Empresa canadense deve R$140 milhões à Petrobrás, resultando na suspensão do contrato de Suporte Temporário Administrativo e de Apoio Técnico à Operação da Refinaria.
A Petrobrás foi forçada a suspender o contrato com a empresa canadense Forbes&Manhattan devido a uma dívida prevista em cerca de R$140 milhões. Dessa forma, a estatal suspendeu as atividades do Contrato de Suporte Temporário Administrativo e de Apoio Técnico à Operação da Refinaria, que estava sendo realizado pela Paraná Xisto S.A, unidade de Industrialização do Xisto – SIX.
Essa denúncia foi feita pelo diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. Ele destaca que esse incidente é apenas mais um dos escândalos ocorridos na SIX, evidenciando a incapacidade financeira e operacional do grupo que adquiriu a refinaria do Paraná. Além disso, Bacelar ressaltou a conexão entre a Forbes&Manhattan e ex-gerentes da Petrobrás. O comunicado da Petrobrás suspendendo o contrato foi divulgado por meio de uma nota direcionada aos petroleiros.
Privatização da SIX em 2022 permitiu a intervenção da Forbes&Manhattan, mas gera polêmicas e processos judiciais
Em novembro de 2022, a SIX, localizada em São Mateus do Sul, no Paraná, foi privatizada pelo grupo canadense Forbes&Manhattan, por um valor de R$33 milhões. De acordo com o contrato estabelecido, a Petrobrás continuaria administrando a unidade até que a nova empresa, Paraná Xisto, estivesse apta a operar de forma autônoma.
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Durante essa transição, a Petrobrás seria remunerada pelo trabalho realizado. No entanto, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Anapetro (associação que representa os petroleiros acionistas minoritários da Petrobrás) e o Sindipetro PR/SC solicitaram informações à Petrobrás sobre as cláusulas presentes no contrato entre as partes envolvidas.
Problemas anteriores envolvendo a Forbes&Manhattan e suas consequências
Esse novo episódio se une a uma série de iniciativas já tomadas pelos advogados dos petroleiros em relação à Forbes&Manhattan. Essas ações incluem irregularidades no processo de venda da refinaria do Paraná, questões relacionadas à produção e exploração do xisto, bem como preocupações ambientais.
Bacelar frisou que a luta contra a privatização da SIX ainda está em curso e ressaltou a existência de processos judiciais em andamento relacionados à venda e questões ambientais. A FUP afirma que a Petrobrás não realizou a auditoria ambiental compulsória, que a forma de venda da SIX foi ilegal devido à natureza de concessão da unidade, e não de exploração e produção, e, devido a isso, a venda não estaria de acordo com o decreto municipal número 9355.
A venda em si teria sido realizada por um valor abaixo do preço de mercado, resultando em prejuízos para os próprios acionistas da Petrobrás. Essa situação revela problemas financeiros e operacionais do grupo que adquiriu a refinaria do Paraná.