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União Europeia deve ultrapassar 400 GW em energia solar em 2025

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 01/08/2025 às 07:11
Bandeira da União Europeia tremulando ao lado de painéis solares sob céu azul com poucas nuvens
Bandeira da União Europeia diante de painéis solares, com céu azul e poucas nuvens ao fundo
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Energia solar em 2025: a União Europeia deve superar 400 GW instalados, mostrando avanços importantes na expansão da energia solar e consolidando a fonte como pilar da matriz energética sustentável.

A energia solar destaca-se, sem dúvida, como uma das fontes renováveis mais importantes no cenário mundial, e a União Europeia (UE) lidera esse movimento. Em 2025, espera-se, portanto, que o bloco europeu ultrapasse a marca de 400 gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia solar fotovoltaica.

Esse avanço marca um momento significativo para a transição energética da região, pois resulta de décadas de investimentos, políticas públicas e inovações tecnológicas.

A trajetória da energia solar na Europa começou, inicialmente, de forma modesta nas décadas passadas. Mas ganhou impulso a partir dos anos 2000 com a implementação de incentivos governamentais e o aumento da conscientização ambiental.

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Países como Alemanha, Itália e Espanha adotaram sistemas fotovoltaicos pioneiramente, impulsionando, assim, o crescimento inicial do setor.

Além disso, a capacidade instalada cresceu rapidamente, estimulada também pela queda nos custos dos painéis solares e pela evolução das tecnologias de armazenamento e eficiência energética.

Nos últimos anos, a energia solar tornou-se ainda mais acessível para empresas e consumidores.

Graças à redução dos preços dos equipamentos e à simplificação dos processos regulatórios em vários países europeus.

Isso possibilitou, consequentemente, a democratização do acesso à energia limpa, incentivando a autoprodução e o consumo local, aspectos fundamentais para a descentralização da matriz energética.

Em 2015, a União Europeia já apresentava um ritmo acelerado na instalação de energia solar, com a capacidade acumulada crescendo ano após ano. Desde então, o setor viveu períodos de expansão expressiva, como em 2022 e 2023. Quando a capacidade instalada aumentou em cerca de 47% e 51%, respectivamente.

Esses números indicam, portanto, não apenas a crescente adoção da energia solar. Mas também a maturidade do mercado e a consolidação da fonte como pilar da matriz energética europeia.

Desaceleração em 2025 e desafios na geração distribuída

No entanto, as projeções para 2025 indicam uma pequena desaceleração no ritmo de crescimento, com um acréscimo estimado de 64,2 GW, ligeiramente inferior aos 65,1 GW de 2024. Isso representaria, portanto, uma queda anual de cerca de 1,4%, a primeira desde 2015.

Embora esse fenômeno possa parecer contraditório em um contexto onde a energia solar ganha cada vez mais valor, ele ocorre principalmente devido à redução nas instalações de geração distribuída, especialmente no segmento residencial.

O setor residencial, tradicionalmente forte em países como Itália, Holanda, Áustria, Bélgica, República Tcheca e Hungria, tem demonstrado, contudo, certa hesitação nos investimentos.

Isso acontece porque os impactos da crise energética de 2022, que inicialmente impulsionaram a adoção de painéis solares domésticos para reduzir custos com eletricidade, começaram a enfraquecer.

Com a estabilização dos preços e políticas de incentivo menos agressivas, muitos consumidores optaram, por isso, por adiar a instalação dos sistemas fotovoltaicos.

Apesar dessa desaceleração na geração distribuída, a energia solar centralizadaaquela produzida em grandes usinas solares — continua crescendo no continente.

Cerca de metade da nova capacidade adicionada em 2025 virá desse segmento.

Outro fator importante são os projetos híbridos, que combinam energia solar com outras fontes renováveis ou sistemas de armazenamento de energia, facilitando a integração e aumentando a confiabilidade do fornecimento.

