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Com mais de 30 metros de comprimento e capacidade para 350 passageiros, o ônibus mais longo do mundo foi um marco da engenharia urbana moderna

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 27/05/2025 às 22:38
Atualizado em 28/05/2025 às 21:14
O ônibus mais longo do planeta
Foto: IA
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Conheça o DAF Super CityTrain, o ônibus mais longo do planeta, com 32 metros de comprimento e capacidade para 350 pessoas. Um gigante que parece uma cidade sobre rodas.

Em um mundo onde a eficiência no transporte urbano se torna cada vez mais necessária, soluções extremas chamam atenção — e nenhuma delas é tão ousada quanto o ônibus mais longo do planeta. Chamado de DAF Super CityTrain, esse gigante holandês fabricado em 1989 possui impressionantes 32,2 metros de comprimento e capacidade para transportar até 350 passageiros ao mesmo tempo. Projetado para circular pelas ruas de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, esse colosso sobre rodas se tornou um marco na história do transporte coletivo e ainda hoje figura no Guinness Book como o ônibus mais longo do mundo já construído.

Entenda como esse projeto foi idealizado, como funcionava sua operação, quais desafios técnicos envolviam sua circulação e quais outros modelos disputam o título de gigante do transporte urbano no planeta.

Engenharia de um colosso urbano

O Super CityTrain utilizava uma unidade tratora DAF FT2600, conectada a dois módulos articulados para passageiros. A velocidade era limitada a 41 km/h por motivos de segurança, e o veículo tinha peso bruto de aproximadamente 28 toneladas.

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DAF Super CityTrain – Ônibus mais longo do mundo – Reprodução

Por dentro, os módulos ofereciam assentos simples e espaços amplos para passageiros em pé. A ventilação era natural, o embarque acontecia por diversas portas laterais, e as articulações permitiam certa flexibilidade durante as curvas. Ainda assim, manobrar um veículo de mais de 30 metros nas ruas de uma cidade africana com infraestrutura limitada era uma tarefa desafiadora. Por isso, o modelo só circulava em vias largas e relativamente planas, operando de forma limitada.

O CityTrain não sobreviveu por muito tempo. As ruas da capital congolesa não suportavam o peso e o comprimento do veículo. A manutenção era cara, o transporte de peças complicado, e o sistema exigia motoristas altamente especializados. Pouco tempo após sua estreia, o ônibus foi retirado de circulação. Ainda assim, o legado permanece.

Outros gigantes do transporte coletivo

Embora o DAF Super CityTrain nunca tenha sido reproduzido em escala global, ele abriu caminho para outras experiências com ônibus extralongos. Um dos principais é o AutoTram Extra Grand, um protótipo desenvolvido pelo Instituto Fraunhofer IVI, na Alemanha.

Com 30,7 metros de comprimento e capacidade para até 256 passageiros, o veículo é composto por três módulos articulados e equipado com direção assistida eletrônica, permitindo que curvas sejam feitas com agilidade surpreendente para um veículo de seu porte. Porém, assim como o CityTrain, o AutoTram é um projeto experimental e nunca foi implementado comercialmente.

Já o Brasil tem orgulho de possuir um dos maiores ônibus em operação regular no mundo: o Volvo Gran Artic 300. Desenvolvido em 2016, o modelo tem 30 metros de comprimento, capacidade para 300 passageiros e foi pensado especialmente para sistemas BRT (Bus Rapid Transit), como os existentes em cidades como Curitiba e Goiânia. Com dois pontos de articulação e piso elevado, esse ônibus gigante consegue operar com eficiência em corredores exclusivos e estações pré-embarque.

Na China, o modelo Youngman JNP6250G, com 25 metros de comprimento, também se destaca por seu uso em grandes centros urbanos como Pequim. A vantagem chinesa está na escala: são dezenas desses modelos circulando diariamente em faixas exclusivas para transporte de massa.

Como esses ônibus fazem curvas?

Se dirigir um ônibus padrão de 12 metros já é uma tarefa exigente, imagine conduzir um veículo com o triplo do comprimento.

A resposta está na tecnologia de articulação. No caso do AutoTram e de ônibus modernos como o Volvo Gran Artic 300, sistemas de controle eletrônico ajustam os ângulos das articulações em tempo real, permitindo que os eixos traseiros acompanhem a trajetória do eixo dianteiro. Isso reduz consideravelmente o raio de giro.

Além disso, muitos desses ônibus são equipados com sistemas de direção ativa nas rodas traseiras, sensores de estabilidade, freios adaptativos e até limitadores eletrônicos de velocidade. Tudo isso contribui para garantir segurança e precisão nas manobras, mesmo em ambientes urbanos densos.

Benefícios e limitações de veículos extralongos

A principal vantagem dos ônibus extralongos é sua alta capacidade de transporte. Um único veículo pode substituir dois ou três ônibus convencionais, reduzindo a frota em circulação, os custos operacionais e as emissões por passageiro transportado. Esse modelo é especialmente útil em corredores BRT, onde o fluxo é contínuo e a demanda elevada.

Por outro lado, o uso desses gigantes exige adaptações urbanas. As vias precisam ser mais largas, os pontos de parada maiores, e o pavimento reforçado para aguentar o peso constante. A manutenção também é mais complexa e requer profissionais treinados. Sem esses pré-requisitos, operar um ônibus de mais de 25 metros se torna inviável.

O futuro: sustentabilidade sobre rodas gigantes

Enquanto o DAF CityTrain ficou no passado, a tendência dos ônibus extralongos continua viva e evoluindo. Hoje, a indústria se volta para soluções sustentáveis, com modelos movidos a eletricidade ou hidrogênio. A BYD, fabricante chinesa, já produz ônibus elétricos de grande capacidade, e marcas como Mercedes-Benz e Volvo investem fortemente em mobilidade limpa para sistemas urbanos de alta demanda.

O foco agora não está apenas no tamanho, mas na eficiência energética. Ônibus de 24 a 30 metros, com zero emissão de carbono, já são testados em cidades da Europa e da Ásia. A tecnologia está mais madura, e os sistemas de mobilidade urbana estão mais preparados para receber esses veículos.

ônibus mais longo do mundo, o DAF Super CityTrain, foi um experimento ambicioso que marcou a história do transporte coletivo. Com seus 32,2 metros, ele superou todos os limites do design veicular e provou que é possível transportar centenas de pessoas com um único veículo rodoviário. Embora sua operação tenha sido breve, o conceito abriu portas para uma nova geração de ônibus gigantes, que hoje circulam em diversas cidades pelo mundo.

Com a urbanização crescente e a busca por soluções de transporte sustentável, os veículos extralongos voltam ao centro do debate. E o legado do CityTrain permanece: mostrar que, com tecnologia e visão estratégica, é possível reinventar a mobilidade urbana em grande escala.

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RAFAELA SANTANA
RAFAELA SANTANA
29/05/2025 16:46

Muito top a reportagem! Para até um sonho de ônibus, tranquilo. Porém Os ônibus de Campinas hoje são BRT, a proposta era ser algo rápido, mais espaço, mais dinâmica. Menos ônibus lotados e mais horários disponíveis, uma ideia de que pouco iríamos esperar no ponto, mas infelizmente não é assim que acontece. Tem horas que os ônibus estão extremamente lotados, você quase morre sufocada no busão, as vezes sem lugar até pra segurar e os pontos sempre cheios, lotados, infelizmente não sei o que acontece com a administração desses ônibus principalmente para bairros periféricos. Se estão assim é porque a proposta de mais ônibus em mais tempo não está sendo aplicada.

Charles
Charles
29/05/2025 10:22

No brasil tem onibus menor que carrega muito mais pessoas :⁠-⁠)

Jose
Jose
29/05/2025 10:13

Solução dada para países sub-desenvolvidos..tanto que nunca foi utilizado nos Países Baixos. Essa é a opção dada por políticos que querem mostrar resultados a curto prazo ( tipo BRT em muitas cidades brasileiras) mesmo com a demanda de passageiros e viagens sendo elevada ( vide BRT transoeste no Rio de Janeiro)

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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