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A família mais rica do Brasil: a saga que uniu Unibanco e Itaú, vendeu CBMM a estrangeiros e seguiu mandando no nióbio

Publicado em 16/09/2025 às 22:28
A família mais rica do Brasil construiu um império que une Itaú, Unibanco e a CBMM, líder global do nióbio, consolidando fortuna bilionária e influência estratégica no país.
A família mais rica do Brasil construiu um império que une Itaú, Unibanco e a CBMM, líder global do nióbio, consolidando fortuna bilionária e influência estratégica no país.
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A família mais rica do Brasil transformou origens modestas em um império que une finanças e mineração, controlando o Itaú e a CBMM, líder mundial no mercado de nióbio.

A família mais rica do Brasil não está ligada apenas ao setor bancário, mas também a um dos minerais mais estratégicos da atualidade. Os Moreira Salles comandam tanto o Itaú Unibanco, maior banco privado do país, quanto a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), responsável por 85% da produção global de nióbio. Segundo a AUVP Capital, o patrimônio do clã já supera US$ 27 bilhões, fruto de uma estratégia discreta que atravessa gerações.

Origens em Minas Gerais

A trajetória da família mais rica do Brasil começou em Poços de Caldas (MG), em 1919, quando João Moreira Salles abriu uma pequena loja de secos e molhados.

Além de vender tecidos e ferragens, oferecia crédito aos produtores de café, prática que evoluiu para uma sessão bancária oficial em 1924.

Durante a crise de 1929, que devastou as exportações de café, muitos comerciantes quebraram, mas João resistiu.

Essa visão financeira foi o embrião de um banco que décadas depois se tornaria o Unibanco, colocando os Moreira Salles em posição privilegiada no sistema financeiro.

O Unibanco e a liderança de Walter Moreira Salles

Nos anos 1940, Walter Moreira Salles assumiu o protagonismo. Além de expandir o banco, foi embaixador em Washington e ministro da Fazenda, responsável por renegociar a dívida externa brasileira nos anos 1960.

Sob sua gestão, o Unibanco cresceu com aquisições ousadas e inovações no mercado de capitais, como a criação dos units.

Ao longo dos anos 1990 e 2000, chegou a disputar espaço com Itaú e Bradesco entre os maiores bancos privados do Brasil. Essa expansão consolidou a família mais rica do Brasil como potência financeira.

A fusão histórica com o Itaú

Em 2008, em plena crise global, o Itaú e o Unibanco anunciaram sua fusão, criando um gigante com R$ 575 bilhões em ativos. Roberto Setubal assumiu a presidência executiva, enquanto Pedro Moreira Salles tornou-se presidente do conselho.

O resultado foi um banco presente em mais de 20 países, entre eles Chile, Colômbia e Estados Unidos.

A união fortaleceu o Itaú Unibanco como um dos maiores do mundo e consolidou os Moreira Salles como a família mais rica do Brasil também no setor bancário internacional.

A família mais rica do Brasil: a saga que uniu Unibanco e Itaú, vendeu CBMM a estrangeiros e seguiu mandando no nióbio
Os irmãos Moreira Salles: Fernando (em pé, à esquerda), João (em pé, à direita), Walter (sentado, à esquerda) e Pedro (sentado, à direita) (Crédito:Itaú Unibanco/Reprodução)

O império do nióbio e a CBMM

Se o Itaú trouxe estabilidade, foi o nióbio que assegurou o diferencial estratégico. Ainda nos anos 1960, Walter Moreira Salles comprou o controle da CBMM, em Araxá (MG).

Décadas depois, essa decisão mostrou-se visionária. O nióbio é essencial para turbinas, satélites, plataformas de petróleo e baterias ultrarrápidas de carros elétricos.

Hoje, a CBMM fatura mais de US$ 4 bilhões por ano e mantém o Brasil como líder global nesse mineral. Mesmo após vender fatias minoritárias para consórcios estrangeiros em 2011, o comando seguiu com os Moreira Salles.

Discrição e poder cultural

Ao contrário de outras famílias empresariais, os Moreira Salles cultivam discrição. Sua face pública é o Instituto Moreira Salles (IMS), referência cultural com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Poços de Caldas.

Os herdeiros também reforçam esse lado cultural. Walter Salles ganhou o Oscar em 2024 com o filme Ainda Estou Aqui, enquanto João Moreira Salles construiu carreira como documentarista.

Essa estratégia equilibra o peso de um império sustentado por bancos e mineração com uma imagem de filantropia e sofisticação.

A história dos Moreira Salles mostra como a família mais rica do Brasil uniu finanças e mineração para construir um poder quase invisível, mas de impacto global.

O controle do Itaú e do mercado de nióbio garante influência sobre governos, mercados e até a memória cultural brasileira.

Você acha que o domínio de uma família sobre setores tão estratégicos fortalece ou fragiliza o Brasil? O nióbio deve permanecer sob controle privado ou ser tratado como patrimônio nacional?

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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