Mesmo com seu plano de recuperação aprovado, dívidas da Sete Brasil com os estaleiros agravaram situação da construção naval
Em meio a crise, a construção naval brasileira tenta sobreviver, mesmo estando na “CTI” e respirando com a ajuda de aparelhos, a Sete Brasil continua em sua luta para provar que não é ré no processo que apura as investigações da operação lava jato, a mesma constatou que, todos os negócios tinham que pagar 1% de propina para políticos e agentes públicos. Nem mesmo a aprovação de seu plano de recuperação, com a decisão de reativar as obras de 4 das 28 sondas que haviam sido encomendas em 2011 e 2012, absolve a parcela de culpa na crise pela qual passa a construção naval do país.
Duros golpes
A Sete Brasil, pediu recuperação judicial em junho de 2016, com dívidas de U$ 19,3 bilhões, boa parte dívidas com os estaleiros construtores, tais como Brasfels, Enseada, Atlântico Sul, Jurong e Rio Grande. Como senão bastasse, este não foi o único golpe recebido pela, já na época, combalida construção naval brasileira, a Transpetro cancelou o contrato de construção de 17 navios que eram parte do PROMEF (Programa de Modernização e Expansão da Frota).
Assim foi difícil assimilar tão duros golpes, visto que encomendas estrangeiras tem sido pouco frequentes, e a construção naval então “foi á pique”. O Sinaval, sindicato que representa os estaleiros, informa que 60 mil vagas foram fechadas nos últimos 4 anos e dos 28 estaleiros filiados, 12 estão fechados. Resta esperar o que reserva os anos de 2019 e 2020 com as demandas por FPSO’s em alta, mas com conteúdo nacional em baixa.
No início do ano, a Sete Brasil foi autorizada pela justiça a ser assistente de acusação da Procuradoria da República nas ações penais da lava jato, como já ocorre hoje com a Petrobras. Desta forma a empresa consegue o direito de pleitear ser declarada vítima da corrupção e pedir o ressarcimento de U$ 180 milhões pelo prejuízo, sendo U$ 70 milhões pelo pagamento de propinas. O Ministério Público foi contra o pedido, pois entende que a empresa era parte do esquema de corrupção.