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Os 03 componentes do carro que mais dão defeito no Brasil e pesam no bolso do motorista, segundo oficinas

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 17/08/2025 às 07:38
3 componentes do carro que mais dão defeito no Brasil e pesam no bolso do motorista, segundo oficinas especializadas
Foto: Carro com defeito
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Oficinas revelam: câmbio automático, sistema de arrefecimento e suspensão dianteira estão entre os 3 componentes que mais dão defeito no Brasil e pesam no bolso do motorista.

Manter um carro no Brasil nunca foi barato. Além do combustível, seguro e impostos, os reparos mecânicos representam uma das maiores dores de cabeça para motoristas. De acordo com mecânicos e donos de oficinas independentes, alguns componentes automotivos se destacam por apresentarem falhas recorrentes em diversos modelos, exigindo reparos caros e, em muitos casos, repetidos ao longo da vida útil do veículo.

Um levantamento com base em oficinas credenciadas, relatórios de associações do setor e registros de consumidores aponta quais são os três componentes que mais dão defeito no Brasil em 2025 — e que pesam diretamente no bolso de quem depende do carro no dia a dia.

Câmbio automático (CVT, DSG, Powershift e 9 marchas da Jeep)

O câmbio automático é hoje um dos maiores sonhos de consumo dos brasileiros, mas também um dos principais vilões quando o assunto é manutenção. Oficinas especializadas relatam que problemas em transmissões são cada vez mais comuns, especialmente em modelos equipados com câmbios de nova geração.

Falhas mais recorrentes:

  • Câmbio CVT (presente em Nissan Kicks, Honda HR-V, Toyota Corolla mais antigo): trancos, superaquecimento e desgaste prematuro de correias;
  • Câmbio DSG (Volkswagen): falhas em embreagens e módulo mecatrônico, com reparos que podem passar de R$ 15 mil;
  • Câmbio Powershift (Ford Focus, Fiesta, EcoSport): alvo de recall, segue sendo um dos mais reclamados no Brasil;
  • Câmbio automático de 9 marchas da Jeep (Renegade, Compass): problemas de trancos e necessidade de substituições precoces.

Impacto no bolso:
Os custos variam entre R$ 8 mil e R$ 25 mil para substituição ou reparo completo, dependendo do modelo. Isso faz com que muitos motoristas acabem vendendo o carro após o primeiro defeito grave.

Sistema de arrefecimento (radiador, bomba d’água e válvula termostática)

Outro componente que frequentemente gera prejuízos é o sistema de arrefecimento, responsável por controlar a temperatura do motor. Oficinas relatam que falhas nesse sistema são comuns em modelos populares e SUVs, muitas vezes causadas por manutenção negligenciada ou defeitos de projeto.

Principais falhas identificadas:

  • Radiador entupido ou furado, especialmente em carros que rodam muito em estradas de terra ou em áreas urbanas com trânsito intenso;
  • Bomba d’água defeituosa, que pode levar ao superaquecimento do motor;
  • Válvula termostática travada, impedindo a circulação correta do líquido de arrefecimento.

Consequências graves:
Se não identificadas a tempo, essas falhas podem levar ao superaquecimento e até fundir o motor, resultando em prejuízos que facilmente ultrapassam R$ 10 mil. Oficinas independentes relatam que muitos clientes chegam para reparo apenas quando o problema já se agravou, o que encarece ainda mais o conserto.

Suspensão dianteira (amortecedores, buchas e bandejas)

O terceiro grande vilão é a suspensão dianteira, especialmente em cidades brasileiras com ruas esburacadas e asfaltos mal conservados.

Peças mais críticas:

  • Amortecedores dianteiros, que perdem eficiência em média a cada 40 mil km;
  • Buchas e coxins, que sofrem desgaste prematuro em condições urbanas severas;
  • Bandejas e pivôs, que cedem com impactos frequentes em buracos.

Relatos de oficinas:
Em SUVs compactos como Jeep Renegade, Renault Duster e Nissan Kicks, as oficinas apontam que a suspensão dianteira é um dos itens mais substituídos, com reparos que podem custar de R$ 2 mil a R$ 5 mil em pacotes completos de peças. Em carros populares, como Fiat Argo e Chevrolet Onix, o valor é menor, mas ainda pesa no bolso quando somado ao desgaste frequente.

Por que esses três componentes falham tanto?

Segundo especialistas, há três fatores principais que explicam por que câmbio, arrefecimento e suspensão estão entre os campeões de falhas:

  • Projetos cada vez mais complexos: câmbios automáticos modernos e motores downsizing exigem peças delicadas e manutenção precisa;
  • Uso severo no Brasil: trânsito intenso, calor, combustível de qualidade duvidosa e ruas esburacadas aceleram o desgaste;
  • Negligência de manutenção preventiva: muitos motoristas ignoram revisões, usam peças paralelas de baixa qualidade ou rodam com problemas até que o carro quebre de vez.

Como reduzir os riscos e evitar prejuízos

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Oficinas especializadas recomendam medidas simples que podem prolongar a vida útil desses componentes:

  • Trocar o fluido do câmbio automático a cada 40 a 60 mil km, mesmo quando a montadora diz que é “lifetime”;
  • Verificar o nível e a qualidade do líquido de arrefecimento a cada revisão;
  • Trocar amortecedores e buchas preventivamente, sem esperar que o carro apresente ruídos ou perca estabilidade.

Essas medidas podem parecer caras no curto prazo, mas economizam milhares de reais em reparos futuros.

O peso no bolso do motorista brasileiro

Um levantamento feito por associações de reparadores mostra que cerca de 40% das grandes despesas de manutenção automotiva no Brasil estão ligadas justamente a câmbio, sistema de arrefecimento e suspensão dianteira.

Isso significa que, mesmo em carros populares, o motorista brasileiro pode gastar entre R$ 10 mil e R$ 20 mil ao longo de alguns anos de uso apenas com reparos nesses três componentes.

No caso dos SUVs e sedãs médios, os valores podem ser ainda maiores, chegando a superar o custo de revenda do próprio veículo em alguns casos.

Saber quais são os componentes mais problemáticos ajuda o motorista a se preparar e, principalmente, a evitar armadilhas no mercado de usados. Antes de fechar negócio, é fundamental verificar se câmbio, sistema de arrefecimento e suspensão estão em boas condições — e incluir a manutenção preventiva no planejamento financeiro.

Esses três itens são hoje os principais vilões da oficina no Brasil em 2025. Ignorá-los pode transformar qualquer carro, por mais barato que pareça, em uma bomba-relógio para o bolso do consumidor.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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