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1995: Brasil tinha PIB maior que o da China: em 30 anos, Pequim cresceu 2.485%, e o Brasil só 283% — o que o gigante asiático tem a nos ensinar?

Publicado em 21/07/2025 às 17:35
China, Brasil, PIB, Economia
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Brasil já teve PIB maior que o da China, mas perdeu espaço com avanço industrial, metas definidas e foco em educação e tecnologia

Até 1995, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil era superior ao da China. Naquele ano, a economia brasileira registrava US$ 769 bilhões, enquanto a chinesa somava US$ 735 bilhões. Foi a última vez que o Brasil esteve à frente nesse indicador.

Desde então, o cenário mudou de forma drástica. A diferença entre os dois países cresceu ano após ano. Em 2024, a China alcançou um PIB de US$ 18,27 trilhões, com crescimento de 5,4% no ano. Já o Brasil chegou a US$ 2,18 trilhões, com expansão de 3,4%.

A distância entre os dois países aumentou rapidamente. No acumulado dos últimos 30 anos, a China teve um crescimento de 2.485% em seu PIB. O Brasil, no mesmo período, cresceu aproximadamente 283%.

China: reformas e virada econômica

A transformação da economia chinesa começou nos anos 1980, durante as reformas conduzidas por Deng Xiaoping.

O país adotou um modelo de abertura gradual, focado na industrialização. Esse caminho ficou conhecido como “socialismo ao estilo chinês”.

Durante os anos 1990, a China se consolidou como plataforma global de manufatura. As Zonas Econômicas Especiais passaram a atrair investimentos com incentivos fiscais, regras alfandegárias flexíveis e menos burocracia.

Outro momento importante foi a entrada do país na Organização Mundial do Comércio, em 2001. Com isso, a China começou a seguir padrões internacionais e passou a produzir bens com maior valor agregado.

Qualidade e crescimento produtivo

Um dado que ajuda a entender esse avanço é o crescimento nas certificações de qualidade. Em 2000, a China contava com 25.657 certificações ISO 9001. Em 2022, esse número saltou para 579.447. Um aumento de 2.258%.

No Brasil, o número de certificações no mesmo período foi de 6.719 para 17.589. O crescimento foi de 262%. Isso significa que, proporcionalmente, o avanço da China foi dez vezes maior que o do Brasil.

Planejamento e metas

O planejamento de longo prazo é outro ponto que se destaca no modelo chinês. O país adota planos quinquenais com metas definidas para ciclos de cinco anos.

Também existem diretrizes com objetivos para até 15 anos, como o plano de crescimento sustentável até 2035.

Esse tipo de organização permite a continuidade das políticas, mesmo com mudanças de cenário.

Educação e inovação

A educação é uma peça-chave da estratégia chinesa. O sistema tem exames exigentes e etapas rigorosas, como o Xiaokao, o Zhōngkao e o Gaokao, que seleciona o ingresso nas universidades.

O modelo forma profissionais para áreas técnicas, como ciência, engenharia e tecnologia.

Segundo o engenheiro Alexandre Pierro, a China forma 1,5 milhão de engenheiros por ano. Nos Estados Unidos, são 250 mil.

No Brasil, apenas 100 mil. No doutorado, a China também se destaca: forma 50 mil por ano, contra 700 mil nos EUA e 15 mil no Brasil.

Com isso, o país investe fortemente em tecnologia e inovação. Hoje, lidera em áreas como veículos elétricos, inteligência artificial, internet, varejo, vigilância e até exploração espacial.

Urbanização e desafios

O crescimento econômico chinês também foi impulsionado pela migração interna. A população passou do campo para as cidades, impulsionada por um mercado de trabalho aquecido.

Hoje, o país conta com 19 cidades com mais de 5 milhões de habitantes.

A população total da China é de 1,42 bilhão de pessoas. O Brasil tem 220 milhões. Mesmo com o avanço, o país asiático enfrenta obstáculos.

O envelhecimento populacional pressiona o sistema de previdência. Há ainda tensões comerciais com os Estados Unidos e forte controle social por parte do Partido Comunista.

Lições para o Brasil

Segundo Pierro, o avanço chinês se apoia em três pilares: cultura, processos e tecnologia. O primeiro passo é investir na formação das pessoas.

Depois, adotar padrões de gestão e produtividade. Por fim, desenvolver tecnologia para escalar os resultados.

Com informações de Carta Capital.

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Romário Pereira de Carvalho

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