Novas medidas visam endurecer a política anti-imigração e ameaçam cortar recursos federais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (28) três novos decretos que reforçam sua política anti-imigração, mirando diretamente as chamadas cidades-santuário. As ordens executivas preveem a criação de uma lista de jurisdições que limitam a cooperação com autoridades federais e ameaçam cortar verbas federais desses locais, ampliando a pressão sobre estados e cidades que desafiam o governo em questões migratórias.
Trump direciona ofensiva às cidades-santuário
Em um movimento que reafirma a postura rígida adotada desde o início de sua administração, Trump ordenou que a procuradora-geral Pam Bondi e a secretária de Segurança Interna Kristi Noem divulguem, no prazo de 30 dias, uma lista oficial dos estados e cidades que, segundo o governo, dificultam a aplicação das leis federais de imigração. A iniciativa, segundo reportagem do The Guardian, busca identificar as localidades que poderão ter seus repasses federais suspensos como forma de pressão política.
Além disso, o plano pretende reverter decisões judiciais anteriores que impediram o corte de verbas, alegando que tais práticas violariam princípios constitucionais. As ações reforçam a visão de Trump de que a segurança pública está diretamente ligada a um controle mais rígido da imigração.
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Novos decretos de Trump fortalecem suporte legal a policiais
Outro ponto central dos decretos assinados por Trump trata do fortalecimento da proteção jurídica a policiais acusados de má conduta no exercício de suas funções. De acordo com informações do El País, será criado um fundo para a defesa legal desses agentes, financiado com a colaboração de grandes escritórios de advocacia que prestarão serviços pro bono.
A medida também revoga diretrizes da gestão anterior que ampliavam investigações sobre práticas discriminatórias. Agora, investigações federais de condutas racistas só serão abertas mediante provas diretas, limitando a atuação de órgãos de fiscalização de direitos civis.
Deportações batem novo recorde
O endurecimento da política migratória já mostra resultados expressivos. Desde o início do segundo mandato, o governo Trump deportou aproximadamente 139.000 imigrantes, segundo dados oficiais citados pelo El País. Além das deportações em massa, o presidente autorizou o uso de agentes federais e militares para apoiar operações locais em regiões com alta presença de imigrantes.
Esse reforço no aparato de segurança evidencia a intenção da Casa Branca em fazer das ações contra imigração irregular um dos pilares da política interna para 2025.
Críticas ao estilo Trump ganham força
As novas medidas de Trump geraram forte reação entre líderes democratas, organizações civis e parte da opinião pública. Durante o anúncio das ordens, Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, acusou cidades-santuário de “libertarem estrangeiros ilegais responsáveis por crimes graves”, conforme destacou o The Guardian.
Especialistas e críticos, no entanto, alertam que a retórica agressiva e as ações propostas podem intensificar divisões sociais e representar uma ameaça a direitos fundamentais. Para opositores, Trump estaria utilizando o aparato estatal como instrumento de perseguição política e de reforço de sua base eleitoral.