Arábia Saudita desenvolve tecnologia capaz de transformar desertos em regiões com vegetação a partir de água da chuva. Entenda como isso pode ajudar o Brasil.
O Brasil bateu o recorde no aumento da temperatura média nos últimos anos e isso é algo que os brasileiros sentiram na pele, porém mais do que apenas o calor, há uma catástrofe silenciosa se espalhando pelo nordeste do país e que pode afetar todos mais rápido do que o esperado. Desta forma, cientistas da Arábia Saudita buscaram desenvolver uma nova tecnologia para reverter a situação.
Relembrando as aulas de geografia, é muito provável que você já tenha escutado na escola que no Brasil não existem desertos, só áreas semiáridas no Nordeste. Contudo, agora as coisas mudaram, visto que o nosso clima está mudando. É na vasta imensidão do Sertão nordestino, em meio ao belo cenário da Caatinga que algo incomum vem acontecendo.
Deserto no Brasil se torna realidade
A região, conhecida por ser desafiada pelo sol a vencer o calor e a seca ano após ano, descobriu recentemente que existe uma nova ameaça naquela região. O nordeste brasileiro acaba de inaugurar o primeiro deserto em território nacional e os pesquisadores estão bastante preocupados com essa nova descoberta.
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Em 2022, pesquisadores do Ministério do Meio Ambiente relataram o primeiro local árido no Brasil, localizado no norte da Bahia, ou seja, o primeiro deserto brasileiro, que teria aproximadamente o tamanho do Distrito Federal.
Apesar de estar adaptada à seca, a região da Caatinga não está preparada para um clima completamente árido. Nos 20 anos de monitoramento foi visto uma área gigantesca de deserto surgir. Além disso, ela também cresce em um ritmo acelerado, o que põe em risco não só a vida selvagem, mas todos os que fazem desse lugar seu lar e isso pode estar explicando o porquê em anos recentes estamos observando a extinção e morte de várias formas de vida na região Nordeste.
Nova tecnologia da Arábia Saudita que pode mudar o rumo do deserto no Brasil
Apesar dos riscos desse novo problema no Brasil, a situação não está fadada ao desastre. Existem ainda várias formas que podem ser exploradas para que os desertos sejam controlados e permaneçam do tamanho que estão. O especialista do Inpe, Javier Tomasella, tem uma visão ainda preocupada, porém mais esperançosa desse problema.
Ele recomenda a participação tanto do governo quanto do setor privado para resolver essa crise climática com uso mais eficiente da irrigação e um combate ao mau uso de bacias hidrográficas. Outra parte importante para a solução do deserto é a luta contra as queimadas. A sombra das florestas que ajuda no calor e a retenção de água que ajuda na seca devem ser as principais armas para lidar com esse aquecimento global nessas áreas específicas.
A solução pode não ser simples nem imediata, mas existem formas de nos adaptarmos a essas mudanças. Existem exemplos concretos de iniciativas que funcionaram mundo afora. Por exemplo, nós temos alguns projetos de reversão de desertos, ou seja, a transformação de desertos em áreas de vegetação.
Arábia Saudita é líder na nova tecnologia para reverter desertos
É com muito esforço e uma quantidade gigantesca de recursos e pesquisa em tecnologias que a Arábia Saudita vem combatendo e vencendo a desertificação em suas poucas florestas e vem expandindo a vegetação para o deserto. Ao longo de décadas, a Arábia Saudita vem fazendo plantações circulares e produtos agrícolas enquanto extraem água a 1000 m de profundidade nos solos do deserto para irrigar suas plantações.
Apesar de incrível, não é uma solução permanente, já que eventualmente os aquíferos podem secar também, mas por outro lado, existe outro investimento em uma nova tecnologia, conhecido como projeto Al Baydha. Ele consiste em regenerar a terra usando um sistema de inundações repentinas, ou seja, enchentes no deserto.
Para explicar de forma bem simplificada, através das construções de barragens e valas, é possível manter a água das chuvas escassas presa no solo, revertendo pouco a pouco a desertificação. A pequena fauna e flora das raríssimas florestas da Arábia Saudita estão se expandindo e sendo salvos da extinção completa.