1. Início
  2. / Indústria
  3. / A “Amazon chinesa” chega na Europa: JD.com adquire a MediaMarkt por US$ 2,5 bilhões e desafia a liderança da Amazon no varejo europeu
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

A “Amazon chinesa” chega na Europa: JD.com adquire a MediaMarkt por US$ 2,5 bilhões e desafia a liderança da Amazon no varejo europeu

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 05/08/2025 às 10:20
A “Amazon chinesa” entra com força na Europa: JD.com adquire a MediaMarkt por US$ 2,5 bilhões e desafia a liderança da Amazon no varejo europeu
Foto: A “Amazon chinesa” entra com força na Europa: JD.com adquire a MediaMarkt por US$ 2,5 bilhões e desafia a liderança da Amazon no varejo europeu
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

JD.com compra a MediaMarkt por US$ 2,5 bilhões e desafia a liderança da Amazon no varejo europeu. Saiba como a “Amazon chinesa” quer dominar o mercado com lojas físicas e logística avançada.

A gigante chinesa JD.com, frequentemente chamada de “Amazon chinesa”, acaba de dar um passo ousado rumo à dominação do varejo europeu ao anunciar a aquisição da MediaMarkt por US$ 2,5 bilhões. A transação marca não apenas a entrada oficial da JD.com na Europa, mas também o início de uma disputa direta com a Amazon pela liderança do comércio eletrônico europeu. Com essa jogada estratégica, a China mostra que quer mais do que fabricar produtos: agora ela quer distribuí-los — rápido, eficiente e em escala global.

A compra foi feita por meio da aquisição de 57,1% da Ceconomy, controladora da MediaMarkt, por 4,60 euros por ação — um prêmio de 23% em relação ao valor de mercado. A família Kellerhals, que era a maior acionista, continua com 25,35% e permanecerá como sócia estratégica. Agora, com a operação sujeita à aprovação regulatória e conclusão prevista para o primeiro semestre de 2026, o jogo do varejo europeu pode estar prestes a mudar completamente.

JD.com na Europa: a estratégia da “Amazon chinesa” para desafiar a liderança no varejo europeu

A movimentação da JD.com não ocorre por acaso. A Europa está se tornando um destino cada vez mais atrativo para investimentos chineses, especialmente diante do aumento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos. Em 2024, os aportes chineses no continente europeu dobraram, atingindo US$ 8,45 bilhões, o maior valor desde 2021.

Pai e filho sorrindo ao fundo de arte promocional da Shopee para o Dia dos Pais, com produtos e caixas flutuantes em cenário laranja vibrante.
Celebre o Dia dos Pais com ofertas incríveis na Shopee!
Ícone de link VEJA AS OFERTAS!

A JD.com busca na Europa aquilo que o mercado norte-americano dificulta: acesso a consumidores de alta renda, estabilidade regulatória e um ecossistema maduro.

Com 450 milhões de consumidores e uma estrutura de varejo ainda fortemente apoiada em lojas físicas, o continente oferece uma base ideal para combinar o modelo omnichannel com logística de ponta.

MediaMarkt e a rede física que a Amazon não tem

A MediaMarkt, com suas mais de 1.000 lojas em 11 países europeus e 50.000 funcionários, é um trunfo valioso. Embora a Amazon domine o e-commerce europeu, sua presença física é quase inexistente.

Ao adquirir a MediaMarkt, a JD.com ganha instantaneamente uma estrutura de varejo presencial, com lojas onde consumidores podem retirar pedidos imediatamente, consultar especialistas e acessar suporte técnico local — elementos que a Amazon ainda não oferece em larga escala na Europa.

Mais do que uma aquisição tradicional, a operação representa uma fusão de capacidades: a infraestrutura física da MediaMarkt se combina com a tecnologia de ponta da JD.com, que opera uma das cadeias logísticas mais eficientes do mundo, com mais de 550 armazéns automatizados por inteligência artificial.

Liderança da Amazon no varejo europeu é ameaçada?

A Amazon ainda reina absoluta no e-commerce europeu, com participação dominante em mercados como Alemanha, Reino Unido, França e Itália. No entanto, a chegada da JD.com com uma estratégia agressiva de preços, entregas ultrarrápidas e presença física via MediaMarkt muda o equilíbrio competitivo.

Enquanto a Amazon luta com questões sindicais, prazos de entrega variáveis e dependência de marketplaces, a JD.com aposta em um modelo verticalizado, com estoques próprios, entrega no mesmo dia nas grandes metrópoles e algoritmos que antecipam demandas locais. Se conseguir replicar seus padrões chineses, a experiência de compra na Europa pode ser revolucionada.

A promessa e o risco: empregos garantidos e automação iminente

Como parte do acordo, a JD.com prometeu manter os empregos por três anos e manter a sede da MediaMarkt em Düsseldorf, além de preservar a atual estrutura de gestão. No entanto, analistas apontam que a empresa está, na verdade, comprando algo ainda mais valioso: dados.

Ao adquirir a MediaMarkt, a JD.com terá acesso aos padrões de consumo de milhões de europeus — algo que pode ser usado para personalizar ofertas, otimizar cadeias de suprimento e até mesmo prever tendências de compra.

Mas essa digitalização pode ter um custo humano. Apesar da promessa de manter empregos, espera-se que a empresa automatize gradualmente processos, substituindo atividades operacionais por funções mais técnicas e especializadas.

“Amazon chinesa” quer ser mais que rival: quer ser dominante

O movimento da JD.com na Europa reflete uma ambição maior: deixar de ser apenas uma concorrente da Amazon e se tornar sua substituta.

A empresa já dominou o mercado chinês, superando a própria Alibaba em eficiência logística e confiabilidade. Agora, com a MediaMarkt, ela entra na Europa com uma marca consolidada, pronta para se tornar um “cavalo de Troia” do varejo chinês.

Trata-se de uma virada de chave global. A China, por décadas considerada apenas “a fábrica do mundo”, passa a ocupar um novo papel: o de distribuidora de bens de consumo em escala global, com controle sobre a logística, o ponto de venda e a experiência do consumidor.

Consumidores podem se beneficiar de entregas mais rápidas e preços melhores

Se tudo correr como a JD.com planeja, os consumidores europeus poderão se beneficiar diretamente. A empresa promete entregas em até 24 horas nas cidades e no mesmo dia nas grandes metrópoles, um padrão ainda raro no continente.

Além disso, a competição com a Amazon pode levar a melhores preços, mais promoções e um nível superior de atendimento, o que pode reaquecer o setor varejista e forçar outras redes a se modernizarem.

A aquisição da MediaMarkt por US$ 2,5 bilhões marca um novo capítulo na disputa global pelo controle do comércio eletrônico. A JD.com chega à Europa com força total, uma base de lojas físicas robusta, tecnologia logística incomparável e ambição declarada de desbancar a Amazon.

Se conseguir integrar bem as operações e manter a confiança dos consumidores europeus, a “Amazon chinesa” pode se transformar na nova potência varejista do Ocidente, alterando o equilíbrio de forças em um dos mercados mais importantes do mundo.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x