Empresas como Xiaomi, Sony e Google estão ultrapassando as barreiras da tecnologia tradicional e entrando no setor automotivo com projetos ambiciosos, veículos elétricos de alta performance e sistemas autônomos que prometem mudar o cenário da mobilidade global.
Empresas originalmente ligadas ao setor de tecnologia estão expandindo sua atuação para a indústria automotiva.
Esse movimento ocorre em paralelo à ascensão dos carros elétricos e ao avanço de tecnologias de direção autônoma.
Marcas como Xiaomi, Google, Sony e outras já desenvolveram ou anunciaram modelos próprios, colocando-se como concorrentes diretas de fabricantes tradicionais, como Toyota, Volkswagen e BYD.
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Xiaomi aposta em carros esportivos acessíveis
Conhecida por seus smartphones e dispositivos eletrônicos, a Xiaomi passou a investir também em veículos elétricos.
O modelo SU7, primeiro da marca, foi lançado com quatro versões: SU7, SU7 Pro, SU7 Max e SU7 Ultra.
A versão mais potente oferece 1.547 cavalos de potência, e alcançou destaque ao estabelecer recordes na pista de Nürburgring, na Alemanha.
Os preços do SU7 começam em cerca de R$ 659 mil, conforme conversão direta do yuan para o real.
Por comparação, o esportivo Porsche Taycan parte de um valor superior a R$ 700 mil.
A estratégia da Xiaomi é oferecer desempenho de alto nível por preços mais competitivos.
Em julho de 2025, a empresa lançará seu segundo modelo, o YU7, um SUV elétrico com mais de 700 cv.
A expansão internacional da divisão automotiva é parte dos planos da companhia para competir globalmente.
Google avança com robotáxis nos Estados Unidos
Por meio da subsidiária Waymo, a Alphabet (empresa controladora do Google) desenvolve sistemas de condução autônoma.
A tecnologia já é aplicada em robotáxis que operam em cidades como Los Angeles, Phoenix e São Francisco.
Esses veículos utilizam sensores, radares e sistemas baseados em inteligência artificial para realizar o transporte sem intervenção humana.
A Waymo firmou uma parceria com a fabricante chinesa Zeekr para aprimorar seus sistemas.
A iniciativa visa expandir o alcance de soluções autônomas de mobilidade urbana e consolidar o uso comercial desses serviços em diferentes regiões.
Sony e Honda criam joint venture para veículos inteligentes
Em 2022, a Sony e a Honda uniram esforços e fundaram a empresa Sony Honda Mobility, voltada ao desenvolvimento de carros elétricos inteligentes.
A joint venture resultou na criação da marca Afeela, que deve lançar seus primeiros veículos em 2026.
O modelo inicial, ainda em fase conceitual, é o Vision-S, um sedã elétrico de grande porte com design futurista.
O carro contará com aproximadamente 45 câmeras e sensores e oferecerá autonomia de direção de nível 3, permitindo que o veículo opere de forma independente em determinadas situações, embora ainda exija supervisão humana.
Apple cancela seu projeto automotivo após dez anos
Em 2014, a Apple iniciou o desenvolvimento do Projeto Titan, que visava criar um veículo elétrico autônomo.
O plano incluía uma colaboração com a Volkswagen, mas foi descontinuado em 2024.
Após uma década de tentativas, a empresa optou por realocar recursos para outras áreas e desligou cerca de 600 funcionários envolvidos na iniciativa.
Embora não produza automóveis, a Apple continua presente no setor por meio do Apple CarPlay, sistema de conectividade que integra seus dispositivos ao painel de veículos de diversas marcas.
Outras empresas também apostam na mobilidade elétrica
A Baidu, uma das maiores empresas de internet da China, desenvolve plataformas de condução automatizada por meio do projeto Apollo.
Já a Huawei, conhecida por atuar em telecomunicações, investe em sistemas embarcados e conectividade 5G para automóveis, em parceria com montadoras locais, como a Chery.
Nos Estados Unidos, a Amazon participa diretamente do setor com investimentos na startup Rivian, fabricante de SUVs e picapes elétricas.
Além disso, a empresa já utiliza veículos da Rivian em sua frota de entregas com emissão zero, ampliando sua presença na mobilidade elétrica e na logística sustentável.
Tecnologia redefine o futuro da indústria automotiva
A entrada de empresas de tecnologia no setor automotivo está transformando os veículos em plataformas digitais sobre rodas.
Com a integração de software, dados em nuvem, atualizações remotas e assistentes virtuais, os carros passam a oferecer não apenas mobilidade, mas também experiências conectadas e serviços integrados.
Além disso, a tendência de mobilidade como serviço — com modelos por assinatura, carros compartilhados e robotáxis — tem alterado o comportamento do consumidor e exigido adaptação das montadoras tradicionais.
Produção em escala e certificações ainda são obstáculos
Apesar dos avanços, empresas de tecnologia enfrentam desafios como a escalabilidade da produção, os altos custos industriais, as certificações regulatórias e a infraestrutura de distribuição global.
Montadoras tradicionais, com décadas de experiência em engenharia e segurança, ainda dominam esses processos.
Superar essas barreiras exigirá alianças estratégicas, investimentos robustos e a criação de redes próprias de pós-venda, logística e manutenção.
Diante dessas movimentações, será que as gigantes da tecnologia conseguirão consolidar espaço em um setor historicamente dominado por montadoras centenárias?