O futuro do primeiro carro híbrido brasileiro está em jogo! Produzido na China, o SUV híbrido Lecar promete desafiar o mercado nacional, mas a escolha de fabricar no exterior pode impactar sua identidade.
O mercado automotivo brasileiro vive uma revolução. Uma marca que promete marcar a história do setor, a Lecar, vai iniciar a produção de seu modelo de SUV híbrido 459, mas com um detalhe que muitos não esperavam: a produção será na China, e não no Brasil.
Como uma empresa que se propõe a ser pioneira na fabricação de carros híbridos no Brasil, essa escolha levanta muitas questões sobre o futuro da indústria nacional e o impacto desse modelo híbrido flex no mercado automotivo.
A decisão surpreendente da Lecar em produzir na China
Em uma entrevista exclusiva ao G1, Flávio Figueiredo Assis, fundador da Lecar, revelou que, apesar do grande desejo de ser a primeira fabricante de carros híbridos flex 100% brasileiros, a empresa teve que começar sua produção fora do Brasil.
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A fábrica da Lecar em Sooretama, Espírito Santo, só ficará pronta em 2026. Com mil encomendas já feitas e a promessa de entrega do modelo SUV híbrido 459 até lá, a marca decidiu iniciar a produção na China.
Mas, segundo Assis, isso não significa que o modelo perderá seu título de “primeiro híbrido flex nacional”, uma vez que ele será, de fato, desenvolvido e fabricado com a tecnologia brasileira, embora em solo chinês inicialmente.
Essa decisão pode ser vista como uma jogada estratégica ou uma perda de oportunidade para o Brasil?
A escolha por iniciar a fabricação fora do país pode ser uma questão delicada para uma marca que se orgulha de ser brasileira e que tem grandes ambições de crescer no mercado nacional de carros híbridos.
A questão que fica no ar é: como a Lecar lidará com a produção de veículos de alta tecnologia em outro país, mantendo a promessa de ser um símbolo do potencial brasileiro no setor automotivo?
A Estratégia de produção da Lecar e os desafios à frente
Apesar de sua decisão de produzir o modelo no exterior, Assis garante que, no futuro, a fabricação do SUV híbrido 459 será 100% nacional.
Segundo ele, a empresa está avançando com o desenvolvimento do veículo e atualmente está na fase de usinagem no isopor, uma das etapas iniciais da produção de um carro, quando são feitos ajustes e adequações para alcançar a precisão desejada.
Após a usinagem, os engenheiros da Lecar terão que desenvolver os painéis, acabamentos, encaixes e fixações, que exigem ajustes de alta precisão para garantir a qualidade do produto final.
A produção do mock-up, um protótipo com as mesmas dimensões do modelo a ser fabricado, também está prevista.
A clínica com futuros clientes e a homologação do modelo também fazem parte das próximas etapas.
A chegada da Lecar ao mercado automotivo brasileiro tem gerado grandes expectativas, mas também questionamentos.
Será que a produção na China afetará a percepção do consumidor sobre o verdadeiro caráter nacional do carro? E como isso impactará a indústria local, que ainda se recupera da pressão de montadoras estrangeiras?
O impacto de produzir na China: desafios e oportunidades
A produção de carros na China tem sido uma prática comum para muitas marcas globais, dado o baixo custo de fabricação e a vasta experiência em produção em massa.
Mas a escolha de uma empresa que se propõe a ser brasileira gera uma tensão extra, principalmente quando se trata de carros que buscam utilizar tecnologia nacional e promover a sustentabilidade no Brasil.
A produção na China pode ser vista como uma decisão pragmática, já que a infraestrutura necessária para produzir um carro híbrido de última geração no Brasil ainda não está completamente desenvolvida.
Com uma fábrica em construção e a necessidade de entregar os modelos para os consumidores rapidamente, a China oferece a solução ideal para atender à demanda imediata.
A produção na China também pode significar um acesso mais fácil a fornecedores de peças e componentes de alta qualidade, além de permitir à Lecar reduzir custos e, assim, oferecer um preço competitivo.
No entanto, há um custo oculto. A dependência de fábricas chinesas pode levar a uma falta de controle sobre o processo produtivo e resultar em atrasos ou problemas inesperados.
A falta de visibilidade sobre o processo pode gerar incertezas e afetar a confiança do consumidor, principalmente os que priorizam a produção nacional como um fator importante na escolha de um automóvel.
