Realizada na Base Aérea de Boa Vista, a 3ª fase da Operação Atlas 2025 reúne Exército, Marinha e Aeronáutica em um dos maiores treinamentos conjuntos da história, com foco em interoperabilidade, logística e combate real em múltiplos domínios
Com o objetivo de verificar a prontidão e a capacidade de projetar e sustentar a Força em qualquer parte do território nacional, o Exército Brasileiro realizou, em 3 de outubro, na Base Aérea de Boa Vista (RR), o apronto operacional que marca o início da 3ª fase da Operação Atlas 2025.
O evento integrou o maior exercício conjunto das Forças Armadas neste ano, mobilizando cerca de 4 mil militares de 105 organizações militares pertencentes aos oito Comandos Militares de Área do país.
A cerimônia contou com a presença de autoridades civis e militares de alto escalão, incluindo José Múcio Monteiro Filho, ministro da Defesa; general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante do Exército; almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha; e tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da Força Aérea. Também participou o governador de Roraima, Antonio Olivério Garcia de Almeida, reforçando a importância estratégica da região para a defesa nacional.
Exercício estratégico mobiliza múltiplos domínios e valida a prontidão das tropas
De acordo com informações da Agência Verde-Oliva, a Operação Atlas 2025 é o ponto culminante do ciclo de adestramento conjunto das Forças Armadas em 2025.
Seu cenário tático foi elaborado pelo Ministério da Defesa, simulando situações de conflito que exigem o emprego coordenado de capacidades em domínios terrestre, aéreo, marítimo, cibernético, espacial e eletromagnético.
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Entre os principais objetivos estão o aperfeiçoamento da interoperabilidade entre as Forças, o ajuste de planejamentos operacionais, a certificação de tropas de emprego estratégico e o teste de mobilização logística multimodal, envolvendo meios rodoviários, marítimos, hidroviários e aéreos.
A dimensão do exercício impressiona: 55 viaturas blindadas, 450 não blindadas, 10 helicópteros da Aviação do Exército e da FAB, além de 15 aeronaves de transporte, reconhecimento e ataque da Força Aérea Brasileira.
Capacidade cibernética, logística robusta e interoperabilidade real entre Forças
Durante o apronto operacional, foram apresentadas capacidades de combate de alta complexidade, demonstrando o avanço tecnológico e a integração entre diferentes comandos.
No domínio cibernético, o 1º Batalhão de Comunicações e Guerra Eletrônica, reforçado por unidades do Comando de Defesa Cibernética, mostrou como atua em operações de guerra eletrônica, neutralização de drones hostis e infraestrutura de comando em ambiente digital.
A interoperabilidade com órgãos civis foi representada pela Companhia de Assuntos Civis do 15º Batalhão de Infantaria Motorizado, responsável por ações de apoio à população e coordenação civil-militar em áreas urbanas.
Já o Comando de Aviação do Exército, por meio do 4º Batalhão de Aviação, apresentou a projeção aeromóvel de tropas, realizando missões de reconhecimento, vigilância e ataque, reforçando a flexibilidade tática da Força Terrestre.
Tropas de elite, apoio de fogo e prontidão estratégica em todos os níveis
O Comando de Operações Especiais demonstrou o preparo para ações de alta complexidade, com foco em reconhecimento especial, combate direto e guerra não convencional, inclusive em ambientes isolados ou sensíveis.
O 9º Grupamento Logístico assegurou a sustentação da tropa, com fluxo contínuo de suprimentos, transporte, manutenção e apoio de saúde, garantindo autonomia em combate.
A Artilharia Divisionária da 3ª Divisão de Exército apresentou obuseiros autopropulsados de 155 mm, enquanto o Sistema ASTROS, do 16º Grupo de Mísseis e Foguetes, demonstrou sua capacidade de lançamento múltiplo de foguetes com alta precisão, elemento-chave na profundidade ofensiva e no apoio de fogo estratégico.
Superioridade operacional e dissuasão estratégica em foco
Entre os vetores táticos de maior destaque estavam as tropas paraquedistas, blindadas e aeromóveis, responsáveis por ampliar a mobilidade e o poder de resposta do Exército Brasileiro.
A Brigada de Infantaria Paraquedista reforçou a capacidade de projeção rápida, enquanto a 5ª Brigada de Cavalaria Blindada garantiu robustez e proteção em manobras ofensivas.
As frações aeromóveis, apoiadas por aeronaves do 4º BAvEx, completaram o quadro, ampliando o raio de ação das forças terrestres e consolidando a superioridade operacional conjunta.
Segundo a Agência Verde-Oliva, a Operação Atlas 2025 evidencia o elevado grau de operacionalidade e dissuasão estratégica do Exército Brasileiro, comprovando sua integração sistêmica com a Marinha e a Aeronáutica e seu compromisso com a modernização tecnológica e doutrinária.
Durante o exercício, serão executadas ações reais de combate, como assaltos aeromóveis, travessias, saltos de paraquedas e defesa de infraestrutura crítica, incluindo tiro real, testando ao limite a prontidão das tropas.