Karina Buchalla Lutkus se torna a primeira brasileira comandante do Airbus A380, maior avião comercial do mundo, marcando um marco histórico para a aviação nacional.
No dia 27 de outubro de 2025, a história da aviação brasileira ganhou um novo capítulo. A Associação das Mulheres Aviadoras do Brasil confirmou que a comandante Karina Buchalla Lutkus realizou seu voo final de cheque e se tornou oficialmente a primeira brasileira certificada para comandar o Airbus A380, o maior avião comercial de passageiros já construído, símbolo máximo da engenharia aeronáutica mundial.
A informação foi divulgada no dia seguinte, 28/10/2025, em comunicado da própria entidade, repercutindo em redes profissionais de aviação, fóruns especializados e entre pilotos da aviação comercial global. Segundo a associação, o feito “abre portas e reafirma que não existem limites para quem acredita, se dedica e tem paixão por voar”.
Menos de 5% dos pilotos do mundo são mulheres
Karina agora integra um grupo extremamente restrito. Menos de 5% dos pilotos do mundo são mulheres, e entre comandantes habilitadas para widebody de dois andares, o número é ainda menor. No cockpit do A380, até aqui, nenhuma brasileira havia chegado.
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Esse momento marca mais do que uma carreira individual. Ele reforça o protagonismo crescente da mulher na aviação, celebra a formação técnica brasileira e demonstra que pilotos nacionais, quando têm oportunidade, alcançam os níveis mais altos da aviação global.
A aeronave gigante que Karina comandará
O Airbus A380 impressiona por cada métrica:
| Parâmetro | Especificação |
|---|---|
| Altura | 24 metros (equivalente a 7 andares) |
| Envergadura | 79,8 metros |
| Comprimento | 72,7 metros |
| Capacidade máxima | 853 passageiros |
| Peso máximo na decolagem | 575 toneladas |
| Motores | 4 turbinas Rolls-Royce ou Engine Alliance |
| Alcance | 15.200 km |
| Velocidade de cruzeiro | 900 km/h |
| Tripulação | até 25 profissionais a bordo |
Trata-se da maior aeronave comercial já construída em série. Para operá-la, o comandante deve comprovar domínio técnico, tempo de voo extenso em jatos widebody e certificações avançadas para rotas internacionais de longa distância.
Em outras palavras: chegar ao comando de um A380 é atingir o topo da aviação comercial.
Formação e trajetória até o A380
A trajetória de Karina exemplifica como disciplina e resiliência moldam profissionais de alta performance. A formação de uma comandante de A380 envolve:
• mais de 10 mil horas acumuladas de voo (em média nesse padrão de habilitação)
• experiência prévia como copiloto em jatos widebody
• certificações internacionais e operações intercontinentais
• treinamento em simuladores full-motion multimilionários
• avaliações de desempenho técnico, gerenciamento de cabine e resposta a emergências
Em seu voo de cheque final, o avaliador valida itens como:
• domínio dos sistemas eletrônicos e hidráulicos da aeronave
• gerenciamento avançado de tripulação e carga
• procedimentos de decolagem e pouso em condições complexas
• resposta a cenários simulados de falha de motor, pressurização e navegação
• decisões sob alta carga cognitiva
O certificado de comando recebido por Karina atesta competência e liderança operacional no mais alto nível da aviação comercial global.
O que representa esse marco para a aviação brasileira
O Brasil tem tradição aeronáutica: Embraer, escolas de voo reconhecidas, centros de manutenção certificados internacionalmente e histórico militar de excelência técnica. Porém, poucas oportunidades levam uma piloto nacional ao comando das maiores aeronaves do planeta.
Por isso, o feito de Karina simboliza:
• o reconhecimento internacional da formação brasileira
• uma conquista concreta para mulheres na aviação
• a quebra de um limite simbólico no setor aéreo
• a inserção do Brasil na elite dos cockpits internacionais
A própria nota da Associação das Mulheres Aviadoras do Brasil reforça que esse marco “representa todas as mulheres que sonham em voar cada vez mais alto”.
Mulheres no topo da aviação: estatísticas e realidade atual
Segundo dados da International Society of Women Airline Pilots:
• mulheres representam cerca de 5% da aviação comercial mundial
• comandantes mulheres em widebodies representam uma fração desse número
• comandantes mulheres em aeronaves de dois andares como o A380 são ainda mais raras
Com a habilitação de Karina, o Brasil entra para um grupo seleto que já tem representantes da Austrália, EUA, Reino Unido e Emirados Árabes.
O resultado é simples: essa conquista não é apenas técnica. É histórica.
Um símbolo para a nova geração
Toda conquista pioneira ressoa além das estatísticas. Em escolas de aviação, aeroclubes e universidades, jovens alunas agora têm um novo exemplo concreto de que o cockpit do maior avião do mundo não está distante.
É uma referência para futuras comandantes brasileiras, um impulso para projetos educacionais e uma sinalização clara para companhias aéreas internacionais.
Karina, ao assumir seu lugar na cabine esquerda do A380, se torna parte de um pequeno grupo que está redefinindo quem pode estar no comando das maiores máquinas voadoras já construídas.
O voo mais alto da aviação brasileira
A aviação é uma indústria de disciplina, rigor técnico e meritocracia real. Quando uma piloto brasileira alcança o topo dessa hierarquia operacional, o impacto ultrapassa o setor.
A partir de agora, quando o maior avião comercial do mundo cruzar continentes com uma comandante brasileira no comando, a aviação nacional terá mais um motivo para sentar na primeira classe da história.



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