A mudança de rumo da Lecar: do elétrico 100% para o híbrido flex
Em seus planos iniciais, a Lecar estava focada exclusivamente na fabricação de carros 100% elétricos.
Contudo, a mudança de foco para um modelo híbrido flex foi motivada por um elemento chave: a vocação do Brasil para a tecnologia híbrida.
Flávio Figueiredo Assis, responsável pela empresa, afirmou que, embora a tecnologia 100% elétrica seja promissora, o híbrido flex é a melhor solução para o mercado brasileiro, que enfrenta uma infraestrutura de recarga elétrica ainda precária em muitas regiões.
A decisão de optar por um modelo híbrido flex também vem em resposta às falhas percebidas na tecnologia elétrica no Brasil.
Assis acredita que, com a flexibilidade oferecida pelo motor híbrido, o modelo 459 pode ser uma solução viável para os desafios do mercado automotivo brasileiro, como a escassez de pontos de recarga e a necessidade de maior autonomia em viagens.
O modelo híbrido flex 459 será equipado com motor 1.0 turbo, oferecendo uma potência combinada de 163 cavalos e 26 kgfm de torque, uma configuração robusta para um SUV.
A autonomia do carro é um dos principais atrativos: com apenas um tanque de combustível, o veículo pode rodar até 1.000 km.
Além disso, o modelo não terá a necessidade de recarga através de pontos de energia, o que o torna ainda mais prático para os consumidores brasileiros.
A comparação com os modelos já disponíveis no mercado brasileiro
No Brasil, o mercado de carros híbridos ainda é recente, mas cresce a passos largos.
Modelos como o Toyota Corolla Cross Híbrido e o Honda HR-V Híbrido já conquistaram uma fatia considerável de consumidores que buscam uma alternativa ao motor 100% a combustão.
O SUV híbrido 459 da Lecar se destaca pelo design moderno, inspirado no Tesla Model Y, e pela tecnologia flex que se adapta ao contexto nacional.
Comparando com o Corolla Cross, o modelo Lecar oferece um preço mais competitivo, com o 459 custando R$ 147.900, enquanto o Corolla Cross Híbrido parte de R$ 189.990.
Com uma proposta semelhante, mas mais acessível, a Lecar tem a oportunidade de atrair consumidores que desejam adotar uma tecnologia mais sustentável, mas com um custo inicial mais baixo.
Sustentabilidade e o futuro dos carros híbridos no Brasil
A sustentabilidade é uma das grandes promessas dos carros híbridos e elétricos, mas o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer quando se trata de uma infraestrutura de recarga eficiente e uma economia voltada para a energia limpa.
O modelo híbrido flex, que pode ser abastecido com etanol ou gasolina, parece ser uma solução equilibrada para um mercado que ainda não está pronto para a total transição para os carros 100% elétricos.
Com a popularização de carros híbridos flex, a Lecar pode desempenhar um papel fundamental na transformação do setor automotivo no Brasil, oferecendo alternativas mais ecológicas e acessíveis.
O Brasil, com sua vocação para o etanol, tem um terreno fértil para o crescimento dos híbridos flex.
O futuro dessa tecnologia pode ser promissor, principalmente se a Lecar continuar a inovar e expandir sua produção no Brasil.
Um Passo Importante ou Um Desvio da Rota?
O futuro do SUV híbrido 459 da Lecar está intimamente ligado a essa estratégia de produção e desenvolvimento.
Será que a escolha de começar a produção na China afetará a percepção de autenticidade e patriotismo da marca? Ou, ao contrário, a decisão estratégica vai impulsionar a Lecar a se tornar um player de sucesso no mercado nacional e internacional? Somente o tempo dirá.
E você, acredita que a produção de um carro híbrido nacional na China pode ser vista como uma oportunidade ou uma perda de identidade? Deixe sua opinião nos comentários!
Vejo com tranquilidade a produção inicial do 459 no sistema CBU ou seja o carro chega pronto do exterior. A fase seguinte seria CKD ou seja, componentes importados e montado aqui no Brasil. A próxima etapa seria a fabricação made in Brasil. Vale lembrar que no mundo todo a fabricação de automóveis depende de **** integrada de produção de componentes em vários outros países
a china tbm absorveu coisas de fora e o brasil não pode ser diferente
certo