A chegada do 5G e da IA está revolucionando a indústria e desafiando os técnicos de TI no chão de fábrica.
5G e IA mudam o trabalho dos técnicos na indústria
A indústria brasileira vive uma transformação acelerada com o avanço do 5G, da Inteligência Artificial (IA) e da automação. Nesse cenário, surge uma questão central: o trabalho dos técnicos de TI na indústria vai desaparecer ou se tornar ainda mais complexo?
Essa é a reflexão levantada por Djalma Júnior, instrutor do Senai, que atua diretamente na formação de profissionais para enfrentar os novos desafios no chão de fábrica industrial.
Segundo ele, a pressão por respostas rápidas, os ambientes hostis e a necessidade de integrar tecnologias de diferentes gerações estão entre os maiores obstáculos para quem trabalha com tecnologia na indústria.
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A espinha digital da indústria
Hoje, a base da indústria não é apenas ferro ou aço, mas sim cabos, servidores e sinais digitais. É essa rede que conecta máquinas, sensores e sistemas de controle, garantindo sincronia e eficiência na produção.
Enquanto em um escritório uma queda de rede causa apenas lentidão, na indústria alguns milissegundos de falha podem paralisar uma linha inteira de produção. O resultado? Prejuízos milionários, quebra de contratos e riscos à segurança dos trabalhadores.
Djalma reforça:
“Cada minuto conta. Se a espinha digital para por um minuto, as máquinas param, a produção é interrompida e até acidentes podem acontecer.”
Indústria: Ambientes hostis e pressão constante
O trabalho do técnico de redes industriais vai muito além da manutenção tradicional. Além de lidar com cabos e servidores, esses profissionais enfrentam calor, poeira, vibração, ruído e interferência eletromagnética.
Além disso, o tempo é um inimigo constante. Muitas vezes, um problema precisa ser resolvido em questão de minutos, pois a fábrica não pode parar. Para complicar ainda mais, os técnicos precisam garantir segurança física em ambientes cheios de máquinas em movimento.
“É um trabalho que exige estudo, conhecimento técnico e frieza para resolver problemas em condições adversas”, explica Djalma Júnior.
O calcanhar de Aquiles: integração e documentação
Apesar de toda a modernização trazida pelo 5G e pela automação industrial, um dos maiores gargalos ainda está na integração entre máquinas novas e antigas. Na indústria, colocar um equipamento moderno para se comunicar com outro de 20 anos não é tarefa simples.
Outro problema frequente nas redes da indústria é a falta de peças para sistemas antigos e, principalmente, a ausência de documentação. Em muitos casos, os técnicos precisam agir como verdadeiros detetives para descobrir como a infraestrutura foi montada originalmente.
Djalma alerta:
“A integração de gerações diferentes, a escassez de peças e a documentação falha são os principais pontos críticos da manutenção industrial.”
Habilidade mais valiosa: diagnosticar sob pressão
A evolução tecnológica trouxe softwares sofisticados e sistemas inteligentes, mas nada substitui a capacidade humana de diagnosticar falhas sob pressão. Para Djalma, mais do que dominar uma ferramenta, o diferencial está no raciocínio lógico, na leitura rápida de sinais e alarmes e na comunicação clara com a equipe.
“O conhecimento técnico é fundamental, mas a habilidade de troubleshooting em cenários críticos é o que diferencia um bom profissional.”
O futuro do trabalho na era da tecnologia
Com a chegada do 5G, da IA e da automação, o técnico de TI na indústria não vai desaparecer, mas precisará se reinventar.
O papel desse profissional tende a se tornar ainda mais estratégico, exigindo atualização constante, pensamento rápido e capacidade de adaptação em ambientes cada vez mais digitais.
Assim, em vez de substituir o técnico, a tecnologia está tornando sua função mais complexa e indispensável. Afinal, sem esses profissionais, a engrenagem digital que move a indústria simplesmente para.