Conhecida como energia osmótica, a tecnologia inovadora usa o simples contraste de salinidade para gerar eletricidade limpa de forma contínua, 24 horas por dia.
O Japão acaba de revelar um avanço impressionante na busca por energia limpa. O país se tornou apenas o segundo no mundo a investir em energia osmótica. No início de agosto, foi inaugurada em Fukuoka a primeira usina do tipo no país, que utiliza a poderosa força gerada pelo encontro da água do mar com a água doce para produzir eletricidade.
O que é a energia osmótica adotada pelo Japão?
A tecnologia, também chamada de energia azul, converte a diferença na concentração de sal entre dois fluidos em energia elétrica. A nova usina do Japão é um marco neste campo. A expectativa é que a instalação em Fukuoka gere aproximadamente 880.000 quilowatts-hora por ano. Essa quantidade é suficiente para abastecer cerca de 290 residências médias de forma limpa e constante.
Como funciona a geração de eletricidade por osmose?
As usinas de energia osmótica operam com base em um processo natural surpreendente. No local, uma membrana especial separa a água doce da água do mar. A água salgada é então levemente pressurizada. À medida que a pressão aumenta, parte da água é forçada a passar através de uma turbina conectada a um gerador, produzindo a energia.
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Uma fonte de energia estável para o Japão
Diferente de outras fontes renováveis que dependem do clima, a energia osmótica se destaca por sua incrível constância. “Ao contrário da geração de energia solar, é possível gerar energia 24 horas por dia e ela tem o potencial de ser uma fonte de energia estável”, afirmou Kenji Hirokawa, diretor do centro que opera a usina. Ele acredita que usar a água do mar em todo o Japão para este fim seria uma contribuição “extremamente significativa” para combater o aquecimento global.
Desafios e avanços da tecnologia osmótica
Apesar de ser uma alternativa natural e de baixo risco aos combustíveis fósseis, a energia osmótica ainda enfrenta desafios técnicos. A engenheira química Sandra Kentish explica que muita energia pode ser perdida durante o bombeamento da água e na sua passagem pelas membranas.
Contudo, Kentish destaca que avanços tecnológicos estão superando esses obstáculos. Ela aponta um diferencial crucial na usina do Japão: o uso de água do mar concentrada (salmoura), que sobra de uma usina de dessalinização. Essa técnica aumenta a diferença de salinidade e, consequentemente, a energia disponível para ser gerada, tornando o processo mais eficiente.