Cinco ícones dos anos 1980 continuam chamando atenção no mercado de usados brasileiro, com tecnologias que eram raridade na época e ainda despertam fascínio entre colecionadores e apaixonados por carros clássicos.
Oito décadas depois da chegada de inovações que moldaram o gosto do brasileiro por sedãs, hatches e peruas, cinco modelos dos anos 1980 seguem despertando interesse e aparecem com relativa frequência no mercado de usados.
São carros nacionais que introduziram itens pouco comuns à época — de teto solar a painel digital — e que, em bom estado de conservação, ainda podem oferecer uso eventual com charme de época.
Os preços mencionados foram verificados no Mercado Livre durante a apuração de setembro de 2025.
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Ford Escort com teto solar e projeto global
Lançado em 1983 no Brasil como derivação do projeto europeu, o Ford Escort inaugurou por aqui a ideia de “carro mundial” da marca, combinando soluções técnicas da Ford britânica e alemã.
A carroceria hatch, as linhas limpas e a ergonomia moderna ajudaram a deslocar a referência do mercado, então dominado por projetos mais antigos.
No final da década, a chegada das versões com motor AP 1.8 — fruto da fase Autolatina — elevou o desempenho em relação ao antigo CHT 1.6 e consolidou a imagem de hatch ágil.
No Mercado Livre, há anúncios a partir de R$ 13,5 mil.
Entre os itens que se destacam nas versões mais completas, aparecem ar-condicionado, rodas de liga leve, bancos com desenho esportivo e, em algumas unidades, teto solar, recurso que permanecia raro no país.
Pelo conjunto equilibrado de dirigibilidade, visual ainda atual e relevância histórica, o Escort segue valorizado entre entusiastas iniciantes e colecionadores mais atentos à originalidade.
Volkswagen Parati e a fórmula de perua robusta
Apresentada em 1982 como a perua derivada do Gol, a Volkswagen Parati ganhou espaço rapidamente por unir porta-malas generoso e manutenção simples.
As versões CL com motores AP 1.6 e 1.8 ficaram conhecidas pela robustez, enquanto o acerto de suspensão tolerava bem o asfalto irregular das grandes cidades e estradas estaduais.
O interior, mesmo nas configurações básicas, entregava posição de dirigir adequada e acabamento correto para os padrões da época.
Os anúncios partem de R$ 15 mil.
Em veículos de entrada, é comum encontrar rádio e bancos reclináveis; acima disso, aparecem rodas de liga leve e bancos de desenho esportivo.
Em bom estado, a Parati consegue cumprir deslocamentos cotidianos com dignidade, embora hoje seja mais procurada como clássico de uso moderado, especialmente por quem busca uma familiar dos anos 1980 com foco em custo de manutenção.
Ford Del Rey e o conforto de sedã de gala
O Ford Del Rey nasceu como versão de luxo do Corcel II e rapidamente ganhou identidade própria.
Com desenho discreto, boa área envidraçada e cabine espaçosa, o modelo se posicionou como alternativa confortável para famílias e executivos que priorizavam maciez ao rodar.
Os motores 1.6 e 1.8 atendiam com folga ao perfil de uso do segmento, e o isolamento acústico acima da média dava ao carro um ar de categoria superior.
No Mercado Livre, os valores partem de R$ 19 mil.
As versões mais equipadas costumam reunir direção hidráulica, ar-condicionado, vidros elétricos, bancos de veludo ou couro e toca-fitas, pacote que na época o colocava em patamar destacado.
Quando preservado, o Del Rey entrega experiência de condução suave, típica de um sedã dos anos 1980, além de uma imagem de elegância associada ao período de sua produção.
Volkswagen Santana com motor 2.0 e DNA de projeto alemão
Chegando em 1984, o Volkswagen Santana trouxe ao mercado nacional a plataforma B2 desenvolvida pela Audi, com foco em estrutura sólida e conforto de rodagem.
A versão GLS 2.0 ganhou reputação pelo desempenho superior e pela sensação de solidez de um sedã médio que soava sofisticado para os padrões locais.
A ergonomia avançada para a época, com posição de dirigir correta e comandos bem posicionados, somava pontos no uso diário.
No Mercado Livre, é possível encontrar unidades a partir de R$ 21,9 mil.
Entre os equipamentos aparecem direção hidráulica, ar-condicionado, vidros e travas elétricos, bancos de veludo de boa densidade e rodas de liga.
A reputação de sedã “de respeito” acompanha o Santana desde os anos 1980, e a combinação de motor 2.0 com acerto de chassi consistente o mantém como referência entre os nacionais clássicos daquele período.
Chevrolet Monza com painel digital nas séries especiais
Lançado em 1982, o Chevrolet Monza logo se converteu em referência entre os sedãs médios.
O modelo liderou o mercado em meados da década e consolidou a proposta de conforto, espaço e acabamento acima da média do segmento.
As versões SL/E com motores 1.8 ou 2.0 reuniam serenidade ao rodar e desempenho convincente, o que explicava o apelo do carro nas grandes capitais e em viagens por rodovias.
Anúncios da versão SL/E partem de R$ 23,9 mil.
O pacote usual inclui ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, toca-fitas e bancos de veludo.
Em algumas séries especiais, o Monza ofereceu painel digital, tecnologia que virou símbolo de modernidade no início dos anos 1990 e que hoje agrega interesse entre colecionadores atentos a raridades eletrônicas.
A boa oferta de peças e a mecânica conhecida tornam a manutenção relativamente simples para um sedã clássico.
Como escolher um clássico dos anos 1980
A decisão passa inevitavelmente por estado de conservação.
Carros desse período variam muito conforme histórico de uso e manutenção.
Priorizar originalidade, ausência de corrosão e documentação em dia costuma evitar gastos elevados logo após a compra.
Itens de época raros — como o teto solar do Escort ou o painel digital do Monza — valorizam o veículo, mas exigem verificação minuciosa de funcionamento, já que a reposição pode ser difícil.
Também ajuda considerar o objetivo de uso.
Quem busca dirigir com regularidade tende a preferir Parati e Monza pelas características de conforto e disponibilidade de componentes.
Já o colecionador que privilegia singularidade tecnológica pode mirar um Santana 2.0 bem preservado ou um Escort com conjunto correto da fase Autolatina e acessórios originais.
Em qualquer cenário, revisões preventivas, pneus adequados e atenção ao sistema de arrefecimento são medidas prudentes para preservar o investimento.
Quanto custam e o que esperar do custo de posse
Os valores citados dão uma referência inicial para carros anunciados em setembro de 2025, mas a variação é ampla conforme origem, quilometragem e nível de originalidade.
Unidades com pintura de fábrica, interior sem retrabalho e manuais completos podem pedir preços sensivelmente maiores.
Por outro lado, exemplares que exigem funilaria, reformulação de interior ou reparo em itens raros tendem a demandar orçamento adicional relevante.
No custo de posse, a mecânica compartilhada com outros modelos da época favorece disponibilidade de peças de desgaste.
Entretanto, equipamentos raros — teto solar, módulos de painel digital, comandos de vidros e travas elétricos de primeira geração — exigem atenção redobrada.
Avaliação prévia com especialista e teste de rodagem em percurso urbano e de estrada ajudam a revelar ruídos de suspensão, irregularidades no câmbio e falhas elétricas intermitentes que não aparecem em inspeções rápidas.
Por fim, o ponto que une os cinco modelos é a capacidade de traduzir o que foi a indústria nacional nos anos 1980: avanços na qualidade de projeto, adoção gradual de tecnologias e uma dose de ousadia em equipamentos pouco comuns por aqui.
Entre essas opções, qual delas melhor representa a combinação de história, raridade e uso que você procura para a sua garagem?