Conheça a Escondida, a maior mina de cobre do mundo no Deserto do Atacama, operada por BHP, Rio Tinto e JECO. Detalhes de sua vasta produção, desafios e importância global.
Localizada no árido Deserto do Atacama, no norte do Chile, a mina Escondida é consistentemente reconhecida como a maior mina de cobre do mundo. Desde 1990, ela tem sido uma força motriz na indústria global do cobre, um mineral vital para a eletrificação e a transição para energias renováveis.
Este artigo explora em detalhes a Escondida. Abordaremos sua estrutura de propriedade, a riqueza geológica, a história de sua descoberta e desenvolvimento, as complexas operações de mineração e processamento, seu impacto socioeconômico, os desafios de sustentabilidade e o futuro desta gigantesca operação.
Escondida: a gigante de cobre no coração do Atacama, líder mundial
A mina Escondida não é apenas uma grande mina; ela é a maior mina de cobre do mundo em termos de produção e uma das maiores em reservas. Seu nome, “Escondida”, reflete o fato de que seu principal corpo de minério estava oculto sob centenas de metros de rocha estéril, não aflorando na superfície. Sua descoberta em 1981 foi resultado de exploração direcionada.
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A operação é uma joint venture entre gigantes da mineração. A BHP detém a maior parte (57,5%) e atua como operadora. A Rio Tinto possui uma participação significativa de 30%. Os 12,5% restantes pertencem à JECO Corporation, um consórcio de empresas japonesas liderado pela Mitsubishi Corp., que busca garantir o fornecimento estratégico de cobre para a indústria japonesa.
O tesouro geológico da maior mina de cobre do mundo: reservas e características
Escondida é um depósito de cobre porfirítico, tipo de formação geológica que é a fonte mais importante de cobre do mundo. Localiza-se na Zona de Falha Domeyko, um cinturão rico em outros grandes depósitos de cobre chilenos. A formação do minério envolveu múltiplos estágios geológicos complexos, incluindo um significativo enriquecimento supergênico que concentrou o cobre.
O minério primário de sulfeto tem teores que variam de 0,2% a 1% de cobre. A mina também produz quantidades significativas de ouro e prata como subprodutos, o que aumenta seu valor econômico. Informações recentes da BHP (2024) indicam um recurso remanescente na Escondida de 26 bilhões de toneladas com um teor médio de 0,53% de cobre. A vida útil da mina é estimada até pelo menos 2078.
Da descoberta à megaoperação
A exploração que levou à descoberta da Escondida começou em 1978, com o corpo principal de minério sendo identificado em 14 de março de 1981. A construção iniciou em 1988, e a primeira produção ocorreu no final de 1990. Desde então, a mina passou por inúmeras fases de expansão para aumentar a produção e melhorar a eficiência.
Atualmente, a Escondida opera duas cavas principais a céu aberto: Escondida e Escondida Norte. O minério é processado em três grandes plantas concentradoras e duas operações de lixiviação para minérios de baixo teor (usando extração por solvente e eletrodeposição – SX-EW). Dada sua localização no deserto, a infraestrutura de suporte é vital. A mina opera com 100% de água do mar dessalinizada, transportada por dutos de aproximadamente 180 km. Além disso, está em transição para um fornecimento de energia 100% renovável.
Produção, economia chilena e o mercado global de cobre
A Escondida é consistentemente a maior produtora de cobre do mundo. Em 2024, a produção anual foi de 1,28 milhão de toneladas de cobre. A produção de subprodutos como a prata também é relevante, com estimativas de 4,92 milhões de onças em 2023.
O impacto socioeconômico da mina para o Chile é crucial. Ela responde por vários pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) chileno. Os ativos chilenos da BHP (principalmente Escondida e Spence) contribuíram com US$ 8,8 bilhões para a economia do Chile no ano fiscal de 2023, incluindo pagamentos significativos em impostos e royalties. A Escondida gera empregos e impulsiona o desenvolvimento regional em Antofagasta.
NO CHILE PAGAM IMPOSTOS NA MINERAÇÃO? Aqui no Brasil pagam royalties de 3 a 5% alguns empregos e deixam um imenso buraco de lama que um dia vai romper, como em Brumadinho ou como em Maceió.