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A China desenvolveu a câmera espiã mais poderosa do mundo, capaz de capturar detalhes milimétricos a uma distância de 100 km

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 20/02/2025 às 13:44
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Câmera espiã construída na China impressiona por sua capacidade de enxergar detalhes milimétricos a100 km

Cientistas chineses alcançaram um marco inédito na tecnologia de vigilância óptica. Um novo sistema de câmera espiã a laser, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa de Informação Aeroespacial da Academia Chinesa de Ciências, consegue capturar imagens em ultra-alta resolução a distâncias superiores a 100 km.

Esse avanço impressionante pode revolucionar a vigilância global, oferecendo a Pequim a capacidade de observar satélites militares estrangeiros com detalhes sem precedentes, incluindo a identificação de rostos humanos na órbita baixa da Terra.

Tecnologia a laser redefine vigilância óptica

A equipe chinesa demonstrou que é possível atingir uma resolução milimétrica a partir de 101,8 km de distância, algo que, até então, era considerado inatingível.

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O feito foi detalhado em um estudo publicado no Chinese Journal of Lasers. O sistema, que opera com tecnologia lidar de abertura sintética, apresenta um campo de visão amplo e imagens de clareza excepcional.

O desempenho do dispositivo é 100 vezes superior ao das câmeras espiãs e telescópios tradicionais, que ainda dependem de lentes convencionais.

A precisão do novo sistema é tamanha que ele detecta detalhes de até 1,7 mm e mede distâncias com exatidão de 15,6 mm. Essa tecnologia marca um avanço notável em imagens de longo alcance e coloca a China na vanguarda da observação espacial.

Teste bem-sucedido no Lago Qinghai

O teste decisivo ocorreu no Lago Qinghai, localizado no noroeste da China. Posicionado na costa norte do lago, o sistema foi direcionado a prismas refletivos colocados a mais de 100 km de distância.

As condições atmosféricas eram ideais: céu limpo, pouca cobertura de nuvens e ventos estáveis. Essas circunstâncias permitiram que o sistema atingisse um nível de clareza sem precedentes.

Ao contrário dos radares tradicionais, que usam micro-ondas, o novo sistema emprega comprimentos de onda ópticos. Isso resulta em imagens muito mais nítidas, superando conquistas anteriores tanto da China quanto de grandes contratantes de defesa globais.

Por exemplo, a Lockheed Martin, em 2011, conseguiu uma resolução de 2 cm a 1,6 km de distância. Posteriormente, pesquisadores chineses registraram uma resolução de 5 cm a 6,9 km. Agora, o marco de 100 km representa um avanço impressionante.

Inovações tecnológicas impulsionam o sistema

O sucesso da câmera espiã chinesa dependeu de várias inovações técnicas. Os cientistas dividiram o feixe de laser em uma matriz de microlentes 4×4, expandindo a abertura óptica do sistema de 17,2 mm para 68,8 mm. Isso superou o tradicional dilema entre o tamanho da abertura e o campo de visão.

Além disso, um módulo de laser especializado enviou sinais com frequências superiores a 10 gigahertz, proporcionando uma resolução de alcance fino e permitindo medições de distância mais precisas.

O espectro de cores estreito também ajudou a melhorar a resolução de azimute, fundamental para detectar detalhes horizontais com clareza.

Implicações para vigilância e observação espacial

O sistema tem potencial para redefinir a forma como a vigilância e a observação espacial são realizadas. Fan Zhongwei, diretor do centro de engenharia de laser do instituto, liderou a equipe responsável pelo projeto.

Segundo um cientista de imagens baseado em Pequim, não se trata apenas de ver um satélite – trata-se de ler seus números de série.

O laser de 103 watts utilizado é muito mais potente do que os sistemas lidar convencionais e é apoiado por um processamento digital em tempo real para gerenciar grandes volumes de dados.

Essa tecnologia pode, por exemplo, detectar danos microscópicos em painéis solares de satélites ou identificar cargas úteis específicas.

Tais capacidades colocam a China em uma posição estratégica, com vantagens claras em inteligência militar e monitoramento espacial.

Desafios para a aplicação prática

Apesar do avanço significativo, a nova tecnologia ainda enfrenta desafios. A qualidade da imagem a laser depende fortemente das condições climáticas.

Além disso, rastrear alvos em movimento a distâncias tão grandes exige precisão mecânica extrema. Esses obstáculos precisarão ser superados antes que o sistema seja usado de forma prática em operações de vigilância ou inteligência militar.

O estudo completo, publicado no Chinese Journal of Lasers, destaca o potencial e as limitações dessa tecnologia inovadora. Ainda assim, a capacidade de capturar detalhes milimétricos a 100 km de distância representa um marco histórico na vigilância óptica global.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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