Cientistas brasileiros descobrem fóssil raro de tartaruga gigante na Amazônia, ampliando o conhecimento sobre a paleontologia no Brasil e revelando detalhes inéditos sobre essa tartaruga pré-histórica que viveu há milhões de anos
Pesquisadores brasileiros fizeram uma descoberta impressionante ao localizar, em plena floresta amazônica, um fóssil de tartaruga gigante que viveu há milhões de anos. O achado foi divulgado recentemente em um estudo publicado na revista científica Biology Letters, do conceituado grupo Royal Society, e promete reescrever parte da história evolutiva dos répteis na América do Sul. Esta descoberta não apenas amplia o conhecimento sobre espécies pré-históricas, como também reforça a importância da paleontologia no Brasil no cenário internacional.
Tartaruga gigante na Amazônia viveu há mais de 13 milhões de anos
Conforme o estudo liderado por especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), o fóssil na Amazônia corresponde a uma espécie de tartaruga gigante que viveu há cerca de 13 milhões de anos. O fóssil foi encontrado em camadas sedimentares da Formação Solimões, situada na região oeste da Amazônia brasileira, próximo ao município de Eirunepé (AM).
A tartaruga pertence ao gênero Peltocephalus, grupo que ainda possui representantes vivos, como a cabeçuda da Amazônia (Peltocephalus dumerilianus), mas o exemplar fóssil possui características de tamanho significativamente maiores que os espécimes modernos.
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Importância do fóssil na Amazônia para a paleontologia no Brasil
Este achado é considerado inédito não apenas pela idade do fóssil, mas também pela sua localização. Segundo os pesquisadores brasileiros, este fóssil representa o registro mais recente conhecido de uma tartaruga gigante de água doce na Amazônia, datando do final do Pleistoceno, um período em que se acreditava que tartarugas de grande porte já haviam desaparecido da região.
Até então, fósseis mais conhecidos de tartarugas gigantes eram encontrados em outras regiões da América do Sul, como na Colômbia, com a famosa espécie Stupendemys geographicus.
A pesquisa destaca que a nova descoberta amplia o registro fóssil da Amazônia e confirma que, milhões de anos atrás, a região abrigava uma diversidade ecológica tão rica quanto a atual, incluindo tartarugas pré-históricas de grandes proporções.
Como os pesquisadores brasileiros encontraram a tartaruga pré-histórica
A descoberta do fóssil na Amazônia ocorreu após fragmentos ósseos serem encontrados por garimpeiros na Formação Rio Madeira, em Rondônia, e posteriormente analisados por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e de outras instituições científicas brasileiras. O fóssil inclui partes da carapaça, plastrão (parte inferior) e fragmentos de ossos cranianos.
Os fósseis foram encontrados em um contexto geológico datado do Mioceno Médio, período marcado por grandes transformações climáticas e ambientais no planeta.
A Formação Solimões, onde os vestígios foram localizados, é considerada um dos mais importantes sítios paleontológicos da América do Sul, conhecida por seus ricos depósitos de fósseis aquáticos e terrestres.
Características da tartaruga pré-histórica encontrada na Amazônia
Entre os detalhes mais relevantes da descoberta está o tamanho do fóssil de tartaruga gigante na Amazônia, estimado em mais de um metro de comprimento de carapaça, o que representa o dobro do tamanho das espécies modernas do mesmo gênero.
Além do tamanho avantajado, os pesquisadores brasileiros notaram diferenças morfológicas significativas, como maior espessura óssea da carapaça e adaptações no crânio, sugerindo hábitos alimentares distintos dos atuais representantes da espécie.
Essas características reforçam a hipótese de que o ambiente amazônico do Mioceno proporcionava condições ideais para o surgimento e desenvolvimento de répteis gigantes.
O ecossistema amazônico revelado pelo fóssil de tartaruga gigante
A presença de uma tartaruga pré-histórica de grande porte na Amazônia oferece pistas valiosas sobre o ecossistema do Mioceno.
Segundo os autores do estudo, a região provavelmente apresentava um vasto sistema de lagos, rios e pântanos, semelhante a uma megabacia aquática, favorecendo o desenvolvimento de espécies aquáticas de grande porte.
Estudos anteriores já haviam indicado que a Amazônia antiga era habitada por grandes crocodilos, peixes gigantes e mamíferos extintos. A inclusão de tartarugas gigantes nesse contexto contribui para uma compreensão mais completa da biodiversidade amazônica pré-histórica.
Como a paleontologia no Brasil ganha espaço com a descoberta?
A repercussão da descoberta extrapolou os limites nacionais, sendo noticiada em veículos internacionais especializados em ciência, como Science Alert e New Scientist. Isso evidencia o crescente reconhecimento da paleontologia no Brasil como referência no estudo de fósseis de regiões tropicais.
Os pesquisadores brasileiros ressaltam que o achado reforça a necessidade de mais investimentos em pesquisas paleontológicas na Amazônia, uma região ainda pouco explorada do ponto de vista científico, mas com potencial para revelar segredos importantes da história da vida na Terra.
O impacto científico e ambiental do fóssil na Amazônia
Além de contribuir para a reconstrução da história evolutiva dos répteis, o estudo do fóssil na Amazônia também pode oferecer informações úteis para a conservação de espécies atuais. Compreender como as tartarugas evoluíram e responderam a mudanças climáticas ao longo de milhões de anos pode ajudar na formulação de políticas ambientais mais eficazes, especialmente em um cenário de crescente desmatamento e alterações climáticas.
Os pesquisadores envolvidos na análise do fóssil destacam o potencial da Formação Solimões para futuras descobertas paleontológicas, reforçando a importância de ampliar as investigações na região para identificar novos vestígios de tartarugas pré-históricas e outras espécies extintas. O objetivo é aprofundar o conhecimento sobre a fauna amazônica antiga e sua interação com o ambiente.
Por que a descoberta da tartaruga pré-histórica na Amazônia é tão relevante?
A descoberta do fóssil de tartaruga gigante na Amazônia é um marco para a paleontologia no Brasil e para a ciência mundial. O achado contribui não apenas para o enriquecimento do registro fóssil da região, mas também para a valorização da pesquisa científica brasileira em um tema de relevância global.
A identificação de uma tartaruga pré-histórica tão antiga em território amazônico mostra que o passado da floresta é tão fascinante quanto sua biodiversidade atual. Além disso, evidencia o papel fundamental dos pesquisadores brasileiros na condução de estudos de ponta sobre a história da vida no planeta.
Para o público em geral, a descoberta serve como um lembrete da importância de preservar a Amazônia, um verdadeiro laboratório natural que ainda guarda muitos segredos a serem revelados.