Mercado brasileiro cresce enquanto América Latina recua, com avanço de marcas chinesas e queda da Apple, que perdeu posição para rival emergente.
O mercado brasileiro de smartphones foi o único entre os grandes da América Latina a crescer no primeiro trimestre de 2025, com alta de 3% e cerca de 9,5 milhões de unidades enviadas, segundo a Canalys.
No período, a Samsung consolidou a liderança no país com 43% de participação.
A Motorola manteve a vice-liderança com 23%.
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A Xiaomi ficou em terceiro com 15%.
A realme, marca chinesa menos conhecida do grande público, avançou para a quarta posição ao atingir 7%, superando a Apple, que fechou o top 5 com 5%.
Brasil cresce enquanto região recua
Enquanto o mercado brasileiro de smartphones avança, a América Latina registrou queda de 4% nas vendas totais no mesmo trimestre.
Ainda assim, a Samsung cresceu 7% e manteve ampla liderança regional, com 35% de participação.
Na sequência, a Xiaomi assumiu a vice-liderança com 17%.
A Motorola passou à terceira colocação após recuo de 13% nas vendas no início de 2025.
Honor e Transsion (donas de Infinix e Tecno) completaram o grupo das cinco maiores, ambas com perda de participação.
Marcas chinesas miram o Brasil
A Canalys aponta que o Brasil se tornou o principal foco de investimento de fabricantes chinesas como Xiaomi, Honor e realme.
O movimento ocorre em paralelo à reorganização do setor de telefonia móvel no Brasil, que vem privilegiando portfólios com linhas de entrada e intermediárias.
Na América Latina, o reforço de investimento rendeu à Xiaomi a liderança em Colômbia e Peru, evidenciando a ofensiva da empresa na região.
Ranking e mudanças no Brasil
No recorte nacional, a Samsung ampliou a distância para as rivais e reafirmou a hegemonia, apoiada por linhas populares da família Galaxy A.
A Motorola defendeu a vice-liderança e manteve presença consistente no setor de telefonia móvel no Brasil.
A Xiaomi sustentou o terceiro lugar, enquanto a realme protagonizou a principal virada do trimestre ao ultrapassar a Apple na quarta posição.
Essa troca de lugares marca um ponto de inflexão no mercado brasileiro de smartphones, que volta a favorecer marcas com estratégia agressiva no varejo e em canais online.
Preferência por modelos de entrada
A lista dos aparelhos mais vendidos no trimestre tem nomes que ajudam a decifrar a fotografia do mercado brasileiro de smartphones e da região:
- Galaxy A06
- Galaxy A16
- Redmi 14C
- Redmi Note 14
- Moto G15
- Moto G05
Todos pertencem ao segmento de entrada, faixa que prioriza preço acessível e itens essenciais.
A constatação indica que, no setor de telefonia móvel no Brasil, a disputa se mantém intensa onde o volume é maior e a sensibilidade a preço fala mais alto.
Contexto regional e pressão macroeconômica
Na avaliação da Canalys, a América Latina segue suscetível a fatores externos.
Segundo a consultoria, “como uma região emergente, a América Latina continua altamente vulnerável a ventos contrários globais, particularmente às tensões entre Estados Unidos e China, que podem desencadear inflação e volatilidade cambial”.
O diagnóstico inclui ainda o risco de “novas tarifas dos EUA” e de “incerteza socioeconômica regional”.
Esses elementos afetam diretamente o bolso do consumidor e tendem a frear decisões de compra, sobretudo no básico.
Para 2025, a projeção da Canalys é de contração de 1% nas vendas de smartphones na América Latina.
O que isso significa para o Brasil
Mesmo com a previsão de retração regional, o mercado brasileiro de smartphones iniciou 2025 com desempenho acima da média latina.
A posição do país como destino prioritário de investimento ajuda a sustentar lançamentos e campanhas promocionais.
Também reforça a presença de marcas que, historicamente, competem com amplitude de catálogo.
No setor de telefonia móvel no Brasil, essa combinação tem mantido a renovação do portfólio ativo e elevado o ritmo de substituição de aparelhos em nichos específicos.
Estratégias de portfólio e disputa por canais
Samsung, Motorola, Xiaomi e realme trabalham com linhas escalonadas por preço e especificações, ofertando versões com diferentes memórias e conectividade.
Essa prática procura atender perfis variados de consumo sem perder escala.
No setor de telefonia móvel no Brasil, varejo físico, marketplaces e programas de parcelamento continuam decisivos na rota de compra, ao lado de ações sazonais e parcerias com operadoras.
O avanço da realme para a quarta posição ilustra como a presença em canais estratégicos pode alterar o equilíbrio entre as cinco maiores.
Pontos a observar nos próximos trimestres
A Canalys descreve um ambiente sujeito a choques externos que podem pressionar custos e margens.
A consultoria destaca que os efeitos de câmbio e de políticas comerciais internacionais influenciam calendários de lançamento, composição de portfólio e dinâmica de preços no mercado brasileiro de smartphones.
No curto prazo, os números do primeiro trimestre mostram que as marcas com maior amplitude de modelos de entrada e intermediários permanecem melhor posicionadas para sustentar volume em um cenário de renda pressionada.
Brasil como vitrine para a região
O desempenho doméstico também serve como vitrine para a América Latina.
Com cadeias de distribuição robustas e alto peso do varejo, o setor de telefonia móvel no Brasil funciona como termômetro para estratégias regionais, inclusive no desenho de campanhas, políticas de estoque e elasticidade de preço.
A liderança da Samsung e a ascensão da realme ao quarto lugar, superando a Apple, adicionam novos capítulos à disputa por participação — e indicam onde esforços comerciais e de comunicação tendem a se concentrar.
Os números apresentados refletem o levantamento da Canalys para o primeiro trimestre de 2025, com base nos volumes de aparelhos enviados ao varejo e às operadoras.
Esses dados são utilizados pelo setor para medir a força das marcas no curto prazo e orientar decisões de portfólio e marketing.
Novos resultados, previstos para divulgação no próximo trimestre, poderão indicar se as movimentações vistas no início do ano representam uma tendência duradoura ou apenas um movimento pontual no mercado brasileiro de smartphones.
Por causa do trump, desisti de comprar um Motorola e acabei comprando Samsung pro meu pai.