipolaridade. Se depender apenas dos EUA traz riscos, investir no uso combinado de múltiplos sistemas de satélite pode ser a saída mais segura. Hoje, smartphones modernos já captam sinais de GPS, Galileo, Beidou e Glonass, reduzindo a dependência de um único provedor.
Além disso, cresce o debate sobre desenvolver infraestruturas nacionais de posicionamento complementar, sobretudo para setores estratégicos como agricultura, defesa e telecomunicações. Garantir resiliência tecnológica pode ser a chave para que o Brasil não seja refém de disputas internacionais.
No fim, a questão não é apenas tecnológica, mas política. A soberania do GPS expõe a fragilidade de um mundo altamente conectado, mas controlado por poucas potências. Para o Brasil, o desafio está em equilibrar cooperação internacional com autonomia estratégica, evitando que uma eventual crise política afete serviços vitais.
E você, acredita que o Brasil deveria investir em alternativas próprias para reduzir a dependência do GPS americano ou confia que a cooperação internacional evitará esse risco? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade na prática.
Devemos lutar para termos independência tecnológica em todos os setores
Se não fossemos tão pendurados nos EUA não correriamos nenhum risco .Cadê nossa capacidade desenvolver algo?
No dia que tivermos educação, saúde e saneamento básico universais e de qualidade, poderemos começar a pensar em termos um sistema GPS nosso, por enquanto é utopia para **** dormir.