O tradicional Colégio Estadual Central, que já teve os ex-presidentes e os irmãos Henfil e Betinho como alunos, realiza assembleia para decidir sobre a polêmica proposta do governo de Minas Gerais.
Uma das escolas mais tradicionais de Belo Horizonte, a Escola Estadual Governador Milton Campos, mais conhecida como Colégio Estadual Central, está no centro de um grande debate. A comunidade escolar vota, nesta quinta-feira (10), a adesão ao modelo cívico-militar proposto pelo governo de Minas Gerais.
De acordo com matéria publicada pelo portal g1 Minas, a decisão de uma escola com tanto peso histórico – por onde passaram figuras como os ex-presidentes Getúlio Vargas e Dilma Rousseff – coloca em evidência a polêmica em torno do programa, que já foi extinto a nível federal, mas que o governo de Romeu Zema (Novo) tenta implementar no estado.
A votação no Colégio Estadual Central
A assembleia desta quinta-feira, 10 de julho de 2025, reunirá a direção da escola, professores e alunos para decidir se aceitam ou não a proposta do governo. O Colégio Estadual Central é uma das mais de 700 instituições de ensino da rede pública estadual que foram incluídas no processo de consulta.
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As escolas terão até o dia 18 de julho para informar à Secretaria de Educação sua decisão. No entanto, o governo já adiantou que a implementação não será necessariamente em todas as unidades que votarem a favor, mas em escolas selecionadas.
Um colégio com uma história rica em política e arte
A votação no Estadual Central ganha um peso simbólico por sua história. A instituição foi o berço educacional de algumas das personalidades mais importantes do Brasil.
Além dos ex-presidentes Getúlio Vargas (que estudou na escola quando ela ainda ficava em Ouro Preto) e Dilma Rousseff, também passaram por seus corredores o cartunista Henfil e seu irmão, o sociólogo Betinho, e o músico Toninho Horta.
O que é o modelo cívico-militar proposto por Minas Gerais?
O programa do governo de Minas Gerais propõe uma gestão compartilhada das escolas. A parte pedagógica continuaria sob a responsabilidade da Secretaria de Educação, enquanto a gestão administrativa e de disciplina seria feita em colaboração com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.
Segundo o governo, o objetivo é “contribuir para a melhoria da convivência escolar e o fortalecimento da cultura de paz”, sem implicar mudanças na estrutura pedagógica ou curricular.
A controvérsia: críticas de sindicato e deputados
A proposta, no entanto, enfrenta forte resistência. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) se manifestou contrário, afirmando que a iniciativa substitui projetos pedagógicos por uma “lógica hierárquica e autoritária”.
Parlamentares de oposição ao governador Romeu Zema também criticaram o programa, argumentando que ele é inconstitucional, pois o estado não teria competência para criar um modelo de ensino que não está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Um programa extinto a nível nacional, mas que avança em Minas
O debate sobre o modelo cívico-militar em Minas Gerais acontece em um contexto nacional particular. O programa federal de escolas cívico-militares, uma das principais bandeiras do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi revogado em 2023 por um decreto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A insistência do governo de Minas em criar seu próprio programa estadual vai na contramão da decisão federal e tem gerado uma intensa batalha política e jurídica sobre o futuro da gestão escolar no estado.
E você, o que acha da proposta de implementar o modelo cívico-militar em uma escola com tanta história? Deixe sua opinião nos comentários.