Poucos motoristas imaginam que o carro muda de “personalidade” depois dos 150 mil quilômetros. O motor já não responde como antes, os barulhos começam a aparecer e o custo de manter tudo funcionando bem exige atenção redobrada. Mas, diferente do que muitos pensam, essa quilometragem não é o fim da linha — é o ponto de virada. Com os cuidados certos, um veículo com alta rodagem pode seguir firme, econômico e confiável por muitos anos.
Cuidados com carros acima de 150.000km rodados
Chegar a essa marca é como completar uma maratona: o carro já deu tudo de si, mas ainda tem muito fôlego se o dono souber cuidar. A seguir, estão os principais pontos que precisam de revisão e atenção constante para garantir desempenho e evitar gastos maiores.
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1. Verifique o estado do motor com um mecânico de confiança
O motor é o coração do carro — e aos 150 mil km, ele começa a mostrar sinais de desgaste natural. Vazamentos, consumo excessivo de óleo ou perda de potência são alertas de que algo precisa de atenção. A troca do óleo deve continuar rigorosa, sempre respeitando o tipo e o intervalo recomendados.
Uma retífica completa pode custar entre R$ 2.000 e R$ 7.000, dependendo do nível de desgaste. Inspecionar o sistema de arrefecimento e evitar superaquecimento é fundamental para não transformar um simples reparo em um prejuízo gigantesco.
2. Suspensão e amortecedores: o conforto depende deles
Carros acima de 150.000km tendem a apresentar ruídos vindos da suspensão, especialmente em ruas esburacadas. Amortecedores cansados afetam o conforto e a segurança, comprometendo frenagens e estabilidade.
Trocar o conjunto completo pode sair entre R$ 1.000 e R$ 2.500 — um investimento que traz de volta a sensação de carro novo e elimina aquela instabilidade nas curvas. Buchas, pivôs e batentes também devem ser revisados com frequência.
3. Atenção ao sistema de freios
Com o passar dos quilômetros, o sistema de freios sofre desgaste constante. Após os 150 mil km, é prudente revisar todo o conjunto — discos, pastilhas, fluido e sensores ABS.
Pastilhas custam em média R$ 270 a R$ 550, enquanto um jogo de discos novos pode variar de R$ 300 a R$ 800. Freios “borrachudos” ou vibrações ao pisar no pedal são sinais de alerta que não devem ser ignorados. Lembre-se: um bom sistema de frenagem é o que separa a manutenção em dia de um acidente evitável.
4. Câmbio e embreagem merecem cuidado especial
O câmbio manual pode apresentar ruídos ou dificuldade para engatar marchas após muitos quilômetros. O desgaste do disco de embreagem, platô e rolamento é esperado, mas precisa ser avaliado.
Nos automáticos, a troca do fluido de transmissão é obrigatória. Ignorar esse cuidado pode resultar em um prejuízo superior a R$ 5.000 para substituir o câmbio inteiro. Uma revisão preventiva, por outro lado, sai por cerca de R$ 600 a R$ 900 e evita dores de cabeça.
5. Sistema elétrico e bateria sob vigilância
Os componentes elétricos envelhecem junto com o carro. Conectores se oxidam, fusíveis falham e a bateria perde eficiência.
Um check-up elétrico completo custa em média R$ 250 a R$ 500, e pode prevenir panes que deixam o motorista na mão. O alternador, bobinas e sensores merecem atenção redobrada — afinal, uma falha elétrica pode imobilizar o veículo de repente.
6. Pneus e alinhamento: segurança que vem do chão
Mesmo com pneus novos, carros de alta quilometragem precisam de atenção ao alinhamento e balanceamento.
Cada pneu novo custa entre R$ 400 e R$ 800, e um serviço completo de alinhamento e balanceamento gira em torno de R$ 150 a R$ 250. Um carro desalinhado consome mais combustível e desgasta pneus de forma irregular, reduzindo a vida útil de todo o conjunto.
Revisão completa é o segredo da longevidade
Um carro com mais de 150 mil km pode rodar por muito mais tempo se receber as revisões certas. Um bom mecânico sabe identificar o que é desgaste normal e o que representa risco. Revisar filtros, velas, correias e fluídos em intervalos curtos é uma forma simples e barata de prolongar a vida útil.
Muitos especialistas sugerem reservar de R$ 100 a R$ 200 por mês apenas para manutenção preventiva — uma espécie de “poupança automotiva” que evita surpresas e dilui custos.
Valor de revenda e relação custo-benefício
Vender um carro com mais de 150 mil km não é sinônimo de prejuízo. Se o veículo estiver com histórico de manutenção completo, ele ainda pode alcançar um bom preço. No mercado atual, onde carros novos ultrapassam facilmente os R$ 100 mil, modelos usados e bem cuidados estão mais valorizados do que nunca.
Um novo ciclo começa após os 150 mil km
Chegar a essa marca é, na verdade, um sinal de que o carro foi bem tratado. Cada peça conta uma história de uso, e manter esse equilíbrio entre desgaste e cuidado é o que garante mais quilômetros pela frente.
Com manutenção preventiva, paciência e atenção aos detalhes, o motorista transforma o desgaste natural em uma nova fase de confiabilidade e economia.
Manter carros acima de 150.000km é, mais do que um desafio, uma prova de que cuidado e conhecimento valem mais do que a quilometragem no hodômetro.



EU TENHO UM COM 156 MIL KM E PRETENDO PERMANECER UM BOM TEMPO COM ELE, POIS NÃO TENHO CONDIÇÕES DE TROCAR. MAS NÃO É FÁCIL DEIXÁ-LO EM DIA. É BOM QUE A MANUTENÇÃO DELE É BEM BARATA. MAS NÃO SEI ATÉ QUE PONTO VAI VALER A PENA FICAR COM ELE.