Países como Alemanha e Bulgária lideram esses avanços, promovendo empreendimentos que não apenas produzem energia limpa, mas também ajudam a equilibrar a oferta e a demanda na rede elétrica.

Esses sistemas híbridos contribuem para a estabilidade da rede elétrica, principalmente em momentos em que a produção solar varia devido a condições climáticas.

O uso de baterias e outras formas de armazenamento possibilita, assim, que a energia gerada durante o dia seja armazenada para uso durante a noite ou períodos de baixa geração.

Contratos de compra e metas para 2030

Por outro lado, os contratos privados de longo prazo, conhecidos como Power Purchase Agreements (PPAs), usados para garantir a compra e venda de energia solar, têm perdido espaço na Europa.

A queda nos preços da eletricidade diminuiu a atratividade desses acordos para investidores e geradores.

Em 2025, a expectativa é que novos PPAs caiam cerca de 41% em comparação ao ano anterior, refletindo um cenário de mercado mais conservador.

Mesmo com esses desafios pontuais, a meta da União Europeia permanece ambiciosa: atingir 750 GW de energia solar instalada até 2030.

Para alcançar esse objetivo, o bloco precisa acelerar o ritmo anual de novas instalações, mantendo uma média próxima de 70 GW por ano até o final da década.

No ritmo atual, estima-se que a UE alcance 723 GW em 2030, ficando, portanto, um pouco abaixo da meta, o que reforça a necessidade de políticas e incentivos mais efetivos para impulsionar o setor.

Para isso, é fundamental fortalecer as políticas públicas que promovem o investimento em energia limpa, além de incentivar a inovação tecnológica e o desenvolvimento de infraestruturas inteligentes.

A digitalização das redes e o uso de inteligência artificial para gestão da oferta e demanda também devem ganhar destaque.

A energia solar é fundamental para a matriz energética europeia por diversos motivos.

Além de ser uma fonte limpa, ela ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para o combate às mudanças climáticas.

Também promove a independência energética, diminuindo a dependência de combustíveis fósseis importados, cujos preços são voláteis e frequentemente sujeitos a crises geopolíticas.

Histórico, impactos socioeconômicos e futuro da energia solar em 2025

Historicamente, a Europa lidera iniciativas globais em energia renovável, investindo em pesquisa, desenvolvimento e infraestrutura.

O compromisso com o Acordo de Paris e a ambição de alcançar a neutralidade climática até 2050 guiam muitas das decisões políticas e econômicas do bloco.

A energia solar, junto com outras fontes renováveis como a eólica, desempenha papel chave nesse processo de transformação.

Além do impacto ambiental, a expansão da energia solar traz benefícios sociais e econômicos.

A geração de empregos em setores ligados à instalação, manutenção e fabricação de equipamentos fotovoltaicos cresce constantemente.

Isso contribui para o desenvolvimento regional, especialmente em áreas rurais, onde grandes usinas solares costumam ser instaladas.

A descentralização da produção energética também fortalece a resiliência do sistema elétrico, evitando falhas e garantindo maior segurança no fornecimento.

O avanço da energia solar em 2025 na União Europeia reflete esforços acumulados ao longo dos anos.

Indústria, governantes e consumidores têm colaborado para criar um ambiente favorável ao crescimento sustentável.

No entanto, o cenário indica que é preciso atenção especial para superar os obstáculos que possam frear essa evolução, como a redução nos investimentos residenciais e a diminuição dos contratos de compra de energia.

Para manter o ritmo necessário e superar os 400 GW de capacidade instalada em 2025, a Europa deve continuar investindo em inovação tecnológica, ampliando o acesso ao financiamento e aprimorando as políticas públicas que incentivam a adoção da energia solar.

O futuro da energia solar na Europa depende, portanto, da capacidade de manter o equilíbrio entre crescimento econômico, inovação tecnológica e responsabilidade ambiental, garantindo que a energia solar continue sendo uma fonte acessível e eficiente para todos os cidadãos do continente.

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Energia solar supera carvão na União Europeia; Patrícia Costa analisa | Jovem Pan News

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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