Modelos de motores conhecidos pela durabilidade marcaram gerações de veículos no Brasil e ainda hoje são lembrados pela confiabilidade, pela manutenção simples e pela resistência mesmo em uso intenso.
Motores que combinam projeto simples, peças abundantes e manutenção previsível costumam atravessar centenas de milhares de quilômetros sem dramas.
É nesse grupo que entram Volkswagen AP, Fiat Fiasa, Ford CHT, GM Família II e Honda K20.
Em comum, todos ganharam fama de resistentes no uso diário e, quando bem cuidados conforme o manual, permanecem longes da oficina por muito tempo.
-
3 carros usados até 25 mil reais para pagar pouco na compra e na oficina: manutenção barata, peças fáceis e consumo que não assusta
-
3 carros usados da Toyota até 15 mil reais que surpreendem pelo consumo, durabilidade lendária e riscos escondidos na manutenção antiga
-
Por a partir de R$ 18 por dia, Mottu Sport 110i permite que entregadores paguem o aluguel em menos de uma hora de trabalho
-
BMW sofre com falhas: após recall de 1,5 milhão de freios, agora convoca 331 mil carros por risco de incêndio no motor
O que torna um motor durável
Além do desenho robusto, a longevidade está diretamente ligada ao cumprimento do plano de manutenção.
Trocas de óleo nos prazos corretos, uso de peças de qualidade e atenção às recomendações do fabricante são determinantes para que a mecânica chegue inteira a altas quilometragens.
Quando esse roteiro é seguido, os motores abaixo figuram entre os mais confiáveis já vendidos no Brasil.
Volkswagen AP: robustez e manutenção barata
Nascido da família EA827, o AP estreou por aqui em 1985, equipando modelos como Gol e Voyage.
Rapidamente ganhou terreno pela combinação de peças fáceis de encontrar, simplicidade mecânica e alta resistência a uso severo.
Também virou queridinho de preparadores, graças à ampla oferta de componentes e à capacidade de suportar ganho de potência sem abrir o bico.
A despedida do AP nos carros de passeio ocorreu em 2012, na Parati, após quase três décadas de serviço.
Enquanto esteve em linha, o AP apareceu em diversas cilindradas e aplicações, percorreu gerações do Gol e manteve custo de manutenção baixo.
Essa combinação consolidou sua reputação entre proprietários e mecânicos e o colocou entre os motores mais lembrados quando o assunto é confiabilidade.
Fiat Fiasa: simplicidade que atravessou décadas
Criado sob a batuta de Aurelio Lampredi, o Fiasa surgiu em 1976 no Fiat 147 e, depois, alimentou uma linhagem de compactos nacionais.
O segredo foi o projeto simples, com bloco de ferro, cabeçote de alumínio e comando por correia, solução que combinava desempenho adequado ao baixo custo de reparo. No começo dos anos 2000, a chegada do Fire iniciou a transição.
Ainda assim, registros de produção e aplicação indicam que versões 1.5 do Fiasa seguiram em alguns utilitários e versões básicas até a linha 2003/2004, marcando o fim de sua trajetória nas ruas brasileiras.
Na prática, quem conviveu com o Fiasa lembra de revisões baratas e intervalos longos entre intervenções mais complexas.
Para frotistas e quem precisava de carro para o batente, era uma receita de confiabilidade com bom custo-benefício.
Ford CHT: herança francesa, acerto brasileiro
Fruto de uma evolução do projeto Renault Cléon-Fonte, o CHT foi a resposta da Ford do Brasil à necessidade de um motor econômico e suave para a linha de passeio.
A estreia ocorreu na linha 1984 do Escort, seguida por aplicações em Corcel, Del Rey e, mais tarde, em versões de entrada do Gol durante a Autolatina.
A família ainda rendeu o conhecido AE 1.0 no início dos anos 1990. A fase CHT, porém, ficou circunscrita aos anos 1980 e meados dos 1990, quando deu lugar a conjuntos mais modernos.
Mesmo sem números exuberantes, o CHT conquistou espaço pelo consumo moderado e pela resistência no uso urbano.
Em oficinas, é lembrado como um motor de manutenção simples, desde que se respeitem os intervalos e se usem componentes corretos.
GM Família II: de Monza a S10, uma longa carreira
A Família II chegou ao Brasil em 1982 com o Monza e se espalhou por uma lista extensa de modelos, como Kadett, Vectra, Omega, Astra, Zafira, Blazer e S10.
A receita incluía bloco de ferro, cabeçote de alumínio e amplo leque de cilindradas e configurações, do 1.6 carburado aos 2.0 e 2.4 com injeção, incluindo versões 16V.
Nos automóveis de passeio, a atuação se encerrou em 2012, caso da Zafira. Já nas picapes, o último suspiro veio em 2016, quando a S10 abandonou o 2.4 Flex.
Ou seja, foram 34 anos de mercado nacional, uma raridade em qualquer indústria. A robustez e a facilidade de manutenção explicam a longevidade.
Em paralelo, tornou-se popular em projetos de preparação, dada a disponibilidade de peças e a compatibilidade entre diferentes modelos da própria Chevrolet.
Honda K20: giro alto com confiabilidade
Entre os esportivos de rua, o K20 ficou conhecido por unir alta rotação a um nível de confiabilidade que inspirou uma comunidade global de entusiastas.
No Brasil, o motor desembarcou no Civic Si de 2007, na especificação K20Z3 com 192 cv e câmbio manual de seis marchas.
O ciclo nacional dessa configuração foi até 2011. A linha seguinte migrou para o 2.4 K24.
Além do desempenho, o K20 se notabilizou pela robustez do conjunto e pelo histórico positivo em uso intenso, desde trilhas de track day a preparação moderada.
A reputação de “inquebrável” não é fruto do acaso. A engenharia da série K prioriza materiais, usinagem e soluções que reduzem atrito e elevam a resistência do trem de válvulas e do bloco.
Isso ajuda a explicar por que tantos projetos de troca de motor em todo o mundo escolhem a família K como base.
Manutenção em dia é parte da equação
Mesmo os motores mais famosos por aguentarem o tranco dependem de manutenção preventiva para cumprir sua fama.
Óleo no grau correto, combustível de qualidade, arrefecimento revisado e correias e filtros trocados no tempo certo são o caminho para atravessar anos de uso sem surpresas.
Fora isso, conhecer as particularidades de cada projeto — como folgas, torques e prazos de inspeção — é o que separa um bom histórico de um cronograma de visitas à oficina.
Dito isso, qual desses motores marcou sua vida — e por que ele merece ou não a fama de “inquebrável”?
Esqueceram o Mitsubishi, tenho um Outlander GT4 V6 2013, já rodei 330.000 desde zero, não baixa óleo, só troquei velas, filtros e óleo, não deixa não mão de jeito nenhum. Prá mim um espetáculo de motor.
Melhor custo benefício foi o AP, o família 2 tem nome sugestivo, tão bom que o consumo se equipara a 2 famílias.
De todos estes o AP foi o melhor de longe. Muito mais potente, econômivo e durável que qualquer outro em todas as cilindradas. As maldit@s normas anti-poluição tiraram o motor de linha. Hoje só Toyota e Honda tem motores que prestam. Os VW turbos não duram nada e quando quebram custam o valor do carro.
O AP de longe o melhor? Não concordo. O AP era grandalhão, tinha até que ficar inclinado no cofre do motor atrapalhando o design dos carros.. além de ser áspero. O alem disto é pesado, para o tamanho dele, não tem nem fluxo cruzado, o que ele tinha de bom era a grande resistência e se quebrar a correia dentada não ocorria nada. Sem contar que ele é ótimo com turbo. Este motor é um projeto dos anos 60. Nós anos 80 prefiro os motores GM familia II. Nos noventa o Fire. E depois os Toyota.
Nao tem fluxo cruzado? Áspero? “Você tem certeza?” (Leia com a voz do Silvio Santos)
Aliás, até onde eu sei qualquer motor atropela válvula no caso de quebra da correia dentada.