Um monotrilho atravessa um edifício de 19 andares em Chongqing, na China, chamando atenção por sua engenharia inovadora. A estação Liziba, integrada ao prédio, é ponto turístico e exemplo de soluções urbanas criativas.
O monotrilho que corta um edifício de 19 andares em Chongqing, na China, chama a atenção de turistas e curiosos do mundo todo.
Com funcionamento há quase duas décadas, o sistema de transporte transformou-se em símbolo da engenharia moderna e referência para soluções inovadoras em grandes cidades.
O prédio, que integra a estação Liziba da Linha 2 do Chongqing Rail Transit, tornou-se atração turística e ponto obrigatório para visitantes interessados em ver de perto uma das cenas mais impressionantes do transporte público global.
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Monotrilho atravessa prédio e vira fenômeno nas redes sociais
Imagens do trem passando por dentro do edifício se popularizaram em redes sociais como X (antigo Twitter) e Instagram, causando surpresa ao redor do mundo.
O cenário inusitado, frequentemente confundido com uma montagem digital ou efeito de inteligência artificial, é completamente real e permanece em pleno funcionamento.
Desde 2006, o monotrilho atravessa o prédio em meio à paisagem urbana de Chongqing, cidade localizada no sudoeste chinês e conhecida por sua topografia acidentada, marcada por montanhas e vales profundos.
Construção da estação liziba dentro do edifício
A ideia de unir um edifício residencial a uma estação de monotrilho nasceu nos anos 1990, diante das limitações impostas pelo relevo local.
Na época, uma construtora adquiriu o terreno planejando erguer um condomínio.
Contudo, estudos de planejamento urbano e mapas da região indicaram que a área seria mais adequada para a instalação de uma estação de transporte, já que um declive acentuado na parte de trás do lote dificultava o redirecionamento dos trilhos para outro local.
Com o desafio posto, representantes da construtora e do Chongqing Rail Transit Group iniciaram negociações para chegar a uma solução viável.
Segundo o engenheiro Ye Tianyi, responsável pelo projeto, o objetivo era atender tanto à demanda habitacional quanto à necessidade de integrar o sistema de transporte à malha urbana da cidade.
O resultado foi um projeto único: um prédio de 19 andares, com a estação Liziba ocupando os andares do sexto ao oitavo, atravessados pelo monotrilho da Linha 2.
Engenharia inovadora para integrar transporte e edifício em Chongqing
Para viabilizar a passagem do monotrilho pelo interior do edifício, a equipe de engenharia desenvolveu soluções específicas para minimizar o impacto de ruídos e vibrações.
Paredes reforçadas com isolamento acústico, amortecedores estruturais e adaptações no design dos trilhos permitiram que o trânsito dos trens não prejudicasse o conforto dos moradores.
Além disso, a integração entre o prédio e a estação foi planejada para garantir a segurança e o fluxo eficiente de passageiros, com entradas independentes para residentes e usuários do transporte.
O processo de construção durou cerca de dois anos, sendo concluído em 2004, e a operação comercial do monotrilho começou em 2006.
Desde então, a estação Liziba passou a ser reconhecida como exemplo de engenharia avançada, atraindo estudantes, profissionais do setor e turistas de diversas nacionalidades.
Em 2022, o projeto foi citado por autoridades chinesas como patrimônio histórico e modelo de desenvolvimento sustentável em áreas urbanas de alta densidade populacional.
Crescimento turístico e plataforma exclusiva para visitantes
O fenômeno turístico em torno da estação Liziba ganhou força a partir de 2012, quando imagens do monotrilho viralizaram internacionalmente.
Segundo dados do Departamento de Turismo de Chongqing, o fluxo de visitantes cresceu significativamente ao longo dos anos, impulsionando a economia local e fomentando novos negócios na região.
Em 2018, uma plataforma exclusiva de observação foi instalada em frente ao edifício, permitindo que turistas registrem o momento em que o trem atravessa o prédio — uma cena que já se tornou cartão-postal da cidade.
A estação Liziba conta atualmente com máquinas automáticas de venda de alimentos, banheiros, bilheteria informatizada e duas plataformas de embarque e desembarque.
O local é amplamente divulgado como ponto de interesse para quem deseja conhecer a arquitetura inovadora de Chongqing e vivenciar uma experiência única de transporte público.
Contexto urbano de chongqing e inovação em mobilidade
Chongqing, uma das maiores cidades da China, abriga atualmente mais de 32 milhões de habitantes em sua região metropolitana.
O crescimento acelerado e a geografia desafiadora impulsionaram a adoção de soluções ousadas em mobilidade urbana, como o monotrilho que atravessa edifícios.
A linha 2 do Chongqing Rail Transit, à qual pertence a estação Liziba, opera em um traçado que margeia o rio Jialing e conecta importantes áreas residenciais, comerciais e turísticas da cidade.
Casos semelhantes ao de Chongqing são raros no mundo.
Outras metrópoles enfrentam obstáculos para incorporar estações de metrô ou monotrilho a estruturas já existentes, principalmente em regiões densamente povoadas.
O sucesso da estação Liziba consolidou o nome da cidade como referência em projetos de integração urbana e engenharia adaptada à realidade local, inspirando estudos acadêmicos e reportagens em veículos internacionais.
Curiosidades e impacto cultural da estação liziba
Além de ser reconhecida por sua arquitetura singular, a estação Liziba já apareceu em produções audiovisuais, reportagens e materiais de divulgação institucional da China.
A circulação de vídeos e fotos nas redes sociais reforça o status da estação como ícone cultural e símbolo de criatividade no transporte coletivo.
De acordo com especialistas, a escolha por soluções como a adotada em Chongqing evidencia o potencial de inovação em cidades com restrições geográficas severas.
A estação Liziba, ao unir mobilidade eficiente e aproveitamento de espaços urbanos, se tornou também um exemplo de sustentabilidade ao reduzir a necessidade de deslocamentos longos e integrações complexas.
O fenômeno do monotrilho que corta o prédio segue atraindo turistas, curiosos e estudiosos — e levanta uma questão importante: será que outras cidades ao redor do mundo estão preparadas para investir em soluções tão ousadas e criativas quanto Chongqing?