Antes de importados, o Ford Landau foi o primeiro nacional com farol bi-iodo e estabeleceu o padrão de conforto com ar condicionado de série.
O Ford Landau de 1982 não era apenas um carro; era uma declaração de status e um verdadeiro benchmark de tecnologia embarcada no Brasil. Em uma época pré-abertura das importações, onde o luxo era definido pela indústria nacional, o sedã full-size da Ford redefiniu o que era possível. Com inovações que hoje parecem comuns, mas eram revolucionárias, o modelo se destacou como o primeiro carro fabricado no país a vir equipado com os eficientes faróis bi-iodo.
Analisando o veículo, como detalhado pelo Canal Opinião Sincera, o valor desse nível de requinte era astronômico. Ajustado aos dias de hoje, ter um Landau 1982 completo equivaleria a desembolsar cerca de R$ 400 mil. Era, sem dúvida, um carro destinado a presidentes, grandes empresários e a elite que exigia o máximo de conforto e não se contentava com o básico oferecido pela concorrência.
O salto tecnológico: o primeiro bi-iodo nacional
Muito antes dos faróis de xenônio ou LED se tornarem padrão, a maior inovação em iluminação automotiva era a lâmpada de iodo (halógena), e o Ford Landau foi o pioneiro em trazê-la ao Brasil em 1982. Até então, o mercado nacional estava restrito aos antigos faróis “sealed beam” (unidade selada), que ofereciam uma iluminação amarelada e significativamente mais fraca, comprometendo a segurança na condução noturna.
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A introdução do sistema bi-iodo (lâmpadas H4) representou um avanço técnico monumental. Essa tecnologia proporcionava um facho de luz muito mais branco, intenso e com melhor definição, tanto no farol baixo quanto no alto. Para um veículo de quase seis metros de comprimento e 1.838 kg, enxergar mais longe e com mais clareza não era um luxo, mas uma necessidade de segurança que a Ford implementou antes de qualquer outra montadora no país.
Conforto de realeza: ar condicionado e “sofá de veludo”
Se a iluminação era um destaque técnico, o interior era o que justificava seu preço. O Ford Landau 1982 trazia de série ar condicionado integrado ao painel. Conforme ressaltado pelo Canal Opinião Sincera, esse item, hoje comum, era um luxo extremo na década de 80, definindo o patamar de “carro completo” e sendo um dos principais responsáveis pela sua equivalência de preço com modelos de luxo atuais.
O requinte não parava no clima. O acabamento interno era uma categoria à parte. Os bancos, tanto dianteiro quanto traseiro, eram inteiriços, permitindo homologar o carro para seis ocupantes (três na frente e três atrás), e revestidos em um veludo azul descrito como “macio como um ursinho de pelúcia”.
O Canal Opinião Sincera classifica o banco traseiro do Landau como “o mais confortável da indústria automotiva de todos os tempos“, superando até mesmo modelos modernos em puro aconchego.
Cada detalhe era pensado para o silêncio e a sofisticação. O painel tinha material soft touch (macio ao toque), o porta-malas de 548 litros era inteiramente forrado em carpete (sem lata aparente) e até mesmo os quebra-ventos (ventarolas) dianteiros possuíam manivelas próprias para abertura, um detalhe de refinamento que se perdeu no tempo.
O coração V8: potência e suavidade ao dirigir
Para mover o sedã de quase duas toneladas, a Ford utilizou o robusto motor V8 302 de 5.0 litros. Este propulsor, o mesmo usado em ícones como o Maverick, entregava 199 cavalos de potência e um torque massivo de 39,8 kgf·m a apenas 2.400 rpm. A força em baixa rotação era a chave para a experiência de dirigir: o carro deslizava sem esforço, com acelerações vigorosas para a época, fazendo de 0 a 100 km/h em 15,3 segundos.
A experiência a bordo, segundo a avaliação do Canal Opinião Sincera, era surpreendente. O câmbio automático de três marchas, com alavanca na coluna de direção, realizava trocas “mais suaves que muito câmbio automático moderno“.
Combinado à direção hidráulica “ultraleve” e à suspensão focada no conforto, o Landau entregava uma sensação de “barca” flutuante, isolando os ocupantes das imperfeições do asfalto de forma ímpar.
Claro, todo esse luxo e peso tinham um custo na bomba de combustível. Embora o Canal Opinião Sincera tenha classificado o consumo como “surpreendente” para o porte, os números eram de um V8 clássico: médias de 4 km/l na cidade e 7 km/l na estrada, movido exclusivamente a gasolina. Um preço pequeno a se pagar pelo status de dirigir o carro mais luxuoso do Brasil.
Você concorda com essa mudança? Acha que isso impacta o mercado? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática.