A volta de toda estratégia de fortalecimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode provocar a redução da potência de toda a política monetária e ainda ser mais um elemento negativo para todo o desafio do Banco Central (BC).
“O impacto de operações com taxa subsidiada vai ser maior ou menor a depender do volume de recursos (que serão oferecidos pelo BNDES)”, disse o ex-diretor do BC e hoje membro do conselho da administração da BRF, Engepar e Cielo, Aldo Mendes.
“Se ampliar muito o volume de crédito subsidiado, haverá redução do poder de política monetária, e isso vai requerer juro real mais alto”, afirmou o ex-presidente do BC e hoje presidente do conselho de administração da Jive Investments, Luiz Fernando.
Nessas duas últimas semanas, houve várias declarações de integrantes do governo com a intenção de expansão das operações nesse banco de fomentos, sendo que o novo diretor financeiro do BNDES, Alexandre Abreu, fez a sinalização das possibilidades do banco fazer reajustes do volume de desembolso de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), para algo em cerca de 2% do PIB.
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BNDES: Parceria de Brasil e Alemanha
O novo presidente, em sua primeira viagem ao exterior como chefe de Estado, disse ainda que o banco de desenvolvimento voltará a fazer o financiamento dos projetos de engenharia para conseguir ajudar empresas brasileiras no exterior.
Taxa Selic
O crédito um dos principais canais de transmissão pelos quais a política monetária afeta os preços da economia, uma vez que a mudança da Taxa Selic atinge ainda mais os custos de empréstimos, inibindo todo o investimento e consumo.
Porém, o tamanho de toda parcela de crédito subsidiado altera o alcance da política monetária. Para outro ex-BC, que deu preferência ao anonimato, um dos grandes riscos seria a mudança na atual taxa cobrada em relação aos financiamentos do BNDES, a Taxa de Longo Prazo (TLP), para a antiga Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que ainda era fixada pelo governo. Sendo assim, se o banco captar recursos às taxas de mercados e ainda emprestar todo esse recurso a um juro menor, como era no caso da TJLP, essa diferença ainda teria que ser suprida pelo Tesouro Nacional.
O diretor do BNDES, Abreu, afirmou que um dos caminhos é a combinação de captações internacionais, com taxas menores, e com captações domésticas, com taxas mais altas. A utilização de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) também pode até trazer a TLP para ainda mais perto da taxa Selic.
Figueiredo ainda fez a afirmação de que, quando o BNDES fez a redução das atividades de financiamento para as grandes empresas com todo o dinheiro subsidiado, houve ainda um reflexo positivo sobre toda a política monetária. “Isso ajudou a ter um período maior com uma taxa de juros muito baixa”, afirmou.