Uso de cartões cresce no Brasil com 11,4 bilhões de transações no 1º tri de 2025. Pagamentos por aproximação avançam 38% e ganham espaço no consumo.
O setor de pagamentos no Brasil registrou um crescimento expressivo no uso de cartões no primeiro trimestre de 2025. Segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), foram 11,4 bilhões de transações no período, um aumento de 5,3% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
O destaque vai para os pagamentos por aproximação (contactless), que tiveram alta de 38,6% e já representam uma parcela significativa das compras presenciais no país. Na modalidade crédito, o volume transacionado por aproximação alcançou R$ 242,3 bilhões, alta de 42% na comparação anual.
Acelerada no consumo e na tecnologia
A popularização do pagamento por aproximação é resultado de uma combinação de fatores: maior adesão de estabelecimentos, avanço na emissão de cartões com tecnologia NFC e comportamento de consumo mais voltado à praticidade.
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Com o avanço dessa forma de pagamento, o Brasil segue alinhado às tendências internacionais, onde a agilidade e a segurança do “tap to pay” se tornaram padrão. Além disso, a pandemia acelerou a preferência por formas de pagamento sem contato, hábito que se consolidou.
O peso do cartão de crédito e débito
Entre as modalidades, o cartão de crédito continua liderando o valor movimentado, seguido pelo débito e pelos cartões pré-pagos.
- Cartão de crédito: R$ 842,7 bilhões transacionados no trimestre (+14,4%).
- Cartão de débito: R$ 285,2 bilhões (+5,2%).
- Cartões pré-pagos: R$ 114,5 bilhões (+24,9%).
O crescimento dos pré-pagos, em especial, reflete o uso para controle de orçamento e inclusão de consumidores sem acesso ao crédito tradicional.
Impacto para o mercado e para os consumidores
Para o mercado financeiro, o aumento no número de transações significa mais receitas com taxas de intercâmbio e maior competição entre emissores.
Para os consumidores, há benefícios em termos de conveniência e segurança, mas também riscos: a facilidade de pagar por aproximação pode incentivar o consumo impulsivo e aumentar o endividamento, especialmente no crédito.
Tendência de longo prazo
A expectativa da Abecs é que os pagamentos por aproximação continuem em alta, com maior integração a carteiras digitais e dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes. O desafio será manter a segurança contra fraudes e educar o consumidor para um uso consciente dessa tecnologia.
O crescimento acelerado do uso de cartões e da modalidade por aproximação mostra que o Brasil está cada vez mais digital nos meios de pagamento. Mas também levanta uma questão importante: estamos preparados para equilibrar conveniência e responsabilidade financeira ou veremos um aumento das dívidas associadas ao cartão de crédito?