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O preço do petróleo cai, mas a gasolina não? Entenda para onde vai a diferença

Escrito por Carla Teles
Publicado em 23/06/2025 às 15:35
O preço do petróleo cai, mas a gasolina não? Entenda para onde vai a diferença
O preço do petróleo caiu, mas a gasolina não? Descubra para onde vai a diferença e quem são os responsáveis pelo valor final que você paga na bomba.
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Uma análise que revela como impostos, margens de lucro e o custo do etanol impactam o valor final na bomba, mesmo quando a cotação internacional da matéria-prima diminui.

A percepção de que o preço da gasolina não acompanha as quedas do petróleo é comum entre os consumidores. Essa aparente desconexão ocorre porque o valor final do combustível é resultado de uma complexa soma de fatores, que vão muito além do custo da matéria-prima. Este artigo detalha os componentes que explicam por que o valor na bomba possui uma dinâmica própria.

A política de preços e o mercado global de petróleo

O valor inicial da gasolina é estabelecido pela Petrobras. A metodologia da empresa foi alterada em 2023, substituindo um modelo anterior que era diretamente atrelado à volatilidade do mercado externo. O objetivo da nova política é atenuar as flutuações de curto prazo.

Contudo, a estratégia não desvincula o preço brasileiro das tendências internacionais. A cotação do barril de petróleo no mercado global e a variação da taxa de câmbio continuam sendo os principais vetores que influenciam o custo base do combustível, uma vez que o petróleo é uma commodity com preço definido em dólar.

A incidência dos tributos sobre o combustível proveniente do petróleo

Após a definição do preço do combustível pela refinaria, são adicionados os impostos, que representam uma parcela significativa do valor final. Os tributos federais (CIDE, PIS/Pasep e COFINS) são cobrados em valores fixos por litro sobre o derivado de petróleo.

O principal tributo estadual, o ICMS, também possui um valor fixo por litro, unificado para todo o país. A soma desses impostos constitui um dos maiores componentes do preço na bomba, mostrando o peso da política fiscal na formação do custo final para o consumidor.

As margens da cadeia de distribuição e revenda

O combustível, após ser produzido e taxado na origem, é movimentado por distribuidoras e postos de revenda. A remuneração desses agentes, conhecida como margem bruta, deve cobrir seus custos operacionais, logísticos e financeiros. Análises de órgãos governamentais sugerem que as reduções no preço do petróleo nem sempre são repassadas com a mesma velocidade dos aumentos.

A participação do etanol na composição do preço

Diferente da gasolina, cujo custo principal vem do petróleo, a legislação brasileira exige a adição de 27% de etanol anidro ao combustível. Este biocombustível possui uma dinâmica de preços própria, influenciada por fatores do setor sucroenergético, como a safra da cana-de-açúcar e o preço do açúcar. Essa mistura adiciona outra variável na composição do valor final.

A divisão da responsabilidade pelo preço final

Conclui-se que o preço da gasolina não possui um único responsável. Ele resulta da soma de fatores, iniciando-se pelo custo do petróleo, que representa cerca de 35% do total, seguido pela carga tributária, com aproximadamente 34%. O restante é composto pelo custo do etanol e pelas margens de distribuição.

Em uma comparação internacional, embora o valor absoluto no Brasil não esteja entre os mais altos do mundo, seu impacto na renda média do cidadão é considerável. O desafio fundamental do país consiste em equilibrar os custos associados ao mercado de petróleo, a necessidade de arrecadação fiscal e a capacidade de pagamento da população.

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Carla Teles

Produzo conteúdos diários sobre tecnologia, inovação, construção e setor de petróleo e gás, com foco no que realmente importa para o mercado brasileiro. Aqui, você encontra oportunidades de trabalho atualizadas e as principais movimentações da indústria. Tem uma sugestão de pauta ou quer divulgar sua vaga? Fale comigo: carlatdl016@gmail.com

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