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A primeira carne bovina cultivada em laboratório do mundo está prestes a chegar aos pratos e ser liberada para consumo global

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 07/10/2024 às 07:15
A primeira carne bovina cultivada em laboratório do mundo está prestes a chegar aos pratos e ser liberada para consumo global
Foto: Dall-e

Conheça a primeira carne bovina cultivada em laboratório que já está pronta para comercialização. A novidade deve chegar aos mercados de Israel e outros países em breve, revolucionando o setor alimentício.

Lucy, uma vaca da raça Black Angus, nasceu em 2011 em uma fazenda na Califórnia, e logo se destacou como um exemplar premium, conhecida por fornecer óvulos de altíssima qualidade. Seus gametas foram distribuídos globalmente para criadores interessados em melhorar geneticamente seus rebanhos. Agora, Lucy entra para a história de forma inovadora: sua contribuição vai além do tradicional. Neste artigo, vamos explorar o avanço revolucionário da carne bovina cultivada em laboratório, uma inovação que promete transformar a indústria alimentícia, com foco em sustentabilidade e eficiência na produção de proteína animal.

Primeira carne de laboratório aprovada para consumo

Um punhado de células de Lucy fugiu do padrão. O material foi enviado para a cidade de Rehovot, em Israel. Lá, os cientistas da startup de agricultura celular Aleph Farms “cultivaram” óvulos da black angus e delas “colheram” bifes. Morta em 2022, de causas naturais, agora, Lucy está entrando para a história do futuro da alimentação como a “mãe” da primeira carne cultivada em laboratório a ser liberada para consumo. 

O aval vem do Ministério da Saúde de Israel, após um ano e meio de consultas. Até então, apenas dois países haviam aprovado o consumo de carne de laboratório: Singapura, em 2020, e Estados Unidos, em 2023. Em ambos, o aval das autoridades sanitárias foi para carne de frango. Desta forma, Lucy será a primeira carne de vaca a ser aprovada.

O primeiro corte a ser lançado pela foodtech de Rehovot, sob a marca de Alpeh Cuts, é um “petit steak”. Por ora, a carne cultivada em laboratório estará disponível em alguns restaurantes selecionados de Israel.

Segundo Yoav Reisler, porta-voz da empresa, em entrevista, atualmente, é operada uma unidade de produção piloto e são produzidas quantidades limitadas de Aleph Cuts, cerca de 10 toneladas por ano. A instalação possui três propósitos específicos: aprovações regulatórias, lançamentos e expansão.

Atores de Hollywood investem em carne bovina cultivada em laboratório

Fundada em 2017 pelo engenheiro e CEO, Didier Toubia, pela PhD em genética e CTO, Neta Lavon, e pela bióloga molecular Shulamit, Levenberg, a Aleph Farms já levantou, até então, quase US$ 120 milhões, segundo informações da plataforma Crunchbase. Entre os 20 financiadores da carne cultivada em laboratório estão o ator Leonardo DiCaprio e a americana Alumni Ventures.

Segundo Reisler, neste momento, o foco principal da Aleph Farms é chegar à Ásia, via Singapura, e ao Oriente Médio, via Israel. O executivo complementa que a carne de laboratório foi submetida à aprovação também na Suíça, Reino Unido e Estados Unidos.

A estratégia de longo prazo da empresa inclui ainda a colaboração com empresas tradicionais do setor. O executivo destaca que essas parcerias envolvem coinvestimento em instalações de produção e posicionamento no mercado, por meio de contratos de compra e distribuição. Entre as empresas, está a brasileira BRF.

Mercado da carne bovina de laboratório deve chegar a US$ 1,1 bilhão

A carne cultivada em laboratório surge como uma alternativa à escassez de terras agrícolas e à crescente demanda global por proteína de origem animal. Avaliado em US$ 200 milhões, o mercado global de carne de laboratório cresceu 16,1% apenas em 2023.

Até 2034, deve bater US$ 1,1 bilhão. A tecnologia para o cultivo de carne começou a ser desenvolvida em 2010. Um processo tão complexo quanto fascinante.

Os cientistas deixaram os óvulos de Lucy fertilizados proliferarem por um curto período. As novas células são então encaminhadas para biorreatores gigantescos. Lá, elas são alimentadas com água, oxigênio, nutrientes, entre outros compostos. Em ambiente controlado, se multiplicam em ritmo acelerado. Crescem, se subdividem e se avolumam.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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