Risco de inadimplência no apoio marítimo por falta de renovação dos contratos pela Petrobras
O risco de inadimplência no financiamento de embarcações recém-construídas e que se encontram sem contrato de operação, ronda as empresas de apoio marítimo. Essas embarcações foram encomendadas no Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo da Petrobras (Prorefam). Os contratos de afretamento das embarcações, originalmente de até oito anos e prorrogáveis por igual período, estão estagnados e não foram renovados, segundo informação da Abeam, Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo.
Crise no setor
As embarcações novas temem por estarem nessa situação diante do impacto da crise do setor de petróleo e gás nos últimos anos, “Caso não haja uma ação imediata e efetiva da Petrobras e dos agentes financeiros, amparados pelo FMM [Fundo da Marinha Mercante], vislumbramos risco real de inadimplência nos pagamentos dos financiamentos dessas embarcações”, informa o presidente da Abeam, Ronaldo Lima.
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Embarcarções “abandeiradas”
Embarcações que não foram construídas no Brasil mas receberam bandeira brasileira, gozam dos mesmos privilégios das que foram construídas em estaleiros nacionais, onde o diretor da Edison Chouest Offshore, Ricardo Chagas, considera injusto para o setor ter mais de 30 embarcações construídas no Brasil e sem contrato. “As autoridades deveriam se sensibilizar e priorizar a contratação destas embarcações, e não tratar o tema com igualdade. Afinal, a empresa brasileira de navegação ainda tem que pagar o financiamento adquirido junto aos agentes financeiros aprovados pelo FMM, enquanto essas embarcações que encontram-se no REB [registro especial brasileiro] gozam de benefícios providos por outros países”, aponta Chagas.
Novas embarcações
A partir de 2021 devem ocorrer encomendas para construção de novas embarcações, prevê A Abeam. Se realmente os investimentos previstos pela Petrobras e operadoras estrangeiras em exploração e produção se confirmarem essa demanda se tornará verdadeira. Dessa forma, haverá aumento da quantidade de sondas e unidades de produção em operação, demandando principalmente AHTS (manuseadores de âncoras) e PSV (transporte de suprimentos).
Toda essa previsão se baseia nos resultados dos últimos leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e no plano de negócios e gestão da Petrobras (2018-2022). “Há que se considerar também que a parcela da frota brasileira que está momentaneamente paralisada, aguardando contratação, deverá voltar a operar, o que pode ter impacto no número de construções de embarcações de apoio marítimo”, ressalta Lima.